No.3

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Para ele, a noite parecia passar tão devagar, como se cada segundo lhe torturasse, aquilo se tornou agoniante, as horas não se moviam, os segundos se estagnavam. Conseguir dormir não era a opção mais fácil a se seguir, quando se tem tantos demônios borbulhando lamúrias enjoativas em sua cabeça, deitá-la sobre o estofado do travesseiro é uma tarefa impossível.

Por isso ele estava sentado na cama, abraçando suas próprias pernas e sentindo sua pele se arrepiar quando a leve brisa gélida lhe tocava, vindo da janela e refrescando o quarto. Sua mente estava pesada, seus olhos cansados tinham medo de se entregar a escuridão do sono e acabarem não podendo mais admirar a luz do dia.

Uma agoniante e assustadora sensação lhe subia o corpo, fazendo com que se empurrasse para o canto da cama e do quarto, encolhendo-se mais, imaginando como poderia fazer aquilo parar. Querendo se sentir seguro naquele canto, desejando que aqueles travesseiros e cobertas lhe trouxessem a proteção que ansiava...

-Quanto tempo vai levar pra isso passar...?

Pensava em se encher de remédios outra vez, mas quando levantou seu olhar lembrou-se que não haveria ninguém para lhe socorrer...

Por que queria que alguém lhe ajudasse? Por que ainda tinha esperanças? Não... não era aquele sentimento... Era mais uma vontade, um desejo de ter alguém a quem recorrer. Era um sentimento que não sabia ao certo como explicar, mas seu subconsciente conhecia bem. Aquela vontade de um abraço, um carinho e que alguém lhe dissesse que estava tudo bem.

-Quem sabe se eu andar por aí...- Novamente vagou seus olhos pelo quarto escuro, logo vendo aquela caixinha de remédios sobre o criado mudo, ele precisava daquelas pílulas, mas sempre tentava evitá-las, era tão desagradável e constrangedor... -Eu preciso de um cigarro.- Afirmou em fim, desviando seu olhar do medicamento e buscando pela caixinha de fumo.

O ruivo então se levantou, caminhou hesitante alguns passos até alcançar seu armário, que parecia mil vezes mais distante que o normal, abriu a porta e pegou um moletom, uma calça escura, saiu de seu quarto e caminhou até a sala, calçou seus tênis na porta do apartamento e saiu, não queria ficar em casa, quem sabe ir até uma praça próxima ao prédio?

As ruas de Seul estavam silenciosas, escuras e frias, andar por ali era convidativo, mas assustador, o caminho até uma praça era curto, poucas ruas acima da onde morava, foi rápido chegar ao pequeno e bem iluminado lugar, não havia ninguém, estava deserta e, assim como no resto da cidade, apenas uma leve brisa se fazia presente, olhou ao redor e viu um banco, andou aqueles últimos passos até poder se sentar na madeira úmida pelo orvalho.

Um maço de cigarro foi muito bem vindo e logo a fumaça, quente e tóxica saía pelas narinas do rapaz, podia sentir a nicotina tomando seu ser e lhe fazendo relaxar. Jogando a cabeça para trás, fechou os olhos, apenas deixando sua mente flutuar pelo nada.

Ao erguer suas pálpebras, a escuridão foi substituída pelas luzes alaranjadas das luminárias à volta da praça, porém, algo a mais lhe chamou a atenção, discretamente o som e luz do que parecia ser uma câmera fotográfica chegaram até si.

My Sweet Omega! (Abandonada)Onde histórias criam vida. Descubra agora