Capítulo dois - Perigo

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Quatro meses se passaram desde que Alexia está morando em minha casa.

As coisas estão indo bem, nada daquele dia foi mencionado até então, passamos uma borracha naquilo e estamos convivendo muito bem. Mas Alexia era muito diferente de mim, as vezes era um pouco arrogante, muito provavelmente pela sua criação.

Essa noite vamos fazer uma "festinha" entre eu, Alexia e Melissa. Elas se tornaram muito amigas também. Acho que eu achei duas amigas para a vida toda. Nossas festas se resumem a bebidas, fofocas da faculdade e música, claro.

—Porque diabos você está passando maquiagem, Lexie? — Alexia era muito vaidosa, sempre estava arrumada e maquiada, era um dos pontos que convergíamos.

—Porque eu quero. — ela respondeu depois de fechar um pó compacto da MAC.

—Será apenas eu e Mel, não precisa se arrumar. — reviro os olhos. Alexia estava no quarto que antes era da minha ex colega de quarto.

—Quem disse que eu me arrumo para os outros, garota? — ela riu. — Estou me arrumando apenas para mim!

— Vai tirar foto pra ele, né? — Encarei Lexie como se soubesse de todos os seus pecados, e eu sabia mesmo. Ela revira os olhos e concorda com a cabeça.

—Sim...

—Tem que parar com isso, mulher! — Alexia deixou um cara em São Paulo, um ficante que não era namorado mas era quase. Ela sofria demais por ele, e pelo que ela me diz, ele é um verdadeiro lixo ambulante. — Tem que bloquear esse arrombado.

—Eu sei, é que... — e então começou a chorar novamente. Era um assunto sensível sempre, e ela sempre chorava.

— Ah não, me dá esse celular, eu vou bloquear ele agora. — roubei o celular de sua mão e mandei ela colocar no perfil dele. Eu sequer olhei a foto, apenas bloquiei.

— Pronto. NÃO DESBLOQUEIE. — abracei ela e sai do seu quarto.

Pego meu celular e ligo para Melissa.

— Mel?

— Oi Emy, o que houve? Pensei que era só para ir lá para as oito e meia.

— Não é isso, Lexie tá se lamentando de novo pelo maldito Renato. Peguei o celular dela e dei block logo nele. O que acha?

— Acho ótimo, espero que ele morra.

— Vem que horas?

— Não sei, posso ir mais cedo??

— Deve, até já.

— Até.


Sento-me no nosso sofá novinho em folha e totalmente rosa que Alexia comprou. Era ótimo ter uma roommate rica. Mas por mais que eu e Lexie tenhamos ignorado o que aconteceu no dia que nos conhecemos, de vez em quando eu volto a pensar sobre os nossos beijos, na boate, no banheiro da boate, a sua cama no Hotel de luxo... é complicado esquecer por completo, confesso que por vezes acontece alguma tensão sexual entre nós dentro do apartamento mas as duas são maduras o suficiente para entenderem que se isso acontecer, vai ser uma verdadeira bosta para ambas. Encaro minha parede branca pensando em como a boca de Alexia é maravilhosamente deliciosa, até que sinto meu celular tocar penso em Melissa, mas para minha surpresa, era um número desconhecido.

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— Alô?

— ...

— Alô quem é?

— ... - e a pessoa desligou.

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— Quem era? - Alexis pergunta ao entrar na sala para buscar algo, aparentemente.

Ela. Alexia.Onde histórias criam vida. Descubra agora