With Love - One Shot Leonil

Não leve para o pessoal

A rua era movimentada, mas nada além do comum para um momento como aquele, o céu era nublado e o vento arrepiava a nuca do homem que se encontrava no alto de um prédio, observando e procurando, através de uma mira que aproximava seus olhos das pessoas que passavam por ali, sua respiração era levemente ofegante, apesar de estar na sua zona de conforto, a adrenalina era inevitável. Sabia que o que procurava estaria ali, em algum momento, tinha que se entregar ao máximo, suas mãos não podiam tremer no gatilho, pois essa missão seria de grande êxito na agência que acabara de entrar. 

Com as horas se indo e a noite chegando, a adrenalina de Leon se esvaía como o Sol e o tédio estava por vir, ainda que esteja concentrado. Nesse momento que a avenida era mais deserta, seus olhos passaram pelas mechas douradas, que brilhavam com o reflexo da luz dos postes, eram elas as mechas de sua missão, que carinhosamente apelidou de bloodie, pois em sua mente era uma piada e tanto. A mulher era como seus parceiros haviam lhe falado, cabelos dourados, carente de altura, andando com um sobretudo preto e botas. A princípio seu nome era Nilce, pertencia a uma agência concorrente de Leon e que ultimamente fez descobertas e chantagens nada agradáveis, restando apenas uma opção para ela: sua morte, para manter as coisas estáveis, como era antes. Alguns de seus amigos falavam que não tinham coragem o suficiente para matar uma mulher tão bonita como Nilce, mas Leon falou que isso não era problema para ele, já que a acertaria pelas costas, e mal chegaria a ver seu rosto.

 Seus dedos já estavam preparados para atirar quando a suposta mulher parou em meio a uma multidão. Estava escuro demais para ter certeza que acertaria o alvo certo, mas logo o corpo da mulher se virara, e agora ele via sua face angelical, o anjo com o olhar mais malicioso que tinha. Ela o encarava, pela mira de sua sniper, e sorria discretamente, como se estivesse lendo a mente do novato. Logo uma tsunami de adrenalina invadiu Leon, pois um desafio foi lançado por ela, e ele aceitou. Seus olhos cansados saíram da mira assim que Nilce continuou andando, a missão era mais complexa do que imaginara.

Na noite seguinte Leon vestia seu melhor smoking para o baile de sua empresa, onde representantes de outros países iriam fazer uma reunião de negócios, e tudo isso seria escondido por trás de uma reunião de caridade a criancinhas com câncer. Apesar de não apreciar eventos como esse, sua presença era importante, já que era a mais nova promessa admitida. Logo vestiu seu paletó azul marinho com a lapela preta, combinando com o resto do seu traje escuro, e sua máscara em combinação com a única peça colorida. Gostava de se sentir elegante, por mais que não possuía esse tipo de vaidade no cotidiano.

Horas de puro tédio. Era o que pensava o homem de cabelos castanhos. Sentado do bar degustando um copo de whisky, apreciava o local, as pessoas dançando e seus respectivos trajes. Era um salão gigante e luxuoso, com detalhes de preto e vermelho, algumas obras de artes barrocas, deixando o ambiente mais parecido com um clássico baile de gala. Leon decide se levantar para apreciar a vista da sacada que havia do outro lado da pista, porém no momento em que atravessava, a banda iniciou uma música com batidas mais lentas, fazendo com que vários casais, em pares, se encaminhassem para o centro, dificultando Leon a ir onde queria. 

- Procurando um par? - Uma voz serena soa em suas costas e ele se vira rapidamente, a fim de dispensar a moça, mas quando se depara aos seus olhos azuis através de uma mascara negra, e os longos cabelos loiros que percorriam até seu busto, reconheceu que era a moça que invadia seus pensamentos e lhe instigava há 24 horas atrás.

- Talvez. - Ele sorriu maliciosamente e segurou a mão a mão da mulher estendida na sua frente e a outra se prendeu sobre a seda de seu vestido rubro.

Com seus corpos colados eles faziam os passos totalmente corretos que a melodia demandava. Suas seus passos o encaminharam para perto da sacada, ambos se encaravam maliciosamente, Leon por pensar que podia ser promovido ali mesmo e Nilce por estar quase próxima ao seu objetivo.

 - Você sabe quem eu sou não é? - Nilce dizia serena, sem medo, o que surpreedeu um pouco o homem - O seu ânimo o entrega.

- E você sabe de mais, por isso vai ter o que merece. - Rapidamente as mãos de Leon as segurou fortemente a arrastando até a cerca da sacada pressionando-a. - Parecia que eu ia fazer isso. - Ele a encarava, sua adrenalina era alta, porém tinha outra coisa ali que o arrepiava ainda mais, sua vontade querer investigá-la a todo tempo.

- Que força você tem. - Ela passa a mão pelos braços do homem que pretendia jogá-la dali. - Você me causa arrepios. - Disse olhando diretamente para sua boca.

- Me seduzir não vai salvar sua vida. - Ele a pressionava mais, queria se negar que estava gostando daquilo. - Não terei misericórdia como os outros.

- Eu sei que não. Mas deixe-me fazer isto antes de morrer - Nilce respondeu e colou seus lábios aos dele.

Leon pego de surpresa por poucos segundos mas logo abriu passagem para provar da boca da loira, e viu que essa foi a melhor decisão que poderia ter feito. O beijo se encaixou como quebra-cabeça, como um trem andando sobre os trilhos e com uma grande eletricidade, a ponto dos dois poderem causar uma grande chuva de raios ali mesmo. As mãos de Leon que seguravam fortemente os pulsos de Nilce se soltaram e foram navegar pelas curvas de suas costas e uma das mãos de Nilce subissem até seus cabelos e a outra sutilmente algemasse Leon a cerca da sacada. Quando o homem percebera, já era tarde, e rapidamente interrompeu o beijo, incrédulo. Risadinhas da boca de Nilce saíam, ao ver o homem irritado.

- Você beija tão bem. - Dizia se desvencilhando do homem. - Não leve o que fiz para o pessoal, mas são coisas do trabalho. 

E ela acabou o deixando ali, e voltando para a multidão que era a pista de dança. Para puro azar ou sorte de Leon, a sacada estava vazia, fazendo com que ninguém percebesse que havia um homem furioso e algemado ali. Passados alguns segundos tentando se livrar da algemas, alguns seguranças que trabalharam na festa vieram o ajudar, e foi nesse momento, em que um alto estrondo eclodiu por todo o salão, assustando a todos. A suposta explosão viera da sala de reunião sobre a festa, levando muito caos e tumulto naquele momento.

- Merda. - murmurou o homem ao perceber que havia sido seduzido e se apaixonado pelo mais belos de seus inimigos. 

n/a
errr... eu prometo melhorar da próxima vez
sz pra quem leu e gostou