Capítulo 2 • Parte 1

713 82 13
                                    

Atualmente…

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Atualmente…

O natal estava próximo e eu não via a hora de finalmente poder viver minha tão sonhada férias. Final de ano era sempre mais cansativo e todos os dias quando estava perto do meu horário de embora, sentia-me ansiosa para chegar em casa, me despir e tomar um banho de banheira bem relaxante. O problema é que hoje era um dia que eu não poderia fazer isso tão cedo.

Estava em minha sala com meu assistente há três meses, Christopher. Ele estava me ajudando a analisar alguns contratos e mandar alguns e-mails importantes. Já era quase sete e meia da noite, e só não estava tão cansativo porque ele me ajudava bastante. Uckermann era muito dedicado, eficaz e competente, eu era muito sortuda por ter encontrado um assistente como ele depois de tantas dores de cabeça.

Além de ser um bom assistente, também era o dono dos meus pensamentos mais impuros. Quatro anos mais novo do que eu – que tenho 27 –, Christopher fazia-me imaginar como seria ter seu rosto entre minhas pernas ou senti-lo totalmente dentro de mim. Era totalmente antiético da minha parte, mas desde que o vi pela primeira vez se tornou totalmente inevitável não ter devaneios sexuais. Claro que jamais tentei algo com ele, sempre o respeitaria, mas isso não me impedia de ter uma queda por ele, não é?

Percebi que estava encarando-o enquanto ele analisava atentamente algum contrato ou e-mail. Ele ficava ainda mais atraente quando estava concentrado em algo, eu poderia ficar olhando a noite toda. Mas, como não queria parecer uma louca, desviei o olhar para a tela do meu computador.

— Está com fome? – perguntei, sabendo que não terminaríamos aquilo em menos de uma hora. Christopher entraria de férias na segunda-feira – meus assistentes sempre pegavam férias em dezembro porque uma semana depois, eu também o faria – e eu precisaria me virar sozinha, por isso pedi que me ajudasse.

— Um pouco – ele sorriu, me olhando.

— Estou pensando em pedir algo. Que tal comida japonesa?

— Adoraria – ele sorriu, já retirando sua carteira do bolso.

— Fique tranquilo, é por minha conta. Você está me ajudando, nada mais justo do que eu pagar o jantar.

— Não está sendo um sacrifício para mim, sra. Saviñón.

— Mas não é seu horário de trabalho e você não aceitou que eu lhe pagasse um extra.

— Porque sei como seria difícil e muito cansativo para a senhora lidar com tudo isso.

— Não precisa me chamar de senhora, Christopher. Estamos fora do horário de trabalho. Me chame apenas de Dulce, está bem?

— Desculpe, Dulce. – ele sorriu.

Liguei para o restaurante japonês e fiz nossos pedidos. Podia sentir minha boca salivar só de pensar, mas fui surpreendida quando me disseram que eles não poderiam entregar porque a neve estava muito intensa e as ruas estavam bloqueadas. Levantei-me rapidamente da cadeira e fui até a janela, abrindo as cortinas e observei o tanto de neve que estava caindo. Não conseguia ver nada além de neve por toda a rua e calçada, os carros estacionados também estavam brancos.

— Não vamos comer comida japonesa hoje, Christopher – disse quando desliguei a ligação.

— Porque? – ele me olhou confuso.

— Vem ver.

Christopher se levantou e veio até a janela, parando ao meu lado. Seus olhos se arregalaram quando viu a grande quantidade de neve, aquilo era inesperado. Não tinha previsão de tanta neve para hoje.

— Acho que também não iremos embora – ele disse rindo. 

— Pelo menos os sofás são confortáveis – eu disse e ele concordou.

— Ainda estou com fome – suspirei, logo poderia ouvir minha barriga roncar. Não comia desde o almoço.

—  Apesar das situação, hoje é nosso dia de sorte! – olhei-o confusa – No horário de almoço fui no supermercado e comprei miojo, tenho de vários sabores.

— É melhor do que nada! – disse rindo.

Christopher pegou a sacola do supermercado que tinha os pacotes de miojo em sua mochila. Em seguida fomos para a cozinha que ficava em outro andar. Graças a Deus tinha microondas, a aquisição mais inteligente que fiz para essa empresa! Não só pelo motivo de hoje, mas também para quem trazia marmita.

Fizemos nossos miojos e nos sentamos na mesa que tinha na cozinha. Comemos conversando sobre assuntos aleatórios, Ucker era uma cara muito gente boa e engraçado. Adorei conhecer esse lado mais pessoal dele. Infelizmente, para o meu azar, só me senti ainda mais atraída por ele.

Christopher parecia muito maduro para sua idade, mas naquele momento também pude ver o seu lado brincalhão e divertido. Eu adorava caras divertidos e aquilo não estava me levando para um caminho bom. Principalmente porque teríamos que passar a noite sozinhos na empresa.

Voltamos para minha sala e Christopher me ajudou a terminar os afazeres que tínhamos. Finalizamos tudo era quase nove e meia da noite. Por um lado me senti aliviada por ele ter me ajudado e eu não teria mais que me preocupar com aquelas coisas, mas por outra ainda não eram nem dez horas e não tínhamos mais nada para fazer.

Aproveitei para terminar de organizar minha agenda para a próxima semana, enquanto Christopher mexia em seu celular.

— Eu comprei algumas cervejas também e as deixei na geladeira, você quer? – ele perguntou e eu o olhei.

— Quero, por favor.

— Vou lá buscar – ele disse e eu assenti.

Ele saiu da sala e eu terminei o que estava fazendo e em seguida desliguei o computador. Encostei na cadeira e fiquei esperando que ele voltasse.

Inevitável (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora