II - Dois

169 18 0
                                    

Ian

Na manhã seguinte, depois de já ter tomado um banho e estar devidamente arrumado. Fui até a cozinha e tomei um copo de água, seguido de uma xícara de café sem açúcar e uma única torrada. Em seguida, caminhei até o estacionamento do edifício, onde entrei em meu carro e dirigi rumo a minha empresa: Ledger I.T.

Lembro que essa empresa pertenceu inicialmente ao meu bisavô, e soube por meu pai que ele teve muita dificuldade no início, mas depois a empresa foi crescendo ainda mais, se tornando cada vez mais conhecida. Fui lembrando disso no caminho, e me sentindo orgulhoso por poder levar o negócio da família adiante.

Chegando na empresa, o que eu fiz foi cumprimentar alguns funcionários e seguir para meu escritório, entrando em minha sala, sendo seguido por meu secretário.

— O senhor tem uma reunião hoje — ele me lembrou.

— Obrigado, Pitter, pode se retirar.

— Sim, senhor — respondeu antes de sair.

Pitter Stone é meu secretário desde que comecei a trabalhar oficialmente como CEO, ele sempre me ajuda no que preciso. Porém, nisso também tem um problema, infelizmente. Ele tem uma quedinha por mim. Claro, não é nada demais, comparado ao tanto de assédio verbal que já sofri, mas é estranho vindo de uma pessoa que convive comigo basicamente todos os dias. Ele tenta ser discreto, mas obviamente não consegue.

Pitter é muito bonito, e se não fosse pelo trabalho e outros fatores, eu provavelmente daria uma chance. Não posso mentir que ele é atraente, principalmente quando vem trabalhar com as roupas que colam e moldam seu corpo. No entanto, a situação é mais complicada para o meu lado. Sinceramente, não consigo pensar nisso agora. Até porque, a pessoa que eu realmente quero não está comigo.

Sei que se ficasse com ele, não seria de forma sincera nem limpa, eu provavelmente acabaria pensando em Angie.

Me sentando em minha cadeira e espantando esses pensamentos, eu começo meu trabalho. No entanto, depois de umas duas horas, fui interrompido por um furacão chamado Steven, que entrou em minha sala sem nem mesmo bater.

— Eu tive uma ideia — foi a primeira coisa que ele disse — Me passa o número da Angie, vou ligar para ela.

— E o que exatamente você pretende com isso? — eu perguntei, já pegando meu celular para lhe passar o número. Embora seja estranho, ele é meu melhor amigo, então confio nele.

— Vou tentar marcar de me encontrar com ela, só que você vai aparecer no meu lugar.

— E o que te faz pensar que ela vai aceitar se encontrar com você? — perguntei, realmente duvidando de que ela fosse aceitar.

— Cara, eu sou primo do amigo dela.

— Sim, e também é melhor amigo do cara que ela está odiando no momento.

Ele apenas me ignorou, pegou meu celular e discou o número, me devolvendo o mesmo em seguida. No entanto, eu não imaginei que ele fosse colocar a chamada no viva voz.

Sim? — era ela, era a voz dela. E parecia estar diferente, não sei explicar.

— Angie? Oi, é o Steven Spielberg.

Steven? — eu estava com medo, medo de ela desconfiar de algo.

— Eu sou primo do Adam, não sei se você se lembra de mim.

Ah, sim lembro, e desculpe se eu estiver sendo precipitada, mas você também é o melhor amigo de Ian. Então, por favor, não me ligue mais — ela estava pronta para desligar, mas foi interrompida.

Minha Deliciosa Perdição • Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora