O grande dia, ou não!

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Não sei vocês, mas odeio acordar cedo. Porra! parece que não descansei.
Mudando de assunto, há uma razão pela qual sai da cama às seis da manhã. Leandro. Hoje completamos três anos juntos, e claro, não iria deixar passar em branco.
Acreditem ou não, encontrei o grande amor da minha vida. Ok, tenho apenas 20 anos, porém essas coisas não tem nada haver com idade.
- Thomás, você vai se atrasar! - mamãe como sempre gritando sem perceber.
- Já vou - respondi me lembrando dos mil afazeres que tenho hoje. Tudo precisa ser perfeito.
Parei por um instante e reorganizei as ideias. "faculdade, academia, encontrar as meninas e colocar em ação os planos. Talvez a academia possa ficar pra depois.
- bom dia, apressadinha - beijei seu rosto um tanto enrugado.
- Se não fico no seu pé, você se perde planejando tudo e no fim não faz nada.
- Acabei decidindo que não vou à academia.
- Se ele for dormir em casa me avise, seu pai volta de viagem hoje e está cansado - disse em um tom ranzinza.
- Mãe, ele sempre tá viajando e sempre tá cansado. E outra, Leandro sempre dorme aqui.
- Mas - cortei ela com um sinal.
- Estou saindo!

Acabei chegando cedo ao centro da cidade, professor nos liberou da última aula, o que adiantou o processo. Joyce estava atrasada, mas consegui me virar sem ela.
Meu celular tocou. Era ele.
" Feliz aniversário para nós" foi a primeira frase dita por ambos.
- o que vai fazer no restante do dia - ele perguntou curioso - quero te ver.
- Ah, amor, tenho algumas coisas pra resolver, mas podemos jantar à noite. O que acha ? - desconversei.
- Porra, Thomás, nem no nosso dia tu arruma tempo pra mim.
- Calma, não briga comigo. Como está sendo o trabalho hoje? ( ele é gerente de uma farmácia).
- Como sempre corrido, mas tudo ok. Inclusive vou desligar, já que não há tempo pra nós sequer almoçarmos juntos.
Leandro quando quer parece uma criança de sete anos. Mesmo ele sendo cinco anos mais velho.
- desculpa a demora - Joyce se sentou ao meu lado, junto de Olívia. Somos um trio - ela viu um cara bonito, ficou assanhada e ele percebeu.
- Ai só estava dando uns beijinhos.
- Amiga, você não tem jeito - rimos - Joyce, Diego já confirmou contigo se vem?
- Sim, assim que pegar as bebidas vira pra cá.
- Ainda acho que devia chamar os meninos da educação física -Olívia disse.
- Eles nem são da nossa turma.
- Ela quer ficar com eles - Joyce explicou.
- Ah, claro - conclui.

Após um longo dia, cheio de preparações, estava muito cansado. Todos estavam no salão, nossos amigos, parentes, aqueles os quais sempre nos apoiaram. Leandro estava demorando, então resolvi ligar. Um, dois, três toques e nada. Quando estava prestes a desligar, atendeu com uma voz estranha.
- Ta tudo bem? - perguntei.
- Academia - disse ríspido.
- Mas você não faz academia.
- Comecei hoje - ofegante.
- Okay... enfim, vem pra casa, quero te contar algo.
- Tá, estou indo - finalmente a voz estava mais calma.
- Vem logo, te amo!
Olívia estava descontrolada, bebendo e sendo sexy ( o que não era novidade nenhuma) Joyce e seu namorado Diego me ajudaram a terminar a organização dos balões. E claro, minha mãe estava louca de procuração por conta do meu pai.
Eles me aceitam completamente, e me sinto muito sortudo por isso, mas meu pai é muito rígido e odeia bagunça.
Quando ouvimos o som do carro de Leandro, apagamos todas as luzerna os convidados se esconderam.
- Thomás ? - ele entrou a acendeu a luz.
- SURPRESA! - todos gritamos.
Ele olhou com uma feição assustada, procurando um rosto específico e achou. Me encarou nos olhos, sem entender. Fui até ele e o abracei forte.
- isso tudo é pra ti, pra mim, pra nós. Há três anos atrás lhe conheci, e jamais imaginei que nos tornaríamos o que somos hoje. Eu te amo mais que qualquer coisa, e poder chegar a essa data ao lado de alguém que amamos tanto é algo raro que pretendo preservar para o resto da vida!
Não recebi nenhuma reação, o que começou a me incomodar. E então ela veio, o choro. Leandro soluçava alto e ainda sem entender o motivo me aproximei.
- o que foi - perguntei apreensivo - todos estão te olhando e não é com uma cara boa.
- Eu não te mereço - finalmente dias algo.
- Por que diria isso?
- Hoje não estava na academia.
- E onde estava? - perguntei temendo a resposta.
- Eu saí com uma pessoa. Estava com raiva, tu não me dava atenção, e era um dia importante pra nós - ele respirou fundo - transamos, mas não houve sentimento algum, eu amo você.
Não consegui esboçar nenhuma reação, ao menos sentir algo específico. Como eu pude ser tão tolo a ponto de achar que daria certo com alguém ?
O olhei novamente, mas agora com pena de mim mesmo. Em uma fração de segundos, ele estava no chão, com o nariz quebrado. Joyce gritou e se escondeu atrás de Diego. Um menino ( muito bonito por sinal) bateu nele. Não o conhecia, porém nem questão fiz. Subi as escadas para meu quarto, e ouvi minhas amigas mandando o pessoal embora. Também ouvi Diego gritando com Leandro.
Estava tão atordoado, sem entender, sem absorver. Três anos jogados fora. Se há algo que jamais perdoarei é a traição. Nenhuma justificativa parecia plausível. Eu dei tudo de mim para esse relacionamento, nunca fui perfeito, mas me trair desse jeito, foi imperdoável.
Os próximos dias foram apenas escuridão. Pode parecer ridículo, mas estava perdido. E claro, ele me ligava todos os dias, tentava conversar, mas não dava bola. O lado negativo de amar alguém é isso, inconscientemente, tu deposita a sua felicidade naquela pessoa, e depois fica destruído.

Metamorfose do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora