Já estávamos na quinta garrafa de cerveja. Eu era um pouco fraca para bebidas, por isso já me sentia um pouco mais solta e sentia que ele também, mas mesmo assim não conversávamos muito.
Era um pouco mais de meia-noite, eu já estava agoniada com aquela roupa, mas só poderia tirá-la quando ele fosse se deitar na outra sala. A única coisa que eu tinha de roupa confortável, era um babydoll vermelho que eu havia comprado no shopping na hora do almoço.
- O que você acha de brincarmos de verdade ou desafio? - ele perguntou e eu arqueei a sobrancelha. Aquilo não era uma boa ideia, não é?
Eu deveria dizer não, era a coisa mais certa a se fazer. Entretanto, estava tão entediante ali que era a única coisa que sobrava para fazermos além de dormir.
- Vamos - eu disse.
- Vamos sentar no chão então - ele pegou uma garrafa vazia e se sentou no chão. Me levantei de minha poltrona e me sentei de frente para ele. Christopher colocou a garrafa entre nós e a girou. A boca da garrafa apontava para quem seria desafiado. Quando ela parou, a boca estava virada para ele.
Sorri animada.
- Verdade ou desafio?
- Verdade.
- Qual a situação mais constrangedora que você já passou? - perguntei.
Ele pensou um pouco antes de responder.
- Foi quando eu resolvi perder a minha virgindade. Era com uma amiga de minha prima, quase dez anos mais velha que eu, mas sempre que me via tentava algo. Eu tinha dezesseis anos e estava empolgado, mas na hora acabei broxando. Não subia de jeito nenhum! - ele gargalhou e eu também não pude deixar de rir - Eu estava muito nervoso também.
- Então você não ficou com ela? - perguntei.
- Acabamos ficando em uma festa depois, quando eu já tinha dezoito anos e não era mais virgem.
- Pelo menos ficou - ri.
- E ela vomitou em mim enquanto tentava abrir minha calça.
- Meu Deus - coloquei a mão na boca, não segurando o riso.
- Ela estava muito bêbada. Eu realmente fiquei preocupado com ela, se ela estivesse com um cara ruim, sabe Deus o que ele faria com ela.
- Realmente, é preocupante...
Ele assentiu e girou a garrafa novamente. Dessa vez, a boca estava apontada para mim.
- Verdade ou desafio, Dulce?
- Verdade.
- Qual o seu maior desejo ultimamente? - ele perguntou.
- Em que sentido? - perguntei.
- Sexual.
- Não quero responder - disse rapidamente.
- Então você terá que beber um gole dessa pinga. - ele pegou a garrafa dentro de sua mochila e eu assenti.
Ele pegou meu copo vazio de cerveja e colocou uma pequena dose, como se fosse naqueles copinhos. Eu virei rapidamente e senti o líquido queimar minha garganta.
Seguimos o jogo com algumas perguntas mais fracas, mas acabávamos bebendo alguns goles de pinga em algumas perguntas. Eu sabia que já estava bem mais solta e ele também, principalmente porque as perguntas começaram a esquentar.
Evitávamos desafios porque não tínhamos muito o que fazer, mas quando alguém dizia algum desafio bobo, bebíamos. Sabíamos que era para que nós soltassemos mais.
- Qual foi o lugar mais diferente que voce já fez sexo? - ele perguntou.
- Acho que na parte de trás de uma camionete em um terreno abandonado. Estava de noite e não tinha como fazer dentro da camionete.
Christopher assentiu e girou novamente. Ele perguntava novamente.
- Você costuma ter sonhos eróticos?
Sim, com você.
- Sim - ri.
Girou novamente. Eu pergunto.
- Verdade - ele disse.
- Qual é seu maior desejo sexual que nunca teve a chance de realizar?
Ele pareceu pensar e eu pude ver o desejo em seus olhos antes dele morder o lábio e negar com a cabeça.
- Vou beber um gole da pinga - ele disse, pegando a garrafa e servindo uma dose para ele, virando-a em seguida.
- É tão pesado assim? - perguntei.
- Depende do ponto de vista - ele disse rindo.
O álcool já estava fazendo efeito em meu corpo e eu sentia que ele estava esquentando, tirei minha blusa e girei a garrafa. Ele perguntava.
- Verdade ou desafio?
- Verdade.
- Qual é a sua posição favorita?
Arregalei os olhos. Por essa eu realmente não esperava.
- De quatro.
- É uma ótima posição para dar tapas na bunda. - ele disse rindo.
Oh. Eu amava tapas.
Se tornou inevitável não imaginá-lo me fodendo de quatro bem forte em cima do sofá ou no chão, com minha bunda vermelha por causa de seus tapas.
Ele girou a garrafa novamente e dessa vez eu perguntava.
- Quem foi a última pessoa que você pensou enquanto se masturbava? - perguntei.
Ele bebeu mais um gole da cachaça.
- É melhor deixar para lá - ele mordeu os lábios.
Girou mais uma vez. Eu pergunto.
- Você me acha atraente? - arregalei os olhos quando disse em voz alta o que deveria ter ficado só em meus pensamentos.
- Muito, Dulce.
Mordi o lábio e girei a garrafa novamente. Ele pergunta.
- Você se sente atraída por mim, Dulce?
- Sim - mordi o lábio e pude vê-lo sorrir malicioso.
Eu já podia imaginar como tudo terminaria.
Girei novamente. Eu pergunto.
- Agora quero desafio - ele disse. Eu sabia exatamente onde ele queria chegar.
Eu gostava de ser direta.
- Eu te desafio a me beijar - mordi o lábio.
Ele se aproximou de mim e me beijou, puxei-o para se deitar em cima de mim sem parar o beijo. O modo como ele me beijava com tanta intensidade me fez pensar se ele se sentia tão atraído quanto eu. Paramos o beijo quando o ar faltou e nos olhamos, não sabia dizer o que estava sentindo naquele momento, a única coisa que podia concluir era que o beijo dele era melhor do que imaginei.
- Sabe qual é o meu maior fetiche ultimamente, Dulce? - ele perguntou roçando nossos lábios. Podia sentir sua ereção.
- Qual? - perguntei.
- Foder você em cada canto dessa sala.
Mordi o lábio e pude sentir a ansiedade tomar conta do meu corpo.
- Que coincidência, Christopher. É o meu maior fetiche também.
Ele sorriu malicioso e voltou a me beijar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Inevitável (CONCLUÍDA)
Fanfiction(CONTO) Dulce María é CEO de uma das maiores empresas de Arquitetura do país. O problema é que ultimamente não consegue mais ignorar o fato de se sentir tão atraída por seu assistente, contratado há poucos meses. Dulce tenta reprimir a súbita atraçã...