Alguns dias se passaram até que eu acordei com uma zoada de caminhão próximo a minha janela, levantei correndo pra ver o que estava acontecendo lá fora, e para minha surpresa era uma mudança, alguém definitivamente tinha comprado a casa abandonada ao lado da minha, e já estava se mudando, engraçado porque não vieram visitar antes, ou se vieram eu estava na escola.
Isso era bom porque a noite dava medo aquela casa toda escura tomada por morcegos e zoada estranhas, e triste porque eu não iria mais entrar escondido todas as tardes. Mas minha curiosidade era pra saber quem tinha comprado aquela casa, provavelmente um jovem casal, talvez com filhos chatos!
Fui correndo tomar um banho e vestir uma roupa descente, minha mãe já não estava mais em casa, tinha saído pra algum lugar, eu não moro com meu pai, na verdade nunca o conheci. Éramos eu e minha mãe.
Quando cheguei lá fora fiquei surpreso, confesso que meu coração quase vôo pela boca quando vi aquele homem de pele morena, alto, devia ter uns 30 anos, com uma barba super atraente, ele deveria ser o homem mais bonito do mundo, seus braços eram enormes, talvez fizesse musculação. E lá estava ele carregando as caixas da mudança todo suado, sem camisa. Aquilo me fez ter alguns pensamentos não tão legais...
Fiquei parado babando aquele Deus grego, quando ele percebeu que eu estava olhando, e deu sorriso acenando, eu parecia um idiota, entrei e fechei a porta de casa. Meu coração palpitava e eu não sabia o que fazer. Entrei e fui beber água, aproveitei pra ver TV, já não ia pra escola hoje. Fiz pipoca e assisti um filme não tão legal, quando a companhia de casa tocou, fiquei estressado, não estava com vontade de levantar do sofá pra atender ninguém. Fui lá e quando abro a porta era meu vizinho, fiquei assustado enquanto ele me olhava.
- olá, bom dia. - disse ele
- Bom... Bom dia - eu disse gaguejando
-Eu sou seu novo vizinho, cheguei hoje de mudança, será que você poderia me arranjar um pouco de água gelada? - Disse ele estendendo aquelas mãos grandes segurando uma garrafa de água.
Eu fiquei parado durante alguns segundos olhando para suas mãos, até que reagir e disse que pegaria água. Enchi sua garrafa e a entreguei, minha vontade era de chamá - lo para entrar e dar um trato nele lá dentro, mas eu não seria tão ousado assim.
Ele se despediu agradecendo pela água e eu entrei em casa novamente.