Capítulo 2- Uma estranha interessante!

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-Liam-

Eu só queria me entupir de sorvete e Macarons, mas quando estava sentando em um banco, apreciando a vista, umas meninas começaram a me encarar, e entrei em desespero, se elas viessem falar comigo me reconheceriam, e BUM! Dia normal, ia para o lixo! Então tive uma ideia, me refugiar no Louvre, afinal quem entraria em um museu chato? Só turistas e um pop star fugindo!

Comecei a caminhar pelo local, nunca tinha ido em uma museu, história não era meu forte! Pra que viver do passado? Vamos olhar para o futuro! Mas até que é bem interessante lá dentro, é calmo! Como não é temporada, não tem tantos turistas, o que deixa o local mais silencioso, ótimo para refletir e passar um dia normal. Caminho mais um pouco e avisto um banco, de frente para algumas estatuas estranhas. Me sento no mesmo e tiro um saquinho de amendoins, que havia comprado. Fico ali olhando para as estatuas estranhas, algumas sem braços, quem faz uma estátua sem braço? Esses artistas tem olhos diferentes para tudo!

Me perco em meus pensamentos, até fixar meu olhar em uma menina. Ela é loira, tem algumas trancinhas pelo cabelo, mas ele está desarrumado, o que a dá um ar despojado. Ela usa uma calça jeans, com a barra dobrada, uma camiseta branca, escrito em azul "Girl power", ela calça um tênis branco. É uma roupa bem básica, exceto por um prendedor de cabelo de veludo azul tifani em seu braço, que é bem visível. 

 Ela não tem cara de ser aquelas patricinhas de Paris, na verdade nem parece ser francesa, tá mais para inglesa. O que? Eu moro na Inglaterra, sei como são as garotas britânicas! 

Essa menina é estranha, ela está observando uma obra, mas não parece gostar muito, pois pela sua cara, ela está prestes a destruir a mesma e vomitar em cima! Descido ir até ela, sei que posso por minha identidade em risco, mas estou curioso para saber o porquê daquela feição. E qualquer coisa eu saio correndo!

- Tá tudo bem? – Me aproximo da menina sem tirar meus óculos e boné. Ela em seguida fica seria, se virando para mim, mas logo abre um sorriso. Pronto, ela me reconheceu, melhor eu fugir enquanto ainda há tempo!

- Tá sim! – Ela diz com o sorriso mais sincero que já vi na vida – Por que não estaria? – Tá legal, ela é estranha! Primeiro, como consegue mudar de feições tão rapidamente? Segundo, ela é cega, como não me reconheceu? Sei que meu disfarce é bom, não um dos melhores, pois é bem obvio, então como ela não se jogou aos meus pés ainda? Terceiro, a explicação para os dois primeiros pontos é que ela é uma sociopata e quer me sequestrar! 

Ótimo, preciso sair daqui! Eu devia ter ficado no meu canto, bem que dizem que a curiosidade matou o gato! Sou tirado dos meus pensamentos por uma risada gostosa de se ouvir, quando voltou a mim, percebo que ela estava rindo, rindo da minha cara!

- O que foi? – Falei rígido

- Você me pergunta se estou bem, mas parece que você viu um fantasma! – Ela soltou mais gargalhadas contagiantes – Por acaso você não é um tipo de viajante no tempo que está à procura de alguém? Se esse alguém for eu, sinto lhe informar, mas não vou a lugar nenhum com você! – Ela cruza os braços. Essa menina está de brincadeira com a minha cara!

- Você é maluca! – Falo e ela muda sua expressão meiga e inocente para.....brava? Não sei dizer, é uma cara de brava, mas é fofa ao mesmo tempo – Por que estava olhando como se quisesse destruir essa obra? – Olho para a obra, não entendo de arte, mas já a vi em algum livro de historia

- Estava olhando os diferentes ângulos...- O assunto pareceu anima-la e ela voltou a feição doce e inocente. A olho confuso, tentando entender seu objetivo – Essa obra é "A liberdade guiando o povo" de Eugène Delacroix. Esse quadro é considerado o ícone das revoluções ocorridas no fim do século XVIII e início do século XIX. São as lutas das camadas populares pela igualdade. Eu gosto de encarar as obras pelos seus diferentes ângulos! Tipo aquela multidão de homens e jovens com armas e espadas, eles estão com raiva, com sede por vingança, querendo acabar logo com as revoltas e declarar vitória – Ela aponta para as figuras – Ai gosto de pensar quais seriam minhas expressões se estivesse no lugar deles! Seria tipo: olhos prontos para matar e com desejo – Ela tenta fazer uma expressão sedenta e vingativa, o que acaba me fazendo rir e ela cora – Enfim, a figura principal é a mulher com a bandeira. Ela está determinada, ela incentiva e chama os companheiros com seu olhar. Eu a representaria como alguém com esperança e determinação – A menina faz outra careta

- E o que você estava tentado interpretar antes de eu chegar? – Pergunto me lembrando de suas caretas de nojo

- A classe alta, a quem o povo pede igualdade! – Ela dá de ombros e eu rio – Bem, ou essa obra só é um tedio e eu comecei a fazer caretas para chamar a tenção de alguém nesse museu – Ela muda o tom de admiração, para um brincalhão

- Isso faz sentido, mas você ainda é maluca! – Falo e a vejo voltar com sua expressão que suponho ser braveza

- Você que está falando com uma estranha, você que é maluco! – Ela diz irritada

- Você está se contradizendo coração! Você também está falando com um estranho, apesar de saber meu nome. Então isso te torna mais maluca ainda! – Digo e ela me olha irritada e ao mesmo tempo confusa

- Você causou uma boa impressão, bancando uma de bom moço, mas agora já vejo que é um chato e convencido! – Ela revira aqueles azuis como o oceano– E por que eu saberia seu nome?

- E por que você não saberia? – Falo brincando com ela, que revira os olhos novamente – Há deve ser esses óculos e boné! – Digo olhando para os lados, para ver se não tinha ninguém, e aparentemente só nós estávamos ali

- Não sei quem usa óculos escuro em um museu – Ela dá de ombros

- Prazer! – Estando minha mão, eu já esperava ela pulando em meus braços, mas a menina não mudou a expressão

- Prazer desconhecido! – Ela aperta minha mão. Serio que ela não sabia quem eu era? O maior astro pop está na sua frente coração, hello!

- Você não sabe mesmo quem eu sou? – Pergunto incrédulo

- Por que deveria saber? – Ela dá de ombros, mas se vira para mim novamente – Na verdade sei sim! – Ela abre um sorriso e eu me animo, só esperando o abraço e o pedido de um autografo – Você é o cara chato e convencido, usa óculos de sol dentro de um museu fechado, e fala com desconhecidos que encaram quadros com feições estranhas! – Ela diz rindo em um tom brincalhão

- Você é impossível! – Digo irritado, vendo a menina se divertir com a minha cara. Como ela não me conhece, só pode ser brincadeira né!

- Vou levar isso como um elogio! – Ela sorri, e que sorriso lindo em! – Você é inglês né? – Assenti com a cabeça, pelo menos isso ela acertou né! – Eu percebi pelo sotaque, e seu francês fajuto. Você não sabe pronunciar muito bem algumas palavras – Ela falou mesmo o que eu ouvi? Meu francês é ótimo! Tudo que me dedico é ótimo!

- Olha quem fala! Você também não é francesa! – Digo irritado

- Mas você só percebeu isso porque tenho cara de britânica, não por que meu francês é ruim! – Ela dá uma piscadinha e começa a rir. Essa menina tá zuando com a minha cara

- Olha aq... – Não consegui retrucar, pois o celular da mesma começou a tocar

- Droga! – Ela faz uma cara de quem vai levar a maior bronca. Espero que leve mesmo! Para aprender a ser mais cordial – Tenho que ir...Obrigada por suas opiniões – Ela diz em tom irônico

- Eu que agradeço por suas críticas construtivas! – Falo no mesmo tom

- Adeus desconhecido dos óculos escuros! – Ela diz, já se afastando, mas vira rapidamente – Não fale com estranhos!

- Se fosse assim não teria conhecido você! – Ela revira os olhos e volta a caminhar – Ei! Qual o seu nome? – Digo praticamente gritando, mas a menina ignora minha pergunta e logo some da minha vista. 

Dou de ombros e recoloco meu disfarce, voltando a relaxar e ter um dia normal! 

Meu querido pop starOnde histórias criam vida. Descubra agora