Capítulo II

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Nota: capítulo com referência de tentativa de relação não consensual, se o assunto te causa mal estar ou aciona algum gatilho, por favor não leia, não há "violação em si, mas menção ao ato entre outros.





Jiang Wanyin saiu do chuveiro ainda com sono. Não era nem sete horas da manhã ainda, mas ele precisava resolver alguns assuntos antes do meio-dia e para isso era necessário que se levantasse no mesmo horário que Lan Xichen.

O banheiro encontrava-se mergulhado em vapor pelo banho quente que havia acabado de tomar, ele pegou uma das toalhas presas ao suporte e começou a enxugar seu corpo, em seguida pegou outra toalha e enrolou na cabeça envolvendo os fios longos com a intenção de secá-los adequadamente mais tarde.

Jiang Wanyin respirou profundamente algumas vezes, preparando-se mentalmente para a rotina que começou a executar há algumas semanas, principalmente pelas as manhãs, após o banho.

Ele passou uma das mãos no espelho para remover a umidade que escondida seu reflexo para então observar-se com cuidado.

Hoje era um dia bom em sua opinião, não havia tido pesadelos que o teriam mantido acordado a noite inteira, por conta disso se encontrava descansado e relaxado o suficiente para verdadeiramente se olhar como o psicólogo que o atendia duas vezes por semana o mandou fazer em suas últimas sessões.

Um ano havia se passado desde que fora encontrado a beira da morte em um dos inúmeros armazéns de Wen Ruohan, prestes a ser violado pelos capangas que seu filho mais novo Wen Chao.

Jiang Wanyin sentiu um arrepio de terror percorrer seu corpo diante de tal possibilidade, pois se Lan Xichen não o houvesse encontrado antes, não sabia se ainda estaria vivo ou não teria tirado a própria vida diante da perspectiva de viver sabendo que outros o haviam violado.

Ele olhou para sua glândula de cheiro que se estava completamente recuperada, algo que imaginou impossível acontecer a um ano atrás.

Jiang Wanyin tocou as cicatrizes no peito. Três linhas fundas e distorcidas que cortava de uma ponta a outra seu tronco chegando em um dos lados do corpo até a cintura, todas elas causadas pelo chicote de disciplina de Wen Chao.

Ele afastou-se como se houvesse sido eletrocutado, ao lembrar-se nitidamente da dor ao ser atingido uma vez atrás da outra. Procurou respirar adequadamente ao sentir o pânico das lembranças começarem a inundá-lo, o cheiro acre do sangue e dos feromônios dos alfas presentes, suas risadas e palavras de escárnio insinuando o que fariam com um ômega como ele antes de matá-lo.

Não queria lembrar. Ele queria esquecer, mas era difícil. Havia noites em que acordava assustado, sem saber onde se encontrava até que o cheiro que o acalmava todas às vezes, penetrasse pelas vozes que sussurravam em seus ouvidos.

Procurou buscar o cheiro em sua memória, começando a sentir-se mais calmo diante do aroma amadeirado que vazava por trás da porta fechada para logo em seguida ouvir a voz do alfa que o resgatará.

- Wanyin? Você está bem? – perguntou o alfa do outro lado da porta.

- Estou bem. – respondeu Jiang Wanyin desviando o olhar do espelho e começando a vestir-se tentando fazer suas mãos trêmulas funcionarem.

Lan Xichen estava terminando de colocar o café da manhã, quando sentiu o cheiro de angústia e pânico vazar pela porta do banheiro no corredor. Ele sabia que Jiang Wanyin estava tomando banho e não conseguia imaginar o que poderia ter acarretado o pânico e terror que sentia vazando no aroma do ômega no banheiro.

Ele desligou o fogo e se dirigiu para o corredor deixando que seu cheiro vazasse pelo ambiente e chegasse à frente dele, antes de bater na porta e perguntar se o ômega estava bem. Embora Jiang Wanyin houvesse dito estar bem, sabia que essa não era toda a verdade.

Seu Destino é MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora