Caso #8: Abóboras na lua cheia.

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Ah, o Halloween.

Dia trinta e um de outubro, o tão celebrado feriado americano que tem cativado e motivado milhares de pessoas países à fora a entrar na brincadeira.
Dia das bruxas, ou a Véspera de todos os santos, é a noite onde muitas pessoas se fantasiam de monstros, fantasmas e bruxos, inclusive as crianças. Estas saem de casa em casa para pedir doces e guloseimas.

É uma data comemorativa onde várias pessoas, adultos e crianças, usam fantasias divertidas e batem em portas de muitas casas durante a noite do dia 31 de outubro.
É o dia perfeito para a diversão, mas também, o dia perfeito para o horror. 

O Halloween nos Estados Unidos é a data em que mais desaparecem crianças, e também o dia em que mais crimes hediondos ocorrem.
E em Busan, aqui na Coreia do Sul, é a época do ano em que mais fico atarefado de trabalho e aonde viro alvo de brincadeiras de crianças travessas do bairro.

Mas hoje, estava terminando alguns relatórios e finalmente poderia sair para participar do feriado das bruxas nessa pacata noite do dia trinta de outubro.
Havia combinado de sair com meus amigos e meu irmão para pedirmos doces e depois sairmos para uma festa à fantasia que ocorreria na praça do centro de Busan — o local que sempre era comemorado o festival das abóboras no Halloween.

Geralmente, nessa época do ano, os agricultores plantavam miríades abóboras e cuidavam do seu crescimento incomum durante quase o outono todo para que, no final da estação, pudessem participar do evento onde a maior abóbora leva o prêmio. Eu adorava, desde criança, como os moradores decoravam as ruas, suas casas e pontos de comércio para o feriado mais desejado de outubro. Era como se fôssemos transportados para nossa infância novamente; a sensação era mágica.

Quando éramos crianças, minha irmã mais velha costumava levar o restante dos irmãos Jeon na noite Halloween para pedir doces mas casas da rua, e depois disso, voltávamos com cestinhas cheias de besteiras — das quais, a maioria eu não podia comer, pela intolerância ao glúten. 
Nossa mãe fazia cupcakes e biscoitos especiais, decorados e deliciosos. Lembro-me de sempre me deleitar nos únicos doces que uma criança com doença celíaca podia ingerir naquela época.
Era uma festa completa, e Areum adorava decorar o jardim conosco; mas sem dúvidas, sua parte favorita era receber pequeninos na varanda de casa e depois saindo de lá com seus doces caseiros e apetitosos.
Mamãe realmente sabia como fazer alguém feliz pelo o paladar, não era atoa que era cozinheira.

Para o pequeno Jungkook, às vezes restava apenas fugir no final da noite das crianças mais velhas da escola, com seus rolos de papel higiênico e ovos que eram desperdiçados sempre em sua cabeça e fantasia. Isso quando seus doces não eram furtados juntamente.
Nesse dia, você tem a possibilidade de encarar diversas desventuras, como também não, apenas diversão. Isso depende, é claro, do tipo de pessoa que você sabe que frequenta lugares como esse neste dia.

O problema, é que não sabíamos que assassinos se escondiam por trás de máscaras e fantasias do dia das bruxas em meio à multidão do festival, apenas nos observando.
E então, infelizmente, um horror colossal se espalhou por toda a Busan naquela noite do dia trinta e um de outubro.

Pessoas correndo, gritos vindos de todos os lugares, sangue pelo chão, vítimas no meio de um festival e abóboras sinistras marcadas com avisos do assassino.
O caos havia contaminado a todos; eram olhos espantados e semblantes de horror, portas e janelas fechando, luzes apagando e o som de armas sendo recarregadas.

O medo movia as pessoas. 

Foram pais mandando suas crianças saírem das janelas e fecharem as portas dos quartos, uma vizinhança inteira completamente absorta em puro pânico e confusão, enquanto que a polícia local pedia reforços pelos rádios das viaturas. As luzes da cidade piscavam feito um pinheiro de Natal, ameaçando acabarem por ali mesmo.

HEART EATER | taekook CENTRICOnde histórias criam vida. Descubra agora