Capítulo 5

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꧁༒☬𝓙𝓔𝓝𝓝𝓘𝓔 𝓚𝓘𝓜 𝓟.𝓞.𝓥☬༒꧂

Acordei com dores de um sono sem sonhos. Dores nos quadris, nos ombros, nas costas, nas pernas.

Dores por dentro e por fora.

O sono havia me permitido a falta de consciência por alguns segundos após ter acordado. Infelizmente, quando a consciência veio, trouxe junto com ela lembranças da noite anterior.

Um rapaz bonito, inicialmente gentil. Um rapaz que pagou para ficar uma noite inteira comigo e que, ao final dela, me deixou em um estado deplorável.

Um rapaz que me violentou.

Toc Toc Toc

- Jennie, Está acordada?

Toc Toc Toc

Eu não queria responder, e queria que Sana parasse de bater na porta.

Sentia-me um lixo.

Um nojo, um trapo humano.

- Jennie, Já são 13h!

Toc Toc Toc

Levantei-me devagar, testando a força nas minhas pernas, tentando não sentir muita dor.

Ajeitei o cabelo com os dedos e fui abrir a porta. Sana estava em pé, com uma bandeja nas mãos, trazendo um prato de cereal e suco de laranja.

- Perdi a hora. - Falei, sem vida.

O susto que ela levou quase fez com que a bandeja se esparramasse no chão. O copo deslizou um pouco, mas ela se apressou a mantê-lo onde estava.

- Jennie... O que...?

Ah, sim, eu.

Eu era o motivo da sua reação de espanto, de incredulidade. Eu deveria estar por fora o mesmo trapo que estava por dentro.

Cheia de marcas, cheia de resquícios de uma noite violenta e cruel.

Sem a menor curiosidade em me ver no espelho, apenas abaixei a cabeça.

- Um cliente... Um pouco entusiasmado.

- Jennie... Eu sei o que é um cliente entusiasmado! Isso é diferente.

Caminhei de volta para a cama e me deitei, puxando o cobertor. Sana me seguiu, depositando a bandeja no criado mudo ao lado da cama sentando-se nela, ficando perto de mim.

- O que aconteceu?

Sua Voz, assim como ela, era gentil. Sana era a menina que eu mais gostava na casa. Ela se preocupava genuinamente com todas nós. Era uma amiga muito agradável e doce, embora eu a conhecesse havia pouco tempo.

Mas a doçura na sua voz, que normalmente me acalmava e fazia com que eu me sentisse melhor quando algo ruim acontecia, dessa vez provocou outra reação em mim. A doçura de sua voz despertou o rancor e o desespero do que havia acontecido.

E então, sem mais nem menos, me pegando completamente desprevenida, a vontade de chorar veio como um tapa, e eu não pude me conter.

- Ele me pegou a força! - Falei alto, enquanto começava a soluçar com o rosto enfiado no travesseiro, como se eu pudesse esconder dela que chorava, um choro cheio de dor. Só dor.

- Jennie... - Ela murmurou em um lamento genuíno. - O que ele fez?

- Me obrigou a fazer... Me forçou a fazer o que eu não faço! O que nunca fiz!

Eu tentava controlar os soluços entre as palavras, mas a dor e a tristeza já tomavam conta de mim.

- Ah, não... - Ouvi Sana dizer em uma voz fraca e triste. - jen, eu... Ah, merda...

 𝑀𝓎 𝒮𝓌𝑒𝑒𝓉 𝒫𝓇𝑜𝓈𝓉𝒾𝓉𝓊𝓉𝑒! - Adaptação Jenlisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora