ATTAIN - A lenda do tesouro perdido

Capítulo 2: O Castelo de Phlorama

          - Titio, titio!! Acorde.

         Gerard abriu os olhos e viu um Rob Arierom, agora com 16 anos. Parecia realmente muito com sua mãe, Cristal. Embora tivesse algumas das feições sérias de Edward. O rapaz parecia assustado.

         - O que foi Rob? O que houve!

         - Tive outro daqueles pesadelos. – Gerard engoliu seco. Estivera durante anos, sonhando com o que acontecera na noite da morte de Edward e Cristal. Nunca mais viu seu sobrinho Art. E sabia também que o pesadelo de Rob na verdade, eram flashes de lembrancças. Ele era muito jovem para recordar exatamente o que acontecera, mas com certeza seria um fato que lhe marcara muito.

          - Deixa de ser tolo, Rob! Foi só um sonho.

          - Mas por que sempre a mesma coisa? Sempre pessoas sofrendo, morrendo!

          - Você só tem a mente fértil. Muito fértil. Bom, agora que você já me acordou, vá se arrumar. Você tem aula de piano com a Princesa Harul em duas horas. Não pode se atrasar.

         - Está certo. Mas titio, quem é Art?

       Gerard gelou.

        - Por que a pergunta?

        - Estava gritando isso quando entrei no seu quarto. Foi assustador. Parecia que estava tendo um pesadelo também.

        - Deve ter se confundido. – Gerard tentou desconversar. Durante anos tentou esconder de Rob a existência do irmão e de como realmente os pais morreram. Tudo era culpa dele. A morte do próprio irmão, cunhada e sobrinho. Sem contar o Rei Guiller que simplesmente desaparecera, deixando o trono sorcerino para sua filha, Princesa Harul, que na época tinha apenas seis anos. Mas agora, com vinte e um, era capaz o suficiente de reinar sozinha.

Gerard imaginara que seria difícil para o garoto lhe perdoar por tantas perdas. Inventara a história de que os pais foram fazer uma missão com o Rei nas longínquas cavernas de Durfway, para pesquisar escamas de dragões e suas propriedades, e então desapareceram. Isso fez com que o garoto desenvolvesse um singular medo de dragões. Quanto ao irmão, ele simplesmente omitira a existência.

          Rob pareceu insatisfeito com a resposta do tio, mas não o questionou, pois ele não estava animado o suficiente para discutir. Nem mesmo as novas aulas de piano que receberia diretamente da Princesa Harul pareciam alegrá-lo, ele só pensava no pesadelo que tivera. O que significava todas aquelas coisas?

        Phlorama já não era mais um simples vilarejo. Nos anos que seguiram a grande guerra, o vilarejo foi escolhido para ser o novo centro de governo sórcere. Ali foi construído o novo castelo, e o vilarejo cresceu. Agora era uma grande cidade, com muitas casas, mansões e tendas de diversos produtos à venda. Rob ficava encantado com toda aquela diversidade. Ele tinha certeza de que um retrato tinha piscado para ele quando eles passaram para dar uma olhada em objetos antigos.

Tio Gerard estava acompanhando Rob pela cidade, pois afirmou que tinha alguns assuntos para tratar no centro da cidade. O que Rob achou muito estranho, mas novamente não contestou.

         Rob reparara que Harul estava fazendo um ótimo trabalho como administradora dos terrenos sórceres. Phlorama tinha crescido dez vezes o que fora no reinado do antigo rei. A cidade de Felicite tinha sido reconstruída durante os anos que seguiram o que os sórceres intitularam ‘A Última Guerra’, e o antigo castelo do rei Guiller agora se era o hospital principal das cidades e vilarejos ao redor. O rapaz dera-se conta que, ouvia muito a respeito da Princesa, de sua incrível sabedoria e beleza, mas ele percebeu que nunca a vira. Ela raramente deixava o castelo.