Prólogo

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   ||Prólogo||

Eu sempre estou fugindo, não importa onde estou ou que esteja fazendo. Fujo dos meus pesadelos, fujo da morte e fujo da guerra. Não gosto de fugir, mas gosto de estar viva, mesmo que isso me faça  sentir como uma covarde.
Quando um soldado liderado por um rei insano começa a te perseguir tudo que resta é correr. Então é isso que faço, eu fujo do homem desconhecido que claramente quer me machucar, não quero mata-lo mas quando disparo no meio do deserto de neve com  céu estrelado sobre minha cabeça e o vento gelado contra meu rosto  sei que só um de nós ficará vivo até o final da noite. 
Sinto ele se aproximar, meu coração bate tão rápido que possa ouvi-lo se contraindo contra meu peito. Assusto-me quando o sinto puxar meu cabelo por traz me derrubando sobre a neve, ele monta sobre o meu quadril me imobilizado e levando as mãos ao meu pescoço.
Agora que tive uma chance de olhar claramente para o seu rosto fico surpresa, ele não parece ser muito mais velho do que eu, não é um homem muito bonito,  seu cabelo preto oleoso cai pela lateral de sua cabeça, seus lábios se abrem em um sorriso que deixa a mostra seus dentes amarelos.
O aperto em meu pescoço almenta assim cortando o fluxo de oxigênio, me debato, tento empurra-lo falhando tristemente.
Quando você é uma mulher e um estranho te persegue só se passa uma coisa em nossas cabeças. Não importa quantos séculos se passem sempre haverá homens assim.
Quando ele rasga minha blusa deixando meu sutiã a mostra sei o que devo fazer. Olho para os seus olhos faço uma curta oração pedindo piedade pela minha alma, então o sugo, sugo sua alma podre, sua essência, até que só resta um corpo vazio, a carcaça do já foi um homem. Jogo o corpo mole para o lado, olho para o céu negro e para os pequenos pontos de luz brilhantes, sucumbindo ao cansaço e a fome, fecho olhos, finalmente descansando um pouco.


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