·𝙷𝚎 𝚍𝚒𝚍𝚗'𝚝 𝚓𝚞𝚍𝚐𝚎 𝚖𝚎·

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Estava se sentindo tonto, sua cabeça doía

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Estava se sentindo tonto, sua cabeça doía. Seu único pensamento era no que diria quando Pedro e Edmundo aparecessem e encontrassem sua irmã em Cair Paravel.

Susana ficou calada o caminho todo, e seu olhar não chegou a encontrar o do Rei uma só vez. Talvez fosse melhor daquela maneira, depois de tudo. Os Pevensie eram como seus irmãos, e ver que dois deles provavelmente ficariam deveras aborrecidos com a presença de outro, não havia como não se sentir triste.

Chegaram no palácio, Caspian ajudou as duas moças a descerem e voltou-se para Lúcia e Susana, que já estavam no chão. Juntos entraram no castelo, caminhando até a sala do trono que antes pertencera aos Pevensie e que agora pertencia aos Pevensie e a Caspian. Não por muito tempo, já que Susana havia retornado e ele teria de construir seu novo trono.

Lúcia sentou-se em seu trono, relaxando a postura e suspirando após tirar seus sapatos. Susana a olhou com certo susto, e as amigas dela sentaram em volta do trono de Lúcia a pedido da Rainha.

- Sente-se também, Susana, use o seu antigo trono. Ah, Caspian, pode sentar no de Pedro!

Caspian negou com a cabeça e se encostou em uma pilastra atrás de si, certo que era mais seguro do que sentar no trono do Grande Rei.

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O sol se escondeu atrás do mar, dando lugar para a lua brilhante e suas estrelas para que ocipassem o infinito céu de Nárnia. Era noite quando cansados e sonolentos chegaram o Rei Pedro e Edmundo, passaram pelos corredores como quem planejava ir até o quarto e cair na cama em um sono profundo, mas foi uma voz bastante conhecida que fez com que os dois mudassem de rumo.
Pedro percebeu que a irmã estava sentada em seu trono, conversando com os que ali se encontravam, incluindo duas garotas que ele jamais havia visto em sua vida, que estavam no chão ouvindo as histórias da Rainha. Edmundo já estava quase na frente da moça, parou na sua frente e lá ficou. Ela levantou assustada e animada ao mesmo tempo, indecisa se sua melhor decisão seria abraçá-lo ou esperar que ele gritasse com ela.

Mas Edmundo não fez nada.

- Caspian! - a voz era de Pedro, indo na direção da irmã com irritação. - O quê está havendo?

Atrás de Caspian estava Lúcia, e ao lado de Lúcia estava Susana. O Rei Pedro empurrou Edmundo para o lado e ficou na frente da irmã, que ergueu a cabeça para encará-lo.

- Susana. - disse o Rei, observando as mudanças no rosto da irmã, devido a idade.

- Pedro. - ela lhe mostrou um sorriso pouco convincente. Olhou para o lado, onde Edmundo estava. - Ed...

Edmundo caminhou até Lúcia e a pegou pelo braço, a puxando para que ficasse perto dele.

- É impossível que seja ela, Pedro. - disse ele. - Da última vez, muitos anos se passaram  enquanto estávamos em Londres!

- Nada é impossível, Edmundo. - exclamou Lúcia, se afastando do irmão - Não seja tolo! Esqueceu de tudo que Aslan nos ensinou? Eu reconheceria a minha irmã se a visse, e essa é Susana!

- Susana foi embora por deixar de acreditar em Aslam. - Pedro falou, seus olhos encarando os da irmã mais nova - Por que ela estaria de volta agora?

Então Pedro e Edmundo duvidavam da irmã. Trocavam olhares, a encaravam novamente, e nada parecia convencê-los. Esqueceram completamente que atrás da moça haviam mais duas, e esqueceram completamente que além de sua irmã, ela também era a Rainha.

Lúcia virou-se para Caspian e lhe deu uma cotovelada no abdômen, fazendo o rapaz acordar de qualquer que fosse o devaneio que estava tendo.

- Preparem o quarto da Rainha Susana. - Caspian pediu para outros servos que ali estavam. - E lhe dêem algo para comer, depois deixem que descanse. Amanhã será um novo dia, e todos poderão conversar melhor.

Os servos logo obedeceram.
Pedro virou-se imediatamente, observando Caspian com os olhos quase em chamas. Sentia raiva, muita.

- Rainha? Susana não pode ser Rainha! - Edmundo gritou.

- Pode ser Rainha, já que sempre seremos Reis. Mas não me parece amiga de Nárnia, ela abandonou nosso povo. - Pedro olhou Edmundo.

- Não se comporte como um burro! Não cabe a você dizer se ela é ou não amiga do nosso reino. - Lúcia disse ao irmão - Venha, Susana, vou lhe acompanhar até o seu quarto.

- Lúcia! - Pedro a chamou - Você não pode fazer isso.

- Aslam não gostará do seu comportamento, Pedro! - ela retrucou.

- Por Aslam! Sua irmã Lúcia jamais se enganou. Digo, a conheço a certo tempo e aprendi que Lúcia sempre está certa! Não acha que deve ouvi-la? - Perguntou Caspian, se colocando entre Pedro e Susana quando o Rei parecia prestes a verificar se ela era ou não sua irmã.

- Acredito em Aslam e em Nárnia. Sou o Rei, mas também sou só um servo. Então, se um dia minha irmã partiu como Rainha e quis retornar como a mesma, não devo garantir se é ela ou não?

- Caspian, saia da minha frente - resmungou Susana - Se meu irmão não acredita em mim, talvez eu deva apenas ir embora após tanto tempo desejando voltar.

O que aconteceu naquele momento surpreendeu a todos, pois um rugido foi ouvido lá da praia. Lúcia correu imediatamente, Edmundo a seguiu, e até as amigas de Susana não se deixaram temer pelo rugido do rubro leão. Caspian saiu dali, seguido por Susana e Pedro, andaram e desceram as escadas até a mesma praia que há anos os irmãos Pevensie haviam brincado na água.

- É o Leão que eu lhe falei, Susana! Eu o vi na floresta, assim que chegamos! - Foi Letícia que falou, apertando o braço de Susana enquanto caminhavam.
O Leão, parado na areia quente da noite, fez um gesto com a cabeça para que todos parassem de andar.

- Grande Rei Pedro. Questionou a lealdade da sua irmã no mesmo lugar que uma vez ela foi coroada Rainha. Admiro, no entanto, a preocupação que sei que teve com seu povo. Ainda assim, sua irmã está de volta, e por isso deve comemorar! Os problemas dela com Nárnia são apenas entre eu e ela, garanto que já já nos resolveremos. Mas você e seu irmão, que sentem tanta raiva em vão, devem se recolher aos seus aposentos e procurar refletir se é assim que tratam uma pessoa, um amigo, sua irmã. Rei Caspian, pode continuar com seus fazeres - olhou para o Rei, com ar de preocupação - Sabe quais. E minha querida Lúcia, leve sua irmã para que se troque e descanse.

A voz baixa, grave. As patas, a juba, os dentes e os olhos cor de âmbar. Aslam calmo como sempre esteve. Não encarava Susana, não a julgava ou dizia que a lá ela não pertencia, pelo contrário; olhava para Pedro e Edmundo com um ar de tristeza.

- Letícia e Primrose Cerruti. Lhes dou as boas vindas a Nárnia! Daqui há dois dias será o Aniversário de vossa Rainha Susana, comemorem ao lado dela e se sintam em casa enquanto estiverem em Nárnia, pois as duas também vieram por um motivo.

- Sim, senhor... - começou Primrose com a voz rouca.

- Aslam. Rei de Nárnia, acima de Pedro e de todos os outros. - foi Edmundo que explicou, se aproximando da menina que parecia assustada. - Aslam, podemos voltar para o castelo?

- Vão. E lembre-se do que eu falei, Rei Edmundo.

Então voltaram a caminhar até o castelo, Susana com lágrimas nos olhos que a incentivaram a andar mais rápido para que ninguém percebesse. Pedro com mil dúvidas em sua cabeça, lutando contra cada uma delas. Lúcia com um sorriso no rosto por ter certeza que tudo se resolveria. Edmundo um tanto como Pedro. As duas amigas de Susana apenas a seguiam, tentando alcança-la.

E Caspian não sabia o que sentir, mas sabia que o sentimento mais forte em meio a suas dúvidas era a felicidade, pois assim como Lúcia, ele esperava que tudo acabasse bem.
E Aslam os seguia por Cair Paravel.

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⏰ Última atualização: Sep 27 ⏰

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