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Vocês vão perder de lavada

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Vocês vão perder de lavada. . Marcus dissera essa frase antes de Vydrina pôr na mesa os As de copas.

— Aceita um lencinho como maneira para te consolar? — A namorada de Luke fez beicinho, esticando sobre a mesinha de centro e dando um High Five com a parceira de equipe.

— Isso é roubo, vocês trapacearam! — apontou para o traseiro da russa. Inconformado. — Estou vendo a pontinha de uma carta embaixo de onde está sentada.

— Qualé, admite que perdeu. As garotas jogaram limpo — defendeu o pacífico, amontoando o baralho para os organizar e guardar encima da tapeçaria.

Estirado no carpete, relaxei as omoplatas contra a base do estofado, alongando as pernas por baixo da mesinha. Ajeitei minhas cartas restantes num leque enquanto o polegar e o indicador os seguravam.

Balançando o cigarro entre os dentes, fingi estar entretido na ilustração do coringa.

Dá para acreditar que a Garota de Gelo que passei meses a avistando estaria descontraindo na minha sala, agrupada com meus melhores amigos e gozando internamente daquele modo ardil por termos sido encarregados de lavar, secar e guardar os utensílios?

Não ajudava muito quando a filha da putagem rugia mais alto e torcia o rosto para Vydrina, que inclinava o tronco nos seus lances de rodadas, a barra do tecido erguia, dando um panorama excepcional das coxas, o traseiro empinando, pairando diante dos calcanhares por estar sentada sobre as panturrilhas.

Evidentemente que estivesse centrada no jogo, alheia ao impulsionar dos músculos. Prendendo o lábio inferior com o incisivo lateral.

Alguém bateu palmas.

— Tratem de irem adiantar o serviço, não aceito corpo mole — os enxotou, Elena. Empurrando as costas de Marcus que ia arrastando os pés até nossa dívida.

— Exijo uma revanche. E, aí, não sou um saco de pancadas, Luke que é!

— Quietinho — censurou-o, fulminando o namorado logo após. — Luke, você também não escapa.

Este subiu as mãos abertas em rendição.

— Está bem.

Ignorei o triângulo de desajustados, pondo as cartas na mesinha. Deslocando a bunda aos arrastos até Anna, que ainda parecia absorta. Chegando perto de seu ouvido, os fios roçando meu rosto.

— Como é a sensação do ventinho vindo debaixo? — Provoquei-a, introduzindo a falta de calcinha.

Na sua presença, eu ascendia e despencava constantemente. De sombrio para a ativa, um emaranhado de conflitos decisivos, porque ao mesmo que aparentava que fui chutado na boca do estômago, simplesmente limparia a sujeira da blusa e daria de ombros, como se as atitudes amargas de Annabel não me afetassem de modo drástico.

Between Kisses And Cigarettes (REPOSTANGEM: FEVEREIRO)Onde histórias criam vida. Descubra agora