Capítulo 2 - Longe

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Catra voltou para a floresta assim que almoçaram no dia seguinte. Ela caminhava entre as árvores tentando não pensar em nada, apenas olhando para a posição do sol para poder ir na direção que pretendia. Sua bolsa estava cheia de comida. Adora não estava prestando atenção neste momento, já havia se tornado normal que ela sempre voltasse para aquela floresta.

Melog estava andando na frente dela, pulando alegremente nas árvores e indo mais longe para ver como era o novo trajeto.

"Eu nunca vim para esta parte da floresta", disse ele.

"As pessoas não vão frequentemente nesta direção porque há muitos poucos vilarejos por aí, e eles se tornam cada vez menos à medida que você entra. Eles vivem mais independentemente do reino aí e não possuem muitos recursos. Existem menos rios" Catra estava explicando enquanto se lembrava do conhecimento de capitã da força que ela não conseguia parar de pensar no dia anterior.

"Ah, legal. Você está buscando algo específico?"

"Não"

Ela estava focada em encontrar o único rio que seguia naquela direção. Estava longe disso.

O dia foi passando e não parava de andar. Estava sempre procurando o sol para verificar se não se perdera. Mas onde estava aquele maldito rio?

Quando o sol estava se pondo, ela finalmente ouviu. Correu na direção do barulho animada, e lá estava um pequeno rio passando. Ela se sentou ao lado dele e encheu a garrafa que trouxera, com a intenção de purificar a água com fogo depois.

"Vamos dormir aqui?"

"Não" Seu estômago rugiu. "Mas talvez eu possa comer"

Melog não costumava comer.

Ela comeu um pouco da comida e continuou caminhando ao longo do rio.

A noite passou e ela não parou. Foi dormir quando já era tarde. Não que geralmente dormisse cedo de qualquer maneira.

No dia seguinte, encontrou uma aldeia. Ela comprou mais comida no mercado e passou sem falar muito.

Outro dia se passou com Catra caminhando na mata. Seus pés estavam sendo arranhados por galhos no chão. Eles também estavam inchados. Ela parou mais cedo naquela noite.

"Uau, você está cansada!"

"Bem observado" Ele lambeu seu rosto. Ela estava exausta demais para se limpar. Então, se deitou sobre ele e dormiu.

Vários dias continuaram esse padrão de Catra indo a pequenas cidades para comprar coisas e entrando na floresta. Ela passou por duas aldeias e, depois disso, foram dias sem nenhuma.

"Você vai parar logo?" Melog refletia a ansiedade de Catra. Ele estava começando a dizer isso cada vez mais à medida que Catra sofria com o isolamento a que se subjugara. "Não é longe o suficiente" ela respondia, mas agora estava começando a ficar insuportável. O arrependimento estava crescendo forte.

"Merda, Melog. O que eu estou fazendo?"

"Você precisa encontrar outra aldeia"

"Deviam existir comunidades por aqui, mas ninguém sabe muito sobre elas... E se elas não existirem?"

Melog hesitou. Ele então andou para frente no caminho, além de onde Catra pudesse vê-lo. Ela não tinha certeza se deveria esperar que ele voltasse. Ele não voltou. Ela seguiu com menos confiança pelo rio, que estava ficando mais ralo e logo terminaria em sua nascente.

Melog não voltou até a noite. Catra ficou muito feliz e aliviada ao vê-lo. "Melog!" Ela foi abraçá-lo.

"Catra! Catra!"

O que resta de CatraOnde histórias criam vida. Descubra agora