9. "...maybe I can kill him before dinner!"

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P.O.V Amelie // 1920

- Ah merda! - eu me arrependi de ter passado pela porta da confeitaria no mesmo momento em que meus pés pisaram na madeira da soleira, tentei voltar mas Five já nos guiava para dentro e acho que sair correndo dali chamaria a atenção indesejada de quem eu menos queria -

- Querida você está bem? - ele perguntou assim que viu meu rosto provavelmente mais pálido do que o normal -

- Ahãm... - murmurei o puxando para uma mesa afastada, praticamente escondida, das demais e sentando ali -

- Amelie o que aconteceu? E não me diga que está bem, eu sei que não está, só pelo fato de não ter ralhado comigo por ter te chamado de 'querida'! - Five sentou na minha frente e como aquelas mesas redondas eram minúsculas, eu conseguia sentir sua perna encostar na minha e mesmo os dois estando vestindo calças, a quentura da sua pele salpicava a minha - 

- Não é nada, eu juro! Deve ser a fome, é, com certeza é a fome! - ele iria contestar, na verdade sua boca já se abria para proferir alguma coisa como, "eu posso fazer você falar", mas graças ao bom Deus fui salva pelo gongo, ou melhor, pelo garçom  -

- Boa tarde, gostariam do cardápio? - o moço perguntou e sorriu para mim, quase que ignorando a presença do meu acompanhante ali, o que ele não deixou barato, antes que eu pudesse responder senti a mão de Five pousar sobre meu joelho, seus dedos nada gentis desciam e subiam por aquela região, o que me fez o olhar um pouco desnorteada, é claro que eu havia entendido o recado,  Five queria que eu soubesse que era dele, mesmo que ninguém mais pudesse ver, eu deveria ter tirado sua mão dali no mesmo momento, mas não o fiz -

- Hum, sim por favor... - tentei manter a calma para responder ao garçom que de prontidão entregou a nós os cardápios - Chamo você assim que decidirmos!  - ele sorriu novamente para mim e saiu, me deixando a sós com Five e seus dedos quentes e provocativos - 

Eu era incapaz de falar algo naquele momento, claro que eu sabia que deveria repreende-lo por estar com a mão ali, ou até mesmo gritar com Five, mas eu não conseguia... na verdade eu não queria. Meus desejos mais profundos eram que ele continuasse me tocando ali, me tocando em todos os lugares possíveis. Sinto meu corpo todo ficar quente, um quente que eu nunca havia sentido antes, aquilo era diferente e que toda a minha moral me perdoasse, mas eu queria sentir mais daquilo. Acho que alguns segundos se passaram até eu perceber a mão dele se afastando do meu joelho, e em um reflexo rápido e quase que involuntário, eu a puxo de volta e a coloco no lugar que estava antes - ok, talvez um pouco mais pra cima - o que fez com que ele me olhasse com um misto de curiosidade e surpresa.

- Já escolheu o que vai querer? - Five me perguntou como se nada estivesse acontecendo, com a sua mão livre ele olhava o cardápio e me indagava sobre quais folhados eram melhores, enquanto eu, mal conseguia manter as mãos firmes o suficiente para segurar o cardápio - Acho que vou querer um folhado de chocolate e um café, e você querida?

- Vou querer uma torta de limão e um café. - disse para ele, que logo chamou o garçom e fez o nosso pedido, o engraçado era que eu nem gostava tanto de torta limão, mas aquela era a primeira opção do cardápio, então estava ótimo -

- Quer me contar agora o por que de você ter ficado como se tivesse visto um fantasma antes? - perguntou e eu dei de ombros, não queria falar sobre aquilo, tinha medo de que a pessoa que eu estava evitando magicamente ouvisse nossa conversa e aparecesse por ali - Querida se não me contar, vou arrancar essas informações você... esqueceu que fui treinado para isso?

-  Pode tentar, algo me diz que isso vai ser divertido... - digo me aproximando dele e logo depois voltando a me sentar com a postura ereta de sempre -

just plastic // five hargreeves (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora