Bela narrando...
A vida e as suas surpresas, nunca estamos prontos para o que pode vir, seja bom ou ruim.
Para muitos, a vida tem um porquê, mas pra mim é sem sentindo, eu não consigo entender o por que de tantas coisas acontecerem comigo.
Em certos momentos é melhor nem querer entender, mas seria interessante saber, o significado de tanta confusão na minha vida.
Bob estava um pouco mais próximo de mim nesses últimos dias, mas eu estava com tanto medo de deixar a minha razão me levar, decidir por mim sabe?
Eu sempre o amei, com todas as forças possíveis dentro de mim, e eu sabia que esse sentimento eu só senti uma vez por Derek.
Ver Bob, era como olhar para o céu e ficar admirando aquela beleza toda em uma única pessoa.
Era ele quem tirava as minhas palavras quando conversávamos, que me tirava o fôlego quando eu parava e observava cada detalhe de seus lábios.
Os pensamentos me levavam tão além de mim, era meu momento de paz, mesmo sabendo a realidade aqui.
O jeito doce que ele tinha comigo, a forma como ele se faz de difícil pra mim, o sorriso que eu me apaixono toda vez que vejo.. Ah que sonho de homem.
Era tão prazeroso pensar nele, e em todos os momentos felizes que eu poderia proporcionar, mas que ele, não deu valor algum pra todo esse sentimento.
Meghan ficava me falando do irmão de John, Théo era o nome dele. Eu não o conhecia muito bem para explicar sobre ele.
Sabia seu nome, a sua idade e algumas coisas á respeito de seu passado.
Ele era uma pessoa excelente. Eu não podia negar, tinha um rosto tão angelical.
Droga. Dividida entre Bob e Théo.
Ele é um garoto esforçado, trabalhador, era carinhoso, e sabia de suas responsabilidades. Um verdadeiro homem.
Eu não posso negar pra mim mesma, ele é perfeito, talvez a pessoa que eu estou procurando pra mim.
Mas tinha um problema, eu gostava muito de Bob, e ele estava disposto a me conhecer pra saber se daria certo depois de 2 anos.
Eu não queria ser mais uma decepção na vida de Théo, ele merece alguém melhor que eu, que não o faça de segunda opção na vida, que o priorize, que o ame.
Eu gosto dele mas é algo mínimo, não posso afirmar que gosto ao ponto de ama-lô.
Ele embora seja fofo, merecia alguém que esteja na mesma intensidade, que sabia valorizar seus sentimentos, e eu não sou a pessoa certa pra ele.
Mesmo querendo ser a certa, eu sabia que eu precisava quebrar a cara com Bob.
A família de Théo estava muito animada pra que eu entrasse para a família deles, isso me deixava um tanto constrangida.
Eu não sei o tanto que ele gosta de mim, eu não sei se é apenas uma brincadeira, ou se ele realmente teve interesse em mim, mesmo sem me conhecer pessoalmente.
Enfim, a minha vida toda bagunçada, sem saber o significado dessas confusões, sem saber explicar minhas emoções, sem saber como lidar.
Pensamentos de Bela...
Sei lá, o jeito como a vida me surpreende é diferente, o modo como eu vou caindo na minha vida.
Eu me sinto tão tola em pensar que em algum momento eu poderia ser feliz sabe? Alcançar meus objetivos, superar o que passei, conseguir sorrir.
É tudo uma grande mentira a vida, não tem nada de bom nela a não ser o fato de que um dia ela acaba.
A minha então, poderia acabar agora, não consigo encontrar mais forças pra continuar.
Sabe quando você é tipo uma pilha? Pois é, eu sou a pilha e as pessoas ao meu redor, só querem sugar tudo de bom que ainda há em mim.
O que me deixa surpresa e eu não deveria ficar, é saber que algumas dessas pessoas são a minha família.
Eu não costumo me abrir com as pessoas, eu permito que elas saibam de mim, somente aquilo que eu quero, e nos últimos dias, eu tenho sido muito sincera com todos.
Mesmo sabendo que eu vou me arrepender amargamente no futuro por ter falado de mais para quem não merece muito de mim.
É aquilo né, a gente só confia uma vez.
Théo era um garoto legal mas se mostrou ser igual a todos, ele não foi sincero comigo e é isso que acabou com os sentimentos que tive por ele.
As coisas já não estavam boas pra mim, eu mais uma vez fui despedida do emprego, e agora eu estava com uma enorme dívida, e com a certeza de que a minha mãe não iria me ajudar, assim ela deixou bem claro.
Minha crise de ansiedade ou "frescura" havia voltado, eu me recusava a aceitar mas é a vida, pra uns é mais fácil e, pra mim ela é de péssima a pior.
Já estamos no último mês do ano e essa é a época que mais tem importância pra mim, é o mês de agradecer e perdoar, é o único mês do ano em que as famílias se reúnem com a maior falsidade que possa existir.
Era nesse mês em que eu iria fazer compras pra decorar a árvore de Natal com meu tio, e ficar um tempão pensando em como soltar os pisca-piscas.
Passei o ano todo pensando em como seria o natal, aquela mágica que a gente sempre sente quando vê as decorações, o clima fraternal, mas estava tudo diferente.
Eu não senti mais vontade de me arrumar pra noite de Natal, ver as pessoas que falam mau de mim o ano inteiro, sair e me divertir.
Eu só queria estar em outro lugar, um lugar que eu não conhecesse ninguém, e tá tudo certo se eu fosse uma completa estranha, eu só queria estar sozinha.
Esquecer que eu falo de mais pra quem só quer me usar, esquecer que eu tô fracassando na vida, esquecer que eu só tô começando a minha vida e parece que nada do que eu sonho, vai se realizar.
Eu queria tanto que a pessoas que eu amo estivessem aqui pra me ouvir, eu queria tanto que a minha mãe e a minha irmã entendesse que eu preciso de ajuda.
Eu queria tanto que fosse tudo mais fácil pra mim, como parece ser pra elas, assim eu pouparia tantas lágrimas.
Eu queria um amor recíproco, uma amizade verdadeira, uma família que me escutasse e que me ajudasse, eu queria não me sentir um lixo e insuficiente.
A droga da ansiedade é isso, pensamentos demais que acabam estragando o seu dia ou a sua noite.
Eu queria não sentir, não amar de mais, não demonstrar de mais, não me culpar, mas não entendo o porque eu sou assim.
Seria melhor se eu desaparecer do nada, ligar as vezes pra saberem que estou bem, assim eu não teria que me explicar.
A droga da vida...
