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Gostei do jeito que ele ajoelhou entre as minhas pernas e agradeci pela minha mesa de trabalho não ser tão alta. Dava a altura certa pra agarrar o cabelo dele, aquele cabelo grandinho jogado pra trás de um jeito vulgar, as laterais raspadas, tudo extremamente obsceno como ele todo era. Aquele peito pedia pra ser pisoteado. Foi o que eu fiz, correndo o bico do sapato pelo esterno, desenhando a curva do músculo saltado, subindo de volta até o mamilo. Ele agarrou meu tornozelo e sorriu. Jogou meu sapato longe. Beijou o peito do meu pé, esfregou o rostinho de menino devasso. Olhando assim de perto, aquele demônio vestido de vermelho da cabeça aos pés, camisa transparente aberta até o meio do peito, um jeito de andar que fazia a gente abrir as pernas na hora, aquele diabinho não passava de um garoto.
A maneira que agarrou minhas coxas mostrou que ele sabia muito bem o que estava fazendo. Mal senti seus dedos quando tirou minha calcinha. Com um puxão brusco posicionou meu quadril bem na beirada da mesa e espalhou minhas pernas sobre seus ombros. A língua dele era quente e lenta, os ruídos molhados ressoavam na sala como música.
***
Mas não é assim que eu quero começar essa história. Preciso primeiro falar do garoto que acordou na minha cama na manhã seguinte, o penteado desfeito, a cara lavada, o sorriso sem um pingo de malícia quando me perguntou o que eu queria para o café da manhã. Usava um moletom branco que eu sinceramente não sabia de onde tinha tirado (talvez fizesse uma ideia) e, ainda que as coxas expostas pela boxer fossem pecaminosas, havia certa timidez no seu jeito de andar que me fazia quase querer desviar o olhar.
— Você me disse seu nome? — ainda deitada, observei-o ao balcão da cozinha.
— Você não perguntou — seus olhos estavam baixos pois ele preparava alguma coisa que não consegui identificar. — Jeon Jungkook.
É claro que ele diria isso.
— Não quer saber o meu?
— Me disseram lá na agência quando você me solicitou.
Sem saber por que, comecei a pronunciar o nome dele em silêncio dentro dos meus pensamentos, experimentando uma sonoridade totalmente abstrata. Levantei da cama ainda nisso, pensei em me vestir para ir até ele, mas percebi que não havia a menor necessidade. O jeito que ele quase feriu o dedo enquanto cortava um melão ao me ver nua a seu lado foi cômico.
— Que houve, Jeon Jungkook? Nunca viu?
Um brilho perverso cruzou seu olhar quando ele largou a faca sobre o balcão. Pôs o pedaço da fruta na minha boca, depois chupou os dedos melados pelo sumo.
— Não sabia que você tinha o costume de dormir com suas clientes.
— Quer que eu vá embora? — pegou outro pedaço de melão e dessa vez o levou à própria boca. — Por que você não veste alguma coisa? Tá me distraindo.
— Tem razão — me aproximei ainda mais dele e puxei seu moletom de uma vez pela cabeça, bagunçando ainda mais os cabelos compridos. Vesti-o. — Pode continuar agora.
Me sentei sobre o balcão só para assisti-lo melhor enquanto preparava o café da manhã seminu. Depois de cortar as frutas, fez omeletes com queijo e dois cafés espressos pra acompanhar. De repente, eu estava presa num turbilhão de manhãs como aquela, exatamente como aquela, Jungkook ao balcão da cozinha: as frutas, como eu gostava; as proteínas, como ele preferia; a cafeína, vício mútuo. Depois ele tomava um banho, me beijava e saía para o treino de taekwondo. Eu me concentrava na minha tese o dia inteiro, ou o máximo que as distrações me permitissem. Todos os dias. Até aquela tarde.
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One time for the present, two times for the past
Fiksi PenggemarUma mulher solitária contrata um michê numa agência de garotos de programa nada convencional. Entre passado e presente, ela vai precisar encarar a dor através de trajetórias de prazer. (Aviso de gatilho: morte)