Guerra de Polegares

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Já havia anoitecido quando ela terminou tudo. Havia alguns pergaminhos amassados no chão por ela ter errado algumas coisas e assim que ela escreve a última palavra na tabela, suspira aliviada esticando as mãos entrelaçadas pra cima.
Ela já havia terminado o seu trabalho com as meninas, não haviam demorando tanto na tabela, talvez por ter mais três pessoas a ajudando. Fazer aquela tabela sozinha foi um pouco mais demorado e complicado, mas havia dado certo e estava muito satisfeita com o resultado.

Guardando as coisas que havia utilizado e depois de esperar a tinta secar um pouco enquanto ela colocava os livros nos lugares, ela pegou o livro de DCAT e o pergaminho com o trabalho dos marotos e saiu da biblioteca vendo os corredores vazios.

Ela sobe as escadas em direção a Sala Comunal da Grifinória e percebe que já é mais tarde do que imagina já que nem mesmo os monitores estavam fazendo a ronda. Ela para em frente ao quadro da Mulher Gorda e fala a senha baixinho pedindo desculpas em seguida por ter a acordado. Ela passa pelo portal chegando na Sala e fica surpresa ao ver Remus Lupin sentando no sofá em frente a lareira.
Ele olha pra ela levemente surpreso também mas em seguida abaixa a cabeça se mexendo de leve no sofá.

— Oi... —ela sussurra se aproximando do sofá e coloca o livro e o pergaminho em cima da mesa de centro.

— Oi Amy. — ele fala um pouco nervoso virando o rosto quando a garota senta em seu lado. Não queria que ela visse as cicatrizes, que apesar da Madame Pomfrey ter dado algumas poções todas as manhãs quando ele voltava da Casa dos Gritos, ainda tinham algumas cicatrizes mais profundas. Poções o ajudam muito mas não fazem milagres.

— Como você está? — ela pergunta inclinando um pouco a cabeça tentando encontrar os olhos do garoto.

— E-eu tô bem. — ele responde pigarreando em seguida.

Eles ficam alguns segundos em silêncio até a garota suspirar e erguer uma mão levando ela até o rosto dele e virando-o devagar em sua direção. Ele fecha os olhos sentindo o toque suave dela e coloca a mão no pulso da mesma assim que sente a pressão que ela faz pra ele virar o rosto.

— Não... — ele pede baixinho.

— Tá tudo bem... — ela sussurra e ele reluta um pouco mas afasta a mão do braço dela, deixando ela o virar.

Amélia coloca a outra mão no rosto dele também, deixando as duas em suas bochechas e engole em seco observando as cicatrizes. "Confirmado!" ela pensa. Tinha alguns arranhões em sua testa e pescoço e alguns finos cortes em suas bochechas, como se gatos o tivessem arranhado, que assim que ela viu afastou as mãos com medo de machuca-lo. Remus suspira abaixando a cabeça novamente e Amélia lambe os lábios antes de erguer a cabeça dele outra vez, agora pelo queixo. Ela da um sorriso compreensivo pro garoto e tira uma mecha de cabelo da testa do mesmo.

— Eu...sabe... — Ele começa a falar se enrolando e Amélia morde o lábio pra não rir ao perceber o tom vermelho que o rosto do rapaz havia tomado. — Caí em uma roseira.

Amélia não aguenta e acaba soltando a risada se ajeitando melhor no sofá e ficando de frente pra ele. Remus observa o rosto dela relaxando um pouco ao ouvir sua risada e coça a nuca soltando um riso sem graça.

— Que grande azar você tem. Cair em uma roseira em todas as luas cheia. — Amélia fala brincalhona e sorri mais ao ouvir Lupin soltar uma risada mais humorada, mas que logo some voltando a expressão cansada e preocupada de antes.

— A quanto tempo você sabe? — ele pergunta dobrando uma perna pra ficar de frente pra ela também.

— Eu comecei a desconfiar no primeiro dia da lua cheia, daí só fui ligando os pontos. — ela indaga soltando um riso pelo nariz. — Eu acho que teria notado antes se não fosse tão desligada.

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