Capítulo 7

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Chego no prédio quase correndo, meu coração estava acelerado demais, tanto por ter estado dentro de um carro de um homem totalmente desconhecido enquanto eu segurava uma faca, ou pelo fato de Alexia estar indo de encontro com o então provavelmente manipulador, agressor e ameaçador ser que mandou eu me distanciar dela.

Entro no apartamento desesperada, demorei pra achar a chave dentro da bolsa e isso me causou um mini-infarto de ansiedade. Abro a porta e ainda vejo Alexia indo pra lá e pra cá pelos cômodos, escuto música alta e a vejo.

Ela estava linda.

Usava um vestido preto com a saia meio solta, o que contrastava com a sua pele. Estava usando uma maquiagem fraca, seus cabelos negros estavam soltos, e ela... ela cortou uma franja. Suspirei ao ve-la.

— Emy! — ela parecia surpresa ao me ver. Sabia que eu não chegaria tão cedo... mas ela não contou com a ajuda do menino Patrick.

— Alexia, você não pode ir atrás de Renato. — digo, largando a bolsa em cima do sofá e indo em sua direção.

— Olha, Emily, eu sei das coisas que já disse sobre ele, e bom, você tem toda a razão de não aprovar isso, mas eu estou indo. Colocando a minha conta em risco mesmo. — ela disse, sorrindo, como se não tivesse passado os três meses em que nos conhecemos falando de como Renato era um homem abusivo, que só cozinhava ela, não a assumia e etc. Sinto meu corpo inteiro entrar em estado de choque só com o pensamento desse arrombado tocar em Alexia e fazer algum mal a ela. Quando ele souber que eu ainda estou aqui... que Alexia ainda é próxima de mim... Eu NÃO PODIA deixar Alexia sair com ele.

— Você está fazendo novamente. — suspiro fundo. Sempre dizia isso quando Alexia começava a agir como riquinha mimada. Eu não tinha muita paciência para isso.

— Não, Emily! Isso é diferente! — ela bufou. — Essa é a minha vida! Pela primeira vez em 22 anos eu estou tendo liberdade de fazer o que quero! — ela começou a andar de um lado para o outro e eu comecei a tremer. — Você sabe como é ser vigiada 24hrs por dia? Alguém sempre no seu pé, vendo tudo que você faz? — ela quase que gritou. Me arrepiei lembrando da mensagem do ameaçador. Eu poderia não saber o inferno que Alexia vivia antes, mas certamente ela não sabia do que eu estava passando agora. Precisava faze-la ficar. De qualquer forma. Mas ela não parava de falar. — A vida é minha! Eu faço o que eu quiser! — ela parou em minha frente. Nessa altura eu já tinha sentado-me no sofá. Estava cansada, com medo, assustada, e ainda precisava lidar com a birra dessa mulher de 22 anos. Reviro os olhos.

— Pare de ser doida! O cara é super abusivo, tá só se aproveitando de você! — tentei ser realista, talvez com a verdade jogada na cara dela, ela acordasse pra vida. — Meu deus, Alexia!? Você se mudou de São Paulo pra ter sua vida controlada por ele aqui? — ela me encarava com raiva.

— Eu vou, Emily. Quero me encontrar com ele, eu vou! — ela se colocou em minha frente. Levantei do sofá, a encarando com certa raiva também.

— Você não pode ir! — eu já não sabia o que dizer.

— Porque não, Emily, me diga! — ela parecia chateada. Me senti triste, magoada, sozinha. Eu estava tentando proteger ela, inferno!

— Porque... por.. — ela me encarava esperando uma resposta. Eu não sabia o que falar, única coisa que pensava era nela sozinha com aquele psicótico. 

Mas então, talvez por impulso, eu a beijei.

Assim como ela me beijou naquele dia, naquela boate. 

— Porque não esqueci do beijo que você me deu. — digo, quase sem ar, sentia meu corpo inteiro em estado de alerta. Logo me afastei. Ela me encarava, não saberia dizer se sua expressão era de confusão, felicidade ou tudo juntos. Ela me puxou pela cintura e me dou outro beijo, eu não estava esperando por isso, não mesmo. Sinto seus lábios tocando os meus, minhas mãos logo estavam em volta do seu pescoço. Alexia me beijava avidamente, como se estivesse esperando por isso a tempos, bom, eu estava.

De repente aquela briga não existia mais, Alexia e eu estávamos nos beijando no sofá, suas mãos passeavam pelo meu corpo, logo ela arrancou minha blusa e eu tentei tirar seu vestido, sem sucesso. Ela levantou-se e o tirou em minha frente. O corpo de Alexia era lindo. Logo ela deitou em cima de mim e voltamos a nos beijar, eu me sentia totalmente extasiada. Nada mais importava naquele momento além de Alexia beijando-me o corpo, tocando-me os cabelos.

— Vamos pro quarto... — ela sussurrou em meu ouvido e eu apenas a obedeci, sendo guiada por ela até seu quarto. Ela deitou em sua cama e dessa vez eu quem estava por cima, admirando sua beleza. Ela abriu meu sutiã e logo depois tirou o próprio. Nossos corpos pareciam que estavam necessitados um do outro. Não conseguia desgrudar de Alexia, estávamos na mesma sintonia. De repente nada mais importava, nem briga, nem seres robóticos enigmáticos, muito menos ex-namorados loucos. Tudo que me importava naquele momento estava nua naquela cama, gemendo enquanto nossos corpos se esfregavam continuamente. Alexia me olhava com desejo, depois de tanto tempo escondendo isso dentro do âmago do meu ser, eu finalmente poderia mostrar aquela mulher quanto ela me deixava maluca.

Depois de gozarmos diversas vezes, encarei Alexia que possuía o rosto corado. Ela me encarou e sorriu. Eu sorri de volta, dando-lhe um beijo demorado.

— Achei que seriamos só amigas. — Ela diz, rindo ironicamente.

— Eu também. — suspiro. Alexia certamente era a mulher mais linda que já havia passado por esse apartamento. — Nunca é tarde demais para colorir. — digo, rindo, mas ao mesmo tempo nervosa. Não queria amizade colorida nenhuma. Não poderia ter feito isso. Vai ser mais doloroso do que antes. Sinto meu peito doer. Alexia me encara curiosa.

—Já se arrependeu? — ela perguntou.

— Não. — mas talvez eu devesse.  

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⏰ Última atualização: Mar 02, 2021 ⏰

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