Sua fedelha

6.8K 450 211
                                    

Julia narrando.

— Puta merda, não brinca, você tá vindo mesmo pra outer banks? — minha melhor amiga, sarah cameron, gritou pelo outro lado do FaceTime e não deixo de sorrir alegremente para minha amiga.

Sarah e eu nos tornamos amigas na infância, quando eu me mudei para outer banks e me tornei vizinha dela, quando eu ajudei ela a andar de bicicleta e rapidamente viramos melhores amigas. Sempre compartilhávamos segredos, brincadeiras e aventuras, criando laços ao longo dos anos.

Até que eu tive que me mudar para onde eu nasci, bem longe da Carolina do Norte, no Brasil.
Agradeço aos Deuses que a minha amizade com a sarah é tão forte que nem a distância conseguiu abalar a nossa conexão, muito pelo contrário, isso só é a prova de que nosso vínculo que construímos na infância é duradouro e especial.

— Sim, dá pra acreditar? — falo animada assim como Sarah, mal podendo me conter de tanta ansiedade.

Nasci em Salvador, na Bahia mas aos 6 anos de idade precisei me mudar para Carolina do Norte pois minha mãe recebeu uma proposta de emprego melhor, morei lá por 7 anos, até que quando eu e meu irmão completamos 13 anos, tivemos que retornar para a cidade em que nascemos porque nosso avô tinha adoecido e não tinha quem cuidar a não ser minha mãe.

— Mal posso esperar pra ver você, ju — vejo minha amiga dar pulinhos e rio com a animação contagiante da mesma.

— Nem eu, vamos pegar altas ondas sarah — falo com excitação só de pensar em pegar onda novamente em outer banks.

Descobri meu amor pelo surf quando eu fiz 12 anos, nessa idade foi quando eu fiz amizade com o JJ e o John B e eles me ensinaram a surfar, do jeito deles.

JJ e John B, conheci os dois fugindo de um vizinho meu lá no figure 8, os dois haviam aprontado e estavam fugindo, por sorte deles eu estava ali na varanda de casa desenhando algo bobo em meu caderno de desenhos e percebendo a situação não tardei muito para ajudar os garotos enfiando os dois dentro de minha casa e quando o vizinho veio me perguntar se eu tinha visto dois pogues perambulando por ali, logo neguei. Mal sabia eu que depois daquele dia nos tornaríamos um trio.

— Por quanto tempo pretende ficar aqui? — Sarah para de pular e se senta na cadeira em frente ao computador.

— O verão inteiro — falo meio a contragosto, pois sentia saudades de morar lá e não me importaria se minha mãe dissesse que voltaríamos a morar lá, não tem nada que nos impeça de ir.

— FALA SÉRIO! — arregalo os olhos ao ouvir o grito do outro lado da tela e caio na gargalhada me esquecendo do assunto de ser apenas um verão.

— Sua maluca, ai não tá tarde não? — pergunto meio preocupada porque aqui já se passavam de meia noite mas aí eu me recordo do fuso horário e que lá provavelmente era dia.

— Será que vocês podem calar a matraca suas fedidas? — a voz do meu irmão gêmeo se faz presente no meu quarto — Julia, você sabe que horas são, sua fedelha?

— Larga a mão de ser chato, seu estrupício — Rebato a intromissão do meu irmão gêmeo.

— Oi pra você também, Nate — Sarah cumprimenta meu irmão com um sorriso amigável.

Apesar de todos os apelidos carinhosos trocados entre meu irmão e eu, nós sempre compartilhamos uma conexão especial fora do comum que vai além da genética. Desde o útero sempre fomos inseparáveis, sempre apoiando um ao outro, não sei o que seria de mim sem o meu irmão mas disso ele não precisa saber.
Mesmo com personalidades diferentes, o apoio e cumplicidade sempre esteve presente em nosso vínculo.

— Oi Sarah — Meu irmão sorri para a mesma e logo em seguida puxa uma mecha do meu cabelo — vai dormir sua tribufu.

— Eu seria uma tribufu se eu tivesse nascido com sua cara — dou um tapa forte nas costas do meu irmão e vejo o local ficar vermelho já que o mesmo estava sem camisa — branquelo.

Esqueci de mencionar que mesmo nós dois sendo gêmeos, não nos parecemos fisicamente por sermos gêmeos bivitelinos ou dizigóticos, como você preferir chamar, ou seja, temos aparências distintas mas não tanto.

— Desgraçada, vou colocar uma barata em cima de você quando estiver dormindo — ele diz me dando um chute na canela e faço uma careta de dor — Tchau, Sarah.

Fico incrédula com a cara de pau do meu irmão ao sair do meu quarto como se não tivesse me chutado a poucos segundos.

— Que lindo, o amor fraternal — Sarah diz com uma cara de riso e nego com a cabeça.

— Ele é um pé no saco — falo e solto uma ligada de ar.

- Quando vocês vão vir? — Sarah pergunta mudando o assunto.

— Amanhã, no caso hoje, pela manhã.

— E você só me conta isso agora? — percebo a incredulidade aparecendo no rosto da Sarah.

— Você não perguntou — dou de ombros e sorrio inocente.

— Espere só chegar aqui, Julia Pierucci.

— Ah, quando chegarmos aí iremos nos divertir muito em festas, dona Sarah — afirmo com convicção.

Passa-se exatamente duas horas conversando com Sarah sobre tudo e fazendo planos para fazer em outer banks ,porém não demora muito para o sono bater e eu me despedir da minha amiga.
Depois de dar boa noite para minha amiga, vou rapidamente ao banheiro fazendo minhas necessidades e me jogo na cama com meus pensamentos em meus amigos de outer banks e assim caio no sono.


NOTAS

1. Olá, o que acharam do primeiro capítulo?
2. Me perdoem de qualquer erro ortográfico
3. Bebam água e se cuidem!
4. Votem e comentem se estiverem gostando.

Just A Summer, Rafe Cameron. Onde histórias criam vida. Descubra agora