capitulo 4

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continuação


– Harry realmente é um ofidioglota – Tiago reconheceu ainda incrédulo.

"O zelador do alojamento dos répteis ficou em estado de choque.

— Mas o vidro — ele não parava de repetir —, para onde foi o vidro?

O diretor do zoo em pessoa preparou uma xícara de chá forte para tia Petúnia enquanto se desculpava mil vezes.

Pedro e Duda só conseguiam balbuciar. Pelo que Harry vira, a cobra não fizera nada a não ser fingir abocanhar os calcanhares deles quando passou,"

– Que pena! – Sirius exclamou. Teria sido bem feito se a cobra tivesse envenenado esses idiotas.

"mas quando chegaram finalmente ao carro do tio Valter, Duda estava contando que a cobra quase lhe arrancara a perna a dentadas, enquanto Pedro jurava que a cobra tentara apertá-lo até matar."

– Que mentirosos! – Alice exclamou revoltada.

"Mas o pior de tudo, pelo menos para Harry, foi Pedro ter se acalmado o suficiente para perguntar:

— Harry estava conversando com ela, não estava, Harry?

Tio Valter esperou até Pedro estar longe da casa para brigar com Harry. Estava tão zangado que mal podia falar. Conseguiu apenas dizer:

— Vá... Armário... Harry... Sem comida — antes de desmontar em uma cadeira e tia Petúnia ter que correr para lhe servir uma boa dose de conhaque."

– Sem comida?! Isso é um absurdo! – Sirius exclamou zangado. Esse era o pior tipo de castigo. Ele odiava quando sua mãe o castigava assim.

"Muito mais tarde, deitado no seu armário, Harry desejou ter um relógio. Não sabia que horas eram e não tinha certeza se os Dursley já estariam dormindo. Até que estivessem, ele não poderia se arriscar a ir escondido até a cozinha buscar alguma coisa para comer."

– Tinha que ser um Potter! – Lílian exclamou.

Tiago levantou uma sobrancelha.

– Preferia que ele passasse fome?

Lílian corou constrangida.

– Não, mas...

– Isso, com certeza, Harry puxou de você, Pontas – Remo disse para interromper a discussão. – Você sempre vai escondido até a cozinha buscar alguma coisa pra comer.

Tiago sorriu orgulhoso.

– É verdade.

– Esse aí não engorda de ruim – Sirius reclamou e os outros riram.

"Vivia com os Dursley havia quase dez anos, dez infelizes anos, desde que se lembrava, desde que era bebê e seus pais tinham morrido naquele acidente de carro. Não conseguia se lembrar de ter estado no carro quando os pais morreram. Às vezes, quando forçava a memória durante longas horas em seu armário, lembrava-se de uma estranha visão: um lampejo ofuscante de luz verde e uma queimadura na testa."

– Avada Kedavra? – Alice perguntou chocada.

– Impossível! Ninguém sobrevive a esse feitiço – Snape comentou.

– Não me lembro de nenhum outro que produz luz verdes – Frank retrucou franzindo a testa.

– Também não me lembro, mas Ran... Snape tem razão – Tiago disse. – Nunca alguém sobreviveu a esse feitiço.

"Isto supunha ele, era o acidente, embora não conseguisse lembrar de onde vinha toda aquela luz verde. Não conseguia lembrar nada dos pais. A tia e o tio nunca falavam neles e naturalmente tinham-no proibido de fazer perguntas. E não havia fotografias deles na casa.

Quando era mais novo Harry sonhara muitas vezes com um parente desconhecido que vinha levá-lo embora, mas isto nunca acontecera, os Dursley eram sua única família."

Lílian enxugou uma lágrima.

– O que aconteceu com a gente? – Sirius perguntou ansioso. Estava com um mau pressentimento. Tinha que ter acontecido algo muito grave para ele não cuidar de Harry. Mas o que poderia ter sido?

"Ainda assim, ele achava (ou talvez fosse só uma esperança) que estranhos na rua o conheciam. E eram estranhos muito estranhos. Um homenzinho de cartola roxa se curvara para ele uma vez quando estava fazendo compras com tia Petúnia e Duda. Depois de perguntar a Harry, furiosa, se ele conhecia o homem, tia Petúnia tinha empurrado os meninos depressa para fora da loja sem comprar nada. Uma velha amalucada toda vestida de verde uma vez acenara alegremente para ele no ônibus. Um careca com um longo casaco púrpura, chegara a apertar sua mão na rua um dia desses e em seguida se afastara sem dizer nada. A coisa mais estranha nessas pessoas era a maneira com que pareciam desaparecer no instante em que Harry tentava vê-los melhor.

Na escola Harry não tinha ninguém. Todos sabiam que a turma de Duda odiava aquele estranho Harry Potter com suas roupas velhas e folgadas e os óculos remendados, e ninguém gostava de contrariar a turma do Duda."

Frank fechou o livro indicando o fim do capítulo.

– Não posso acreditar que meu filho se sinta tão sozinho – Tiago disse triste.

Até mesmo Snape estava deprimido, afinal sentira na pele durante seis anos o isolamento por ser o alvo de deboche dos populares.

– Mas você disse que também se sentia sozinho antes de ir para Hogwarts — Sirius comentou tirando-os de seus pensamentos.

– Mas era diferente, Almofadinhas. Eu me sentia só porque eu sou filho único e meus pais já tinham a idade avançada quando eu nasci. Nenhum amigo deles tinha filhos da mesma idade que eu. Por isso, eu sentia falta de gente da minha idade. Mas meus pais me amavam, cuidavam de mim. Mesmo sentindo falta de amigos, eu sabia que minha família me amava. Já Harry... ele se sente sozinho o tempo inteiro... Ninguém gosta dele! – Tiago escorou os cotovelos no joelho e pousou a cabeça na mão.

– Nós vamos mudar isso, Tiago – Lílian disse passando a mão no cabelo dele. – Nós vamos mudar o futuro e Harry não vai se sentir sozinho.

Snape sentiu um aperto no coração. Sabia que Lílian não morreria se casasse com Potter e pretendia impedi-la de fazer essa loucura, mas aparentemente era tarde demais.

Ela nem percebeu, mas estava fazendo planos com Tiago. Ela queria mudar o futuro, mas para que eles fossem felizes. Ela não estava querendo fugir do Potter.

O que sempre havia temido estava acontecendo. Tiago estava conquistando sua Lílian. E em parte a culpa era dele. Se Severo não tivesse chamado Lílian daquele nome, eles não teriam se afastado e Tiago jamais teria uma chance com ela.

– Precisamos terminar de ler para sabermos mais – Remo lembrou pegando o livro com Frank.


- exato porque não podemos dar informaçoes - diz hermione 




fim

Going back in timeOnde histórias criam vida. Descubra agora