Capítulo 5

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Luz

Estava saindo da praia e iria voltar pra casa sozinha e à pé, pois, o Victor decidiu ir ter com a Kamila.
Só de pensar que a faculdade começava novamente amanhã sentia uma angústia, não pelas aulas, mas, pelo facto de não conhecer ninguém, a não ser, o meu irmão e a sua namorada. Foi então que no meio da minha caminhada a havaiana  decidiu rebentar, é necessário ter muito azar. Sorte que no Rio não faz tanto frio a noite.
Até que ouvi um carro com dois homens se aproximarem de mim.

Thiago: Oi moça tudo bem?-perguntou.

Eu olhei e continuei ajeitando minha havaiana.

Bruno: Precisa de ajuda não?-o parceiro ao lado perguntou.

Victor: A gente acabou de sair da praia se quiser a gente te dá uma carona.-falou em tom alto.

Luz: Não, obrigada.-dei um sorriso forçado.

Logo em  seguida pûs minha havaiana no chão e tentei andar, com dificuldades.

Bruno: Oxê, mas, você quase nem consegue andar.-disse.

Luz: Idaí!?- olhei pra eles sem paciência.

Thiago: Ah, mas, porque você não aceita?- perguntou.

Luz: Ah, porque talvez eu não conheça vocês.-olhei pra eles incrédula.

Thiago: Entre então no carro pra gente se conhecer melhor.- Falou sorrindo de canto.

Eu simplesmente o olhei e ignorei.

Bruno: I alá, é raro o Thiago dar em cima de alguma mina.-falou. - Se deu realmente tá interessado hein.-cutucou o parceiro.

Thiago: Tu não sabe de nada, rapa.- riu, tentando manter a postura.

Luz: Então avise pra o seu amigo Thiago.- ironizei.- Que não vai rolar.- concluí.

Thiago: Mas a gente só quer  dar uma carona pra você.- falou.

Bruno: Você quer.- Corrigiu.

Parei e me virei pra os dois, fazendo o carro parar.

Luz: Você nunca levou um fora pois não?- perguntei impaciente.

Victor: Pelos vistos esse será o primeiro.- riu sem graça.

Luz: Vai se habituando então, Cara.-continuei andando.- Que a vida é feita de desilusões, algo que nunca deve ter te acontecido.-completei.

Thiago: Isso é o que você pensa.-disse.

Luz: Realmente é o que parece.-dei de ombros.

Thiago: Eu luto pelo que quero, se toca.-respondeu.

Bruno: Já não basta aturar minha mãe vendo telenovela em casa, aqui também é esse drama todo?- perguntou tropeçando nas palavras e olhando pra janela a sua direita.

Luz: Olha "Thiago"-falei sarcasticamente.- Se quer saber, você deveria é ajudar seu amigo que tá podre de bêbado e me deixar em paz, amanhã tenho aulas e não tô afim de me stressar essas horas.

Thiago: Me diz ao menos o seu nome?-perguntou.

Suspirei e fiquei pensando até que...

Luz: Meu nome é Sabrina.-menti.

Thiago: Ah, mas, você ta brava?!-brincou.

Ignorei.

Thiago: Bem Sabrina, acho que você estaria mais segura connosco do que andar ai pelas ruas.-disse. - Rio de Janeiro não é um mar de rosas.-completou.

Luz: ok.

Thiago: Qual sua idade?- me interrogou.

Luz: Meu deus, moço, vai pra casa por favor.-disse impaciente.

Thiago: Só me diz sua idade e eu vou.- insistiu.

Luz: Entenda de uma vez, não irá rolar absolutamente nada, e gente nunca mais se encontrará.-falei irritada. - Vai embora daqui.

Thiago: Tu que sabe.-falou com ar irriado.

Vi o carro se distanciando de mim cada vez mais e fiquei aliviada.
Não poderia mentir que fiquei com algum medo quando ele disse que não era seguro andar pelas ruas do Rio, então, comecei a tentar andar rápido, apesar de alguma dificuldade por conta da havaiana.

Pra quê que ele iria querer saber meu nome e minha idade?  Me perguntei.

A gente nunca mais se irá ver.
Foi apenas uma noite que um desconhecido passou por mim, assim, como sempre acontece todos os dias.

Thiago

Thiago: Caraí, que mina mais sem graça.-falei quebrando o silêncio.- Se fosse outro Homem já teria levado ela a força. Ainda por cima nem tinha educação, e nem paciência.-disse.- Mas realmente também não parecia ser carioca, só pelo jeito, andar e fala era um pouco diferente.
Eu não tenho sorte mesmo.- Ri.

Olhei pra o Bruno e o cara já tinha apagado. Dei uns pequenos tapas nele e o mesmo acorda em poucos segundos, vomitando pela janela que se encontrava ao seu lado.

Thiago: Ah não.-Disse.

Parei o carro rapidamente e tirei por Bruno pra fora.

Thiago: Tá de sacanagem né, Bruno!-falei irritado. - Eu tinha limpado o carro hoje pô!-completei.

O mesmo não parava de vomitar e ficamos ali mais uns 5 minutos.

Bruno: Foi mau, cara.

Thiago: Foi mau meu cu, palhaço.-respondi irritado.- Vai limpar meu carro ainda hoje.

Bruno: Pode pá.-disse com ar tonto. - Me deixa na minha casa que a gente Lava lá.

Thiago: Você lava. - corriji apontado pra ele.

Bruno: Ai porra!!-berrou. - Você entendeu, seu bosta.-disse seco.

Thiago: Tá bom. Entra ai no banco de trás.-falei.

O mesmo entrou e seguimos o caminho todo em silêncio até chegarmos em sua casa.

(...)

Bruno: Deixa eu buscar a mangueira.

Thiago: Demoro.-fiz sinal de ok.

Apareceram logo depois as duas vizinhas do Bruno na rua que não saiem do pé dele. As mesmas riram pra mim e ignorei entrando  com o carro pelo portão de casa dele.
Ficamos no quintal tentando limpar a merda que o bosta fez.

Bruno: Oxi, mas, a água não tá vindo.- falou enquanto apontava a mangueira de água pra si.

Thiago: Eu acho melhor você...-tentei avisar, mas, foi tarde demais.

O soldado tinha sido atingindo por uma corrente de água.

Bruno: Put@ que Pariu!!-gritou.

Thiago: É de modos que já não entra em casa sujo.-gargalhei. - Sua mãe nem se chatea com isso.- Ri mais ainda.

Bruno: Eu te mato, Thiago.-respondeu irritado.

Thiago: Tá bom, mas se limpa primeiro pra não escorregar.- Falei sarcasticamente entre a risada.

Bruno: Aff...-bufou. - Bora acabar isso que tô cheio de sono.

Thiago: Bora lá.-concordei.

(...)

Finalmente tínhamos terminado e eu liguei pra minha mãe pra avisar que iria jantar na casa do Bruno e seguiria pra casa logo em seguida, o que ficava a 1km da dele.
Infelizmente não poderia ficar muito tempo porque a faculdade começava amanhã de novo.







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