Regra 4

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Regra 4

Todo bom homem gay deve orgulhosamente hastear a bandeira e ferrar com heterossexuais, acertando-os onde dói mais: superando seu sucesso.

Exceção

Nenhuma possível. Se um amigo se afasta do caminho da dignidade e começa a andar de cabeça baixa, é dever de todo bom homossexual ajudá-lo a voltar para o caminho nem sempre fácil do orgulho gay.

•••

Depois de fechar a porta de seu quarto o mais lenta e delicadamente que pôde, Draco se virou e encostou as costas nuas na madeira gelada. Sua respiração estava pesada, suas mandíbulas estavam tão apertadas que doíam; e tudo por ter se forçado a não sucumbir à necessidade de pedir a Harry para voltar. Para pedir para voltar e lhe deixar explicar, dizer que... Dizer o quê? Ele pensou por alguns segundos e percebeu que não havia resposta possível. O que poderia ter dito?

Draco balançou a cabeça em um gesto negativo e fechou os olhos com força. Ele era realmente estúpido. O que fez já não tinha conserto: ele havia tomado sua decisão e não havia como voltar atrás. Como iria revelar a Harry que gostava tanto dele que era necessário se afastar para não continuar a magoá-lo?

Seus olhos se arregalaram, quase horrorizado com seu comportamento recente. Ele havia humilhado Harry, sabia disso. Seu amigo provavelmente nem tinha pensado em cobrar pela ajuda que deu na casa de Richmond; provavelmente ele só estava seguindo seu jogo.

Sentindo-se completamente péssimo e impotente, Draco teve que observar e engolir todas as emoções presentes no rosto de Harry, tão óbvias como se as tivesse gritado: confusão, negação... decepção. Dor. E no final, raiva e indignação. Se ao menos o imbecil não tivesse olhos mais transparentes do que o cristal de seus óculos; Se ao menos Draco não tivesse sentido o imenso desejo de abraçá-lo, de se retratar de suas palavras e impedi-lo de sofrer, de...

O medo de ter exagerado em seu comportamento e que isso o levasse a perder a amizade de Harry o atingiu de repente. Ele tentou se consolar jurando que mesmo que fosse um desastre como amante, ele mostraria a Harry que, como amigo, ele sempre seria fiel. Hoje à noite mostraria o quanto era grato por tudo o que tinha feito por ele. Agora, era a vez de Draco ajudar, tentar melhorar sua vida assim como Harry havia feito com ele.

Uma batida repentina na janela quase o fez pular de susto. Mesmo que já estivesse escuro lá fora, as luzes dos vários negócios ao longo da avenida permitiram que Draco visse claramente a coruja que estava batendo suas asas contra o vidro.

Por alguns segundos, Draco apenas ficou parado contra a porta observando o pássaro. Absolutamente ninguém - exceto sua mãe - lhe enviava correspondência, especialmente àquela hora. Em três grandes passadas, ele estava diante de sua janela e a abriu. A coruja era tão comum que não tinha como pertencer aos Malfoys, então Draco permitiu que ela entrasse, se perguntando de onde estava vindo.

A coruja pousou em um de seus móveis e permitiu que pegasse o bilhete. Então, e vendo que não haveria recompensa para ela, decolou de volta para casa, perdendo-se imediatamente entre os prédios.

Draco fechou a janela com uma mão enquanto abria sua carta com a outra, cada vez mais confuso.

Malfoy:

Ok, você venceu. Nós aceitamos, embora não gostemos, para que fique registrado. Só quero que você se lembre de que ficarei de olho em você e que não preciso de uma bola de cristal para prever que, se você machucá-lo, Bicuço irá atrás de você e agora serão suas bolas que ele pegará entre o bico e as garras.

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⏰ Última atualização: Dec 10, 2021 ⏰

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