Capítulo 7: Vínculos Além do Palco.

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O soar do sino anunciando o final da aula marcou o início de um capítulo inesperado. Enquanto arrumava meus pertences, despedir-me dos colegas tornou-se uma formalidade vazia, afinal, éramos meros estranhos compartilhando a mesma sala de aula.


Ao deixar a escola, meu passo era desconexo com a realidade, imersa na rotina monótona que se tornara meu cotidiano. A contemplação do chão era interrompida abruptamente quando, de maneira desafortunada, esbarrei em uma mulher, causando um acidente com seu sorvete.


— Caramba! Olha o que você fez. — ela lamentou, inspecionando suas roupas sujas.


— Me desculpa. — curvei-me, lágrimas surgindo nos olhos.


— O que vou fazer agora? Estava indo para o trabalho, e agora precisarei voltar para trocar de roupa. — ela falou enquanto tentava limpar a mancha com um lenço.


Múltiplos pedidos de desculpa ecoaram de meus lábios, envolta em um pranto descontrolado.


— Ei! Não precisa chorar. Está tudo bem. — ela colocou a mão em meu ombro. — Vá para casa, está bem? Resolverei isso em um instante.


Seria ela agora um anjo benevolente? Essa mudança repentina me causava espanto. Assenti com a cabeça, pedindo desculpas mais uma vez antes de partir em direção ao ponto de ônibus. Consultando o relógio, percebi que estava um pouco atrasada.


— Droga! Por que isso teve que acontecer? — murmurei, acelerando o passo.


Ainda distante do ponto, avistei o ônibus indo na mesma direção. Sem poder perdê-lo, iniciei uma corrida, exausta pela falta de exercício. Contudo, minhas pernas vacilaram, e o transporte escapou. As lágrimas fluíam novamente, e ao chegar ao ponto, desabei em um banco, a cabeça baixa.


Por que eu estava tão sensível hoje? Por que o dia não transcorria normalmente, como os outros? Sentia-me mal, ansiando apenas por chorar.


— Hae Won? — uma voz masculina, familiar, pronunciou meu nome.


Limpei as lágrimas rapidamente, encarando Han Jisung.


— Hm?


— Você está chorando? Ei! O que aconteceu? — Han indagou, sentando-se ao meu lado, olhar carregado de preocupação.


— Não é nada. — respondi, fitando minhas mãos.


— Ei! Olha... Você não precisa esconder nada de mim. Me veja como um amigo e seja sincera. — ele pediu, dirigindo-me um olhar solidário.


— Veja, BoRa! Veja como Jisung se mistura facilmente com pessoas de classe pobre. — uma garota zombou, chamando nossa atenção.


— É Haru... Mesmo sendo o veterano mais bonito da escola, ele só se mistura com pessoas que não combinam nadinha com a classe dele. — a outra garota acrescentou.

Você é a minha alma gêmea, Han Jisung.Onde histórias criam vida. Descubra agora