Foram poucas às vezes em que Bakugou se viu pagando com a língua, justamente por preferir conhecer a pessoa antes de formar algum pré-conceito errôneo sobre ela, mas acontece que, quando ele esbarrou com Izuku pela primeira vez com o uniforme da Yuuei e cabelo bagunçado, ele se perguntou se o esverdeado era capaz de conseguir segurar uma guitarra nas mãos sem ela parecer grande demais para ele. E a resposta era sim. Midoriya parecia ser mais baixo e menos musculoso que Denki, mas, definitivamente, ele era mais forte que Bakugou e o outro loiro juntos — ele se perguntou como.
Mas não somente isso, ele também se viu pagando com a língua nos minutos seguintes em que proferiu o “duvido.” Izuku tinha conseguido, sabe-se lá como, derrubar os pratos e os tambores da bateria.
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— Puta que pariu, — Bakugou se levantou rapidamente, mas não para socorrer o garoto. Sua preocupação estava resumida aos dois pequenos pedaços de madeira que compunham a baqueta. Izuku se levantou exasperado, o rosto ardendo em vermelho e o medo de ter quebrado alguma coisa brilhando em seus olhos.
— Gomen’, eu acabei tropeçando em um fio e-
— Olhe por onde anda da próxima vez, — ele não esperou Izuku terminar. Ignorou a forma enrijecida do garoto, começando a arrumar as coisas as quais ele tinha acabado de derrubar.
— Está tudo bem, Izuku, o Bakugou é meio ranzinza assim mesmo, mas você se acostuma. — Jirou sorriu para ele, uma mão sobre os ombros do esverdeado. Ignorando o fato de que o loiro tinha acabado de xingá-la. Midoriya acenou com a cabeça; não respondeu nada em troca, mas se segurou para não soltar o “percebi” entalado na garganta. Provavelmente, se fizesse, despertaria a ira do outro garoto.
Izuku achou que ver Bakugou bravo, seria como ver um Lulu da Pomerânia irritado. Era um pensamento engraçado, mas que ele preferia evitar.
— Vai ter um festival daqui a duas semanas, — Momo começou. Naquela altura, todos já tinham escolhido um lugar para se sentar. Jirou estava no sofá junto com Deku e Denki, Momo em pé no meio da garagem (ela era boa em organizar as coisas), e Katsuki sentado no chão com as costas apoiadas no braço no sofá. Estava perto das pernas de Izuku, — e eu consegui fazer com que a gente se apresente lá!
Todos na sala arregalaram os olhos, surpresos. — Sério? — Jirou exclamou animada. Havia um brilho em seus olhos, compartilhado com todos os presentes na garagem.
— Sugoi, — Izuku murmurou. Bakugou não disse nada, mas mais por falta de reação mesmo.
— Uhum, — Yaoyorozu enfatizou a resposta com um acenar de cabeça. — Bom, na verdade foi o meu pai, mas isso não importa. Nós precisamos ensaiar!
— Nós podemos cantar umas músicas autorais e fazer uns cover's. — Jirou sugeriu.
— Certo, vamos fazer uma playlist. Vocês têm alguma sugestão? — Momo perguntou.
