Narrador On.
Um mês havia se passado desde que Jisung e Hae Won encerraram seu relacionamento, mergulhando em um mar de desafios e saudades. As brigas frequentes, provocadas pela ascensão de Jisung à liderança da empresa paterna, levaram a um término doloroso.
O sofrimento se instalou profundamente na vida de ambos, cujo amor persistia apesar das circunstâncias.
Jisung, imerso em seu trabalho, mal conseguia dissipar os problemas do dia a dia sem sua amada. Noites vazias e encontros eventuais com Nam Tae, regados a garrafas de Soju, eram a fuga temporária de seu tormento. Seu sorriso, outrora radiante, perdera o brilho, e um humor sombrio era seu companheiro constante.
Hae Won, por sua vez, dedicava-se incansavelmente ao trabalho e aos estudos para um exame que poderia conceder-lhe uma bolsa para estudar no exterior. A ausência de cores em seus dias refletia a falta do arco-íris que somente seu ex-namorado poderia trazer de volta.
Todas as noites, ao deitar-se, mergulhava nas fotos e vídeos compartilhados, inundando seu travesseiro com lágrimas antes de adormecer.
Nam Tae, o irmão mais velho, esforçava-se para confortar ambos, lutando contra a impotência de ver seus entes queridos sofrerem.
Junho, 27, Sábado.
O final de semana, um alívio momentâneo, trouxe Jisung de volta para casa, buscando um merecido descanso. Contudo, um sonho com Hae Won desencadeou uma onda de sentimentos conflitantes.
— Por que você não sai da minha cabeça? — indagou ele, irritado, ao despertar.
Após os rituais matinais, desceu para a cozinha, onde foi recebido pelo pai e pela mãe, ambos com notícias surpreendentes.
— Vai para a empresa hoje? — perguntou o pai, interrompendo a leitura do jornal.
— Tirei o dia de folga. — respondeu Jisung, sem entusiasmo, servindo-se de água.
— Alguém está de folga? — uma mulher entrou na cozinha com um sorriso radiante, atraindo a atenção de todos.
— Onde você estava? — indagou o pai, desconfiado.
— Me encontrei com a filha da entrevistadora Heo Seok. — ela respondeu, colocando a bolsa na mesa.
— Encontrou-se com ela? Para quê? — o pai questionou, arqueando as sobrancelhas.
— Ela e Jisung vão a um encontro às cegas. — revelou animada, dirigindo um olhar significativo para o filho.
— O quê? — Jisung olhou-a incrédulo. — Por que fez isso?
— Querido, já está na hora de arranjar uma namorada. A filha da apresentadora é linda e combina muito com você. — aproximou-se, sorrindo.
— Já disse que não queria que se intrometessem na minha vida pessoal depois que assumi a empresa. — protestou Jisung, sério.
— Você precisa de uma namorada, Jisung! Nunca se envolveu com ninguém, então tive que fazer algo. — argumentou a mãe, chateada.
— Jisung já tem uma namorada. — uma voz surgiu, interrompendo o clima tenso na cozinha. Era Jiwoo, irmã mais velha, com uma lata de refrigerante na mão.
— Como? — ambos os pais exclamaram, surpresos.
— Cala a boca, Jiwoo! — Jisung elevou o tom de voz, encarando-a.
— Como assim você já tem uma namorada? — a mãe aproximou-se, incrédula.
— Isso não é da conta de vocês. — respondeu Jisung, nervoso, depositando o copo de água na pia.
— A namorada dele não é da mesma sociedade que a nossa. Apesar de ter um irmão policial, ambos são órfãos e não vivem como nós. — Jiwoo, finalmente, revelou, olhando séria para o irmão.
A confissão dela surpreendeu a todos na cozinha. Jisung apertou os punhos, observando-a com seriedade.
— Jiwoo... Você... Você quer dizer que ela é... Pobre? — a mãe perguntou, sem acreditar.
— Sim. — Jiwoo respondeu firmemente.
Os olhos de Jisung se encheram de lágrimas, e ele soltou-se da mãe, deixando a cozinha em direção ao seu quarto.
Enquanto tentava acalmar-se, Hae Won enfrentava a frustração de um teste on-line. A nota, abaixo do esperado, comprometia seu sonho de conquistar uma bolsa para estudar no exterior.
Os dias, antes tingidos de cor, agora eram monocromáticos. A falta de cores era acentuada pelas lembranças e pela saudade de Jisung, a única pessoa que poderia trazer de volta seu arco-íris pessoal.
— Hae Won, vou sair para comprar algumas coisas. Quer algo? — Nam Tae, seu irmão, apareceu na porta de seu quarto.
— Vou com você. — ela respondeu, fechando o notebook.
— Não precisa. Eu vou sozinho. Só me diga o que quer que eu compre para você. — ele disse, parecendo um pouco desconfiado.
— Por que não quer que eu vá? — questionou, arqueando uma sobrancelha.
— É algo pessoal que você provavelmente não vai gostar. — respondeu sinceramente.
— Vamos! — Hae Won pegou sua sapatilha e seguiu o irmão.
Dentro do carro, ela observava as ruas, enquanto Nam Tae dirigia com atenção, lançando olhares preocupados para a irmã.
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Você é a minha alma gêmea, Han Jisung.
FanfictionChoi Hae Won não era o tipo de garota interessante que fazia com que garotos caíssem em cima de si, mas em meio há tantas pessoas diferentes, acabou por chamar a atenção de um rapaz que nunca nem imaginou tornar-se próxima. Rapaz este que era a sua...