Tudo o que nós sentimos

Independente

É engraçado de forma irônica o quão peculiar é a velocidade do tempo.

Ora, às vezes o tempo passa lentamente.
Ora, às vezes assustadoramente rápido demais.
O mais fascinante é que o tempo acontece acima de tudo. Ele não dá pausas pra você organizar a rotina, não para por um dia pra que você evite aquele momento desagradável.
O tempo acontece.
O mesmo tempo que fere corações apaixonados é aquele que cura milhões de pessoas de lembranças dolorosas.
Ele não pede opinião. Sábiamente, aliás, levando em conta que regularmente mudamos de opinião e queremos algo contrário ao que desejávamos horas atrás.
As estações passam.
Levo-me a pensar que o tempo nunca nos pertenceu.
Nunca tivemos 1 ano, 2 anos, 3 dias ou 2 horas.
O tempo nos tinha, não o contrário.
Nossa existência no final das contas é uma coleção de oportunidades, sejam elas ganhas ou perdidas.
O tempo é tão independente quanto o nosso "ser". Ele não liga pro nosso argumento.
No fundo, talvez o tempo nos mostra o que devemos viver.
O tempo é aquilo que devemos se tornar. 
As duas coisas estão interligadas. Nossa jornada e o tempo. Estão ligados da mesma forma que o dia e a noite.
Que podem até serem tratados como coisas bem distintas, mas um precisa ardentemente do outro.
Um não existiria sem o outro.
De vez em quando assistimos uma reunião entre o astro da manhã, com o maestro do céu noturno.
O eclipse.
Uma rota que sempre une as duas coisas. De vez em quando tais encontros acontecem. É um festival.

Assim como nosso existir e o tempo.
Como quando vemos o quão importante aquele "mar de águas passadas" foi necessário pra nossa evolução.
É quando as coisas coencidem.
O tempo é discreto.
É cauteloso com cada passo.
Mas acima de tudo ele é tão perverso e imprevisível quanto podemos imaginar.

O tempo é a canção silenciosa da nossa vida.
A existência e o tempo são como o sol e a lua.
Sempre separados,mas também eternamente e cuidadosamente juntos.