Efeito Azul Celeste • JJK + KTH

1. Capítulo Um

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Era como mais um dia na minha vida estressante e exaustiva como um recém-adulto. Não exatamente significava que eu era um mal-agradecido, não. Era que apenas eu não via mais sentido em toda àquela tempestade que eu havia me metido nos últimos vinte e três anos cansativamente vividos.

Meu nome é Jeon Jungkook e eu sou fruto de um relacionamento bem exótico. Minha família nunca foi do tipo perfeito, mas não valeria a pena pôr defeitos onde não tinha. Minha mãe conheceu meu pai quando ela ainda trabalhava como musicista, foi uma paixão benevolente, que não permitiu que sequer meus avós pudessem se interpor no meio do amor juvenil de ambos. Os pais deles nunca acharam uma ideia prudente que se casassem, principalmente contando com o fato de que eram de classes totalmente distintas, minha mãe fazia parte do grupo dos operários das fábricas do reino de Orégon, e meu pai era quase como um filho do rei Jun. Não era muito, mas já era algo a mais que minha mãe infelizmente poderia conquistar.
Se já não era suficientemente problemático minha mãe ser mais pobre que meu pai, tudo contribuia mais ainda para o azar dos dois. Era quase estritamente proibido que pessoas de classes sociais tão distantes pudessem se envolver ou muito menos se casar, então a melhor saída que tiveram foi manter seu relacionamento às escondidas. Correndo o infeliz risco de prisão ou até mesmo expulsão do reino e banimento permanente das terras banhadas por água cristalina.

Meus pais só tinham a oportunidade de se encontrar durante às sextas-feiras na igreja. Todo o esforço pela parte de meu pai para ver a esposa amorosa valeu a pena pondo em vista que estão casados e felizes atualmente; porém até mesmo ele diz que apenas Deus sabe quantas vezes precisou entrar pela claraboia da capela às escondidas numa área reservada a móveis antigos encaixotados só para que tivesse o prazer de ver minha mãe depois de uma semana terrivelmente estressante ao administrar as coisas do castelo. Seria plenamente romântico — isso se não fosse suficientemente trágica a proibição que o amor imensurável dos dois sofria graças a estatísticas hierárquicas totalmente desnecessárias. Minha mãe assume até hoje que em nenhum momento se arrepende de ter se sacrificado tanto pela felicidade dos dois em conjunto. E eu admiro que ela pense de tal forma, esse ângulo carinhoso e romântico é o que mais me faz tomar o amor dos dois como inspiração.
Tudo iria muito bem se meu pai não fosse coagido à se casar com uma desconhecida pelo seu rei apenas para agrado do líder da monarquia. Meu pai de supetão se recusou, correndo o risco óbvio de decepcionar a autoridade maior ele amava demais minha mãe para que aceitasse aquela situação toda de braços cruzados — mesmo que seus braços já estivessem atados totalmente pelas vivências reais. No fundo minha mãe sabia que seria desleal ver ele desfazendo seu possível futuro na família real por ela, fora os pais de meu pai e toda sua família.

E como se não bastasse, ao negar a proposta, sem surpreender ninguém, o rei tomou dores pela situação e abandonou totalmente o carinho que dizia sentir por meu pai. Em seguida assumiu a responsabilidade de um casório com minha mãe e enfim vieram os transtornos pela parte de meus avós; o resultado foi eles também negligenciando os desejos de meu pai e dizendo que se era assim, que continuasse a vida sozinho. Ele jamais hesitou sobre o amor que tinha pela sua esposa, mas era palpável que ela se sentia mal por sentir que por sua causa ele havia perdido a chance de crescer.

— Vejamos, mãe — falei de forma atenciosa enquanto via ela organizar um ramo de três lindos copos de leite na combinação de um bouquet — As rosas cor-de-rosa estão todas aqui.

— Obrigada, filho. — ela pegou a cesta com as rosas de minha mão e as dedilhou pelo caule distraidamente, como se buscasse arrumá-las no objeto de palha. E continuou — Vou separar esse último ramo de flores e você faz o favor de levar essas encomendas nos endereços que te falei antes, tudo bem?