O velho viajante

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Sou um velho viajante
Trilhas escuras, caminhei
Perigo impremeditado, corri
Vastos rios, mergulhei
Honrosas medalhas, conquistei
Sorrisos avantajados, presenciei
Lágrimas álgidas
Derramei
Sou um velho viajante
Andarilhei por distintos rumos
Ora tácidos, ora estrépitos
Uns temerosos, outros lisonjeiros
Andarilhei
Sou um velho viajante
Fruo de díspares sensações
De ondas trêmulas
Que percorrem a minha alma
Contemplei
Sou um velho viajante
Compungido do passado
Oculto do presente
Expectador do amanhã
Silenciei-me
Sou um velho viajante
Buscando a minha luz
A liberdade, a vida
Confinado na incerteza
E em suas interrogações
Sou um velho viajante
Com passaporte somente de ida
À espera do voo
Que me guiará
Das matérias, me apartarei
Minha alma, caminhará
Sou um velho viajante
Na vida, outra vez
Aspiro viajar
Sou um velho viajante.

Em memória de Jorge, meu pai. Te amo!

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