Prólogo

114 19 128
                                    

Nada melhor do que dormir até tarde num sábado ensolarado, com os cantos dos pássaros para te fazer dormir profundamente. Mas nesse dia senti algo estranho, uma intuição minha. Acordei ainda meio sonolenta processando as coisas ao meu redor. Havia um gato me encarado quando eu rolei para o outro lado da cama, levei um leve susto arregalando os olhos, não sou do tipo que sai gritando histericamente pelos cantos, a não ser que um serial killer estivesse ali no lugar do gato, que não foi o caso.

Levantei-me e me perguntei como aquele felino havia entrado dentro do meu quarto, então olhei para a janela ignorando-o completamente e percebi que ela estava aberta, estranho porque havia deixado fechada no dia anterior ou talvez eu tenha pensado que a deixei fechada. Voltei a olhar para o gato, e antes que eu pudesse espanta-lo para sair de meu quarto, ele já estava em meus braços querendo que eu o acariciasse. O peguei nas mãos  e estendi para encara-lo melhor.

— O que deu em você gatinho? — Então parei de encara-lo e me dirigi com ele até a janela. — Você quer que meus pais o veja? Não vai ser nadinha legal se eles me pegarem aqui com você. — Por vontade própria ele saiu pela janela. Eu me aproximei mais para ver ele indo embora, e o gato estava ali ainda me encarando, até que por fim ele foi embora sumindo de minhas vistas.

Depois de escovar os dentes, desci para o andar de baixo para tomar café da manhã com os meus pais e minha irmã mais velha, não tão velha, eu era um ano mais nova que ela.

— Acordou cedo hoje ein, o que aconteceu? — Perguntou minha mãe coando o café, impressionada com o meu despertar nada normal. O relógio marca 07:40 da manhã.

— Nada. Um gato entrou no meu quarto e eu acabei me despertando por culpa dele. — Falei sentada em uma das cadeiras da grande mesa que ocupava o vão da cozinha.

— Que estranho. Nenhum de nossos vizinhos tem gato, não que eu saiba. — Disse ela terminando de coar o café.

— E como ele era? — Intrometeu-se minha irmã demonstrando interesse sobre o gato.

— Ele era lindo, tinhas os olhos cinzas, os pelos era inteiramente pretos. Não tinha nenhuma partezinha de outra cor, sabe? — Disse para ela toda boba pelo gato. — O estranho disso tudo é que ele ficava me encarando e não parava.

— Mãeeeee, se esse gatinho voltar de novo posso ficar com ele? — Perguntou minha irmã e eu logo me intrometi.

—Ei ei, eu que vi o gato primeiro. — Disse com mesma cara de uma criança mimada emburrada.

— Claro, vai ser bom ter um membro novo na família.

— Nada disso mocinhas, não quero animal nenhum aqui dentro dessa casa. — Disse meu pai que havia escutado toda a conversa na sala. Eu e minha irmã fizemos bico, minha mãe logo imitou a gente também.

— Até você também meu amor?

— Por que não? — Perguntou ela a ele, voltando a fazer bico junta comigo e minha irmã.

— Ah, está bem, mas a responsabilidade e despesas com o gato e toda de vocês.

— Ebaaaa. — Eu e minha irmã gritamos juntas.

Depois de ter tomado o café da manhã voltei para o meu quarto e me deparei com o gato novamente em meu quarto. Ele estava dormindo em minha cama, logo me juntei a ele.

— Temos que escolher um nome para você, garotão. Faz parte da família agora.  

Meu gatinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora