The End (Oneshots)

FRERARD

O MUNDO VAI ACABAR!

É o que passava em todos os noticiários, um míssil fora lançado por algum país, não importava qual naquele momento de aflição, com isso os pobres habitantes do planeta Terra agora só tinham pouco mais de 2 horas de vida.

O que fazer nesse tempo? Gerard pensou inquieto enquanto bebia seu café, não havia tempo para pegar um ônibus para ver seus pais ou seu irmão mais novo, tentou inúmeras vezes ligar, mas apenas conseguiu durante poucos minutos se despedir de Mikey e de seu melhor amigo Raymond, não havia muito o que fazer quanto a isso, a comunicação havia acabado, a internet não funcionava, a área do celular também não.

O fim era um caos, pessoas gritando e chorando por todos os lados em desespero, os carros batiam, os cachorros latiam, pessoas se abraçavam desesperadamente, foi isso que Gerard percebeu ao olhar sua rua pela janela, decidiu então que talvez a rua fosse um pouco menos pior do que passar seus últimos momentos em casa sozinho pensando no que poderia ter sido sua vida dali em diante caso tudo que ele tinha como existência não fosse ser destruído.

Ele se olhou no espelho, vendo seus cabelos escuros bagunçados e a pele extremamente pálida com olheiras profundas resultante dos momentos de insônia, ser um professor de artes de 27 anos resulta em noites mal dormidas e a vida em pensamentos inquietantes, se perguntou quais seriam os motivos de tentar se arrumar, não achou nenhum além do prazer e do conforto de usar suas roupas favoritas.

Andou pelas ruas e sentiu alguns apertos no peito resultantes das lágrimas e das vozes exaltadas, pessoas em seus carros tentavam a todo custo não ficar inertes, o que era difícil pois o número de automóveis na rua era grande, todos queriam dar o último adeus.

Mas seus pensamentos foram quebrados quando avistou, não tão longe um jovem um pouco pitoresco, em meio a toda aquela desordem ele estava com um pequeno cachorro em mãos, tapando suas orelhas e dizendo para o pobre animal que tudo ficaria bem, no entanto um barulho muito forte fez com que ele corresse das mãos daquele que o ajudava e corresse na direção de Gerard, que com um pouco de dificuldade acabou pegando a pequena criatura.

-EI!- Grita o rapaz. - obrigado por ter segurado ele!- o cachorro é entregue e Gerard dá um pequeno sorriso ao escutar aquela voz, ele observou o quanto o homem a sua frente era bonito, era de uma estatura baixa, o que Gerard pensou ser adorável, a pele limpa e os cabelos em um penteado punk, além disso tatuagens adornavam o seu corpo, dando um destaque ainda maior.

-Não foi nada, fico feliz em ter ajudado seu cachorro.

-Ele não é meu cachorro, quer dizer...- ele deu um pequeno sorriso. - agora ele é.

-Deveria leva-lo para casa, o barulho não vai diminuir, não antes das próximas 2 horas.

-Eu adoraria fazer isso, mas eu acabei de largar o trabalho, sabe como é né? FODA-SE ESSA MERDA, Acabei de ver o noticiário e não consigo um ônibus pra ir até minha casa.

-Eu moro aqui perto, pode ir pra lá se quiser, não quero passar meus últimos momentos sozinhos

-Sério?

-Sim, claro, a propósito, meu nome é Gerard, Gerard Way. - disse estendendo a mão.

-Muito prazer, meu nome é Frank, Frank Iero, e essa ao meu lado agora é a Louis.

-Um nome bem interessante.

Os três caminharam juntos até o apartamento do maior e logo adentraram, Louis pulou dos braços de Frank e começou a correr pela casa, mordendo tudo que encontrava pela frente.

-Não!- Frank fala indo em sua direção, mas parou por um estante quando Gerard colocou a mão em seu ombro.

-Não acho que precise se preocupar, nada disso vai existir amanhã, quer uma bebida?

-Eu adoraria.

Gerard vai até a cozinha e volta com uma garrafa um pouco diferente em mãos e dois copos longos, os enchendo logo em seguida.

-É cachaça, meu colega de trabalho Gabriel é Brasileiro, ele me deu essa garrafa de presente, acho que você vai gostar.

-Belo apartamento.- o menor olhava cada detalhe.

-Obrigado.

-Mas então Gerard...foi você que fez esses quadros?

-Sim, estudei artes, sou professor em uma escola no centro, adoro desenhar, sempre faço isso nas horas vagas.

-Eles são bem legais.

-E você? O que faz da vida?

-Bem...eu só trabalho em um posto de gasolina.- respondeu coçando a cabeça em claro sinal de nervosismo.

-Aposto que você deve fazer outras coisas, tem hobbys, amigos.

-Haaa sim, tenho 22 anos apesar do tamanho, eu sei tocar guitarra e amo plantas e animais no geral.- falou empolgado.- não tenho muitos amigos aqui, na verdade acho que tirando os meus colegas de trabalho, você é o primeiro que faço, eu morava em Nova Jersey então tudo pra mim aqui é muito novo.

-Nova Jersey? Também sou de lá, minha família toda está lá na verdade, meu melhor amigo também.

-Cara...que conhecidencia, poderíamos ter sido amigos lá, seria bem legal.

-Eu adoraria ter sido seu amigo antes.

-Seria um máximo, imagina em uma realidade que não fossemos morrer daqui a uns...- ele olha o relógio na parede.- 40 minutos.

-Você não parece muito preocupado com isso.

-Você também não, sabe eu só não quero passar meus últimos momentos triste, e você?

-Eu já sou uma pessoa um pouco triste.

-Talvez você fosse mais feliz se tivéssemos nos esbarrado na rua antes!

-Aposto que sim.

-Posso fazer uma coisa?

-O que?

Frank se aproxima lentamente e tira os cabelos que invadiam a face do mais velho, os colocando atrás da orelha.

-Isso...- ele encosta os lábios e começa um beijo calmo que não durou muito. - Poderíamos ter sido mais do que amigos...

-Poderíamos.

-Imagina se nessa realidade fossemos inseparáveis.

-Você poderia ser um guitarrista famoso, ou um biólogo.

-Você seria um artista super famoso então, poderia ter escrito uma história em quadrinhos super incrível, aposto que viraria uma série, ou filme, ou algo do tipo.

-Eu poderia ser parte da sua banda.

-Claro! Você seria o vocalista, você tem cara de vocalista.

-Sabe, eu cantava na igreja quando era menor.

-Tá vendo, seriamos colegas de banda, e ainda grandes amigos e quem sabe até namorados.

Gerard se aproxima dessa vez sendo ele a iniciar o beijo, ele segurou firme os cabelos do jovem a sua frente que entrelaçou os braços naquela cintura.

-Não consigo imaginar alguém melhor pra passar meus últimos minutos.

-Eu também não.