Parte IX

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SCOTT POV


Ver S/n desaparecer diante dos meus olhos sem que eu pudesse protege-la foi o mesmo que arrancar uma parte de mim. Era como ter falhado com ela e a ideia de perde-la me colocou em uma postura nada habitual. Sem que quisesse isso, acabei descontando a frustração e nervosismo sobre meus amigos e principalmente sobre Deaton.

- Me desculpe, Deaton. Eu não sei o que deu em mim. Tudo que eu consigo pensar é em tê-la de volta e acabei não medindo o que disse. Eu não penso aquilo sobre você ou os outros.

Era a sexta vez que eu me desculpava por ter agido por impulso e principalmente, por ter descontado em todos a minha aflição.

- Scott, pela sexta vez... Eu entendo. Não se martirize com isso. Todos sabemos o que ela representa tanto para alcateia como Peeira ou como amiga. E principalmente para você. Externar o que sente vai ajuda-lo a pensar mais calmamente e apurar seus sentidos outra vez.

Não se tratava apenas do poder que ela nos concedia. E para mim, a amizade mesmo que sendo a razão inicial que nos uniu já não era também o meu motivo maior em precisar reencontrá-la. Ficar longe dela é como me privar de estar plenamente vivo. Como se metade de mim se perdesse.

- Como vamos encontrá-la? Ela desapareceu em uma nuvem roxa, logo que a bruxa bateu palmas. - Lahey comenta, estando atrás de N/a com as mãos em seus ombros tentando acalmá-la de alguma maneira. Nós e Lydia éramos os mais difíceis a deixarmos de lado as emoções e tentarmos raciocinar para onde teriam a levado. Menos ainda em um plano de contenção. - Não me surpreenderia se isso fosse outro filme e acordássemos no Kansas. Espera, a N/a é do Kansas. Trouxe a bruxa Má do Oeste na mala?

O loiro sussurra por fim, parecendo estar mesmo intrigado com a existência da bruxa do Magico de Oz.

Algo que a essa altura não me surpreenderia se acontecesse. O dia estava fazendo jus à fama.

- Sem falar que ela teria mandado algum sinal se pudesse. Isso ela conseguiu controlar. Ela mandou uma lufada de vento contra as árvores pra ajudar a gente a encontrar ela na gincana do treinador antes das férias. Foi como um redemoinho de folhas, guiou a gente até o ponto que ela estava. Ela teria nos avisado se...

- Ela tá viva, se é isso que quer dizer. Eu saberia se não estivesse, não é? - A ruiva pergunta desta vez ao druida, imaginando que conseguiria pressentir se algo assim ocorresse a alguém próximo, ainda mais alguém com seu sangue.

A falta de resposta faz com que meu peito aperte e os olhos lacrimejam. Eu não podia perder ela. Só a ideia era demais para mim.

-	E quanto ao que fizemos no ano passado para achar os nossos pais? Quero dizer, quando a ex-namorada desfigurada do Derek quis sacrificar nossos pais

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- E quanto ao que fizemos no ano passado para achar os nossos pais? Quero dizer, quando a ex-namorada desfigurada do Derek quis sacrificar nossos pais. Você colocou a gente naquela banheira com alguma erva estranha e achamos o Nemeton dessa forma.

Derek rola os olhos exageradamente quando Stiles menciona Jennifer, soltando o ar pesadamente pelas narinas enquanto eu permaneço em silencio até entender onde meu melhor amigo pretendia chegar.

- Isso pode dar certo? - pergunto logo de cara, me aproximando do meu chefe.

- É diferente porque Jennifer tinha uma ligação com o Nemeton. Mas sim... Tem uma maneira de encontrarem a bruxa e também S/n, se houver algo que tenha valor sentimental dela em mão. E desde que seja alguém com elo forte o bastante para tentar localizá-la.

-	Eu tô pronta

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- Eu tô pronta. Me fala o que tenho que fazer e eu faço. - Lydia se antecipa, correndo os olhos para todos na sala.

- Você e s/n tem um elo de sangue. São próximas, sem duvida alguma. Mas não creio que a bruxa tenha sido descuidada e esquecido de colocar um sigilo céltico para isso. E se de fato viram uma nuvem roxa absorver ela quando sumiu com a nossa peeira, S/n está envenenada por acônito e impossibilitada de tentar enviar qualquer sinal pela natureza ou tentar fugir.

- E-então o que vamos fazer? - N/a questiona, desvencilhando do alcance de Isaac que falhara em tentar mantê-la calma. - Eu e S/n somos como irmãs. Eu não vou ficar aqui parada enquanto aquela maldita necromante faz minha irmã de oferenda aos mortos pra tentar governar o mundo com um exército de zumbis.

- Um elo fraterno é forte, mas você não vai conseguir se manter lúcida tempo bastante para acha-la. Está abalada demais para isso e... É humana, como eu. - Stiles pontua, abaixando a cabeça em seguida. - As coisas podem não terminar bem pra pessoas como nós em uma fenda entre os mundos.

- Não acho que uma raposa vá me possuir pra atacar vocês. - N/a diz em tom feroz, em seguida se desculpando ao ver Stiles se calar. - Então quem pode fazer isso? Se Lydia e eu não podemos.

Deaton se afasta da mesa, indo até a bancada e trazendo em mãos uma caixa de carvalho entalhada. Retirando dela um frasco de vidro com algum conteúdo místico. Ele sempre sabia como resolver cada problema, certamente teria um plano.

- Lembram de uma lenda chamada Aka Ito? - O veterinário pergunta, enquanto nos entreolhamos e Lydia respondia algo sobre um fio vermelho do destino. - Essa mesma. Segundo a crença, quando nascemos, temos um fio que liga nosso destino ao de outro alguém.

- Isso se aplica a gente? - Liam pergunta, intrigado como todos estariam predestinados a serem amigos logo ao nascerem.

- Também. Mas no caso desse fio em especial, se é ligado à sua alma gêmea. O que se fortifica ainda mais se houver uma segunda ligação, uma sobrenatural por exemplo. Um Alfa e sua Peeira. Um homem e sua alma gêmea.

Meus lábios ficam entreabertos quando Deaton conclui sua explicação. É verdade que eu amo S/n... Nada em mim diz o contrário. Mas quanto a sermos almas gêmeas? Isso era possível? E se acaso não for a alma gêmea dela, vou estar preparado para saber que não fomos destinados a ficarmos juntos?

Sou tirado do meu devaneio aflitivo quando todos me encaram, como se esperassem de mim uma resposta.

- Me desculpe. O que disse?

- Eu disse que se vocês forem almas gêmeas, este pó vai revelar o elo e vai guia-lo até ela sem que qualquer magia o impeça.

- E se eu não for? E se eu não for a alma gêmea dela? Como isso vai afeta-la ou como vamos encontrar sem esse fio?

Sofremos consequências antes, quando decidimos procurar pelo Nemeton e quase perdemos o Stiles. Não suportaria pensar que além de perde-la cedo ou tarde pelas mãos da bruxa ou pelo destino, poderia ser o responsável por matá-la.

- E se você for? Está perdendo um tempo precioso em que poderia estar mais perto de encontrá-la. - Cora responde, rompendo seu silêncio. - Não custa tentar. A madrugada tá durando uma eternidade e algo me diz que tem a ver com aquela bruxa e o plano dela de virar a cidade do avesso, então anda logo com isso!

Suspiro pesadamente, meneando a cabeça em um sim enquanto me aproximava de Deaton, que retirava a rolha do frasco.

- Pronto? - Ele pergunta, enquanto os demais se afastavam na sala a pedido do druida, exceto por Stiles, que teimou em ficar alguns metros mais perto do que os outros e eu concordei. Precisaria dele caso a resposta fosse negativa.

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