Capítulo 11- Lados ocultos

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 POV GIZELLY BICALHO.

 "Mantive meus olhos fechados, enquanto Marcela distribuía pequenos beijos pela extensão de meu abdômen, indo em direção a minha cabeça. Já devia ser o terceiro orgasmo daquela noite; eu me encontrava exausta. Meu peito subia e descia em uma respiração ofegante e descompassada. Marcela acomodou seu corpo sobre o meu, fazendo-me sentir o toque delicado de sua pele suada. Abri os olhos, encarando aquele par de olhos castanhos em minha direção. Ela expandiu os lábios em um sorriso satisfeito, exibindo seus dentes brancos. Estávamos deitadas sobre o tapete da sala de lazer, completamente nuas. Estiquei meu braço, deixando que minha mão deslizasse pelas costas da loira, acompanhando a linha de sua coluna até chegar a sua nuca. A mulher levou uma das mãos até seu cabelo, virando o mesmo para um lado, deixando o outro totalmente livre. A pouca iluminação que banhava o corpo da loira, realçava seus traços mais marcantes.

 - Tinha esquecido como você era tão boa, Marcela.

 Ela sorriu, e em seguida mordeu o lábio inferior.

 - Posso dizer o mesmo, Gizelly.

 Marcela ergueu um pouco seu corpo, apoiando seus braços ao redor de minha cabeça. Agora ficando com o rosto na mesma direção do meu, com uma pequena distância entre ambos.

- Claro que pode. Eu sou ótima. - Soltei convencida.

 - Somos uma bela combinação na cama.

 - Eu não deveria, mas tenho que concordar.

 - Claro que tem. Sou a melhor que você já teve, Bicalho.

 - Como pode ser tão convencida?

 - Eu sou realista, é diferente.

 Marcela inclinou a cabeça, alternando o olhar entre meus olhos e minha boca. Lentamente a loira entreabriu os lábios, e fez a breve menção que iria uni-lo aos meus. Quando tomei impulso para beijá-la, ela se afastou com aquele sorriso cafajeste nos lábios. Franzi o cenho, com uma cara de poucos amigos, o que rendeu uma expressão divertida da mulher. Virei nossos corpos sobre o tapete, invertendo as posições, agora eu estava sobre o corpo da loira.

 - Isso não vale. - Exclamou quando segurei seus punhos com as mãos.

 - Vale tudo entre nós. - Foi o que disse ao beijá-la."

 As imagens dessa madrugada com Marcela inundavam meus pensamentos, não dando espaço para mais nada. Fechei os olhos, sentindo a água morna escorrer pelo meu corpo inteiro. Já havia amanhecido, nesse momento a loira deveria estar dormindo ao lado de seu marido dopado ou não. Desliguei a ducha, capturando a toalha grossa que estava ao lado do box do banheiro. Demorei alguns minutos para estar devidamente pronta. Logo deixei o quarto de hospedes da mansão Lenhardt, e caminhei pelo corredor até a sala central. Para minha infeliz surpresa, encontrei quem eu menos queria descendo a escadaria.

 - Bom dia, agente Bicalho. - Lenhardt falou se aproximar.

 O homem agora estava bem diferente do que eu estava acostumada a ver. Daniel vestia uma calça de moletom cinza, e uma camisa branca bem simples. Seus cabelos estavam úmidos e bem penteados.

 - Bom dia, Sr. Lenhardt.

 - Dormiu bem?

 - Sim, perfeitamente bem. - Disse sem olhar nos olhos do mesmo.

 - Ótimo, vejo que já está de saída. Não quer tomar café da manhã antes?

 - Não, obrigada. Eu só preciso ir embora mesmo.

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