Ela estava sentada na frente de uma penteadeira, se olhando no espelho, desanimada enquanto passava uma toalha molhada no cabelo. Apenas o olhou pelo espelho e voltou a se olhar. O cabelo sujo, a roupa azul e branca quase toda vermelha.
Alfonso: Hey. – Falou se sentando ao lado dela no banco comprido depois de colocar a máquina no móvel.
Anahí: Hey. - Tentou sorrir sem mostrar os dentes, ainda sem encará-lo.
Ele sabia que não era hora de falar nada ainda então apenas pegou a toalha das mãos dela e terminou de passar em seu rosto. Aparentemente tinha um pouco de tinta misturada com o tomate. Ele limpou um pouco do cabelo dela e levantou, indo até a torneira do banheiro, molhou mais e sentou novamente, limpando os braços.
Anahí baixinho: Obrigada. – Agradeceu depois que os braços estavam limpos.
Alfonso: Ombro? – Ofereceu ficando um pouco mais de lado e ela aceitou, se deitando ali. - Pode chorar, se quiser. – Confortou vendo o quanto ela se segurava através do espalho.
Como um botão de liga/desliga ela deixou as lágrimas caírem na hora e ele passou os braços por suas costas, a abraçando e acariciando seus cabelos com o rosto dela afundado em seu pescoço. Conforme o choro apertava ele a segurava mais forte.
Alfonso: Tudo bem, mi amor. – Sussurrou o apelido que ela mais gostava em espanhol. Ouvir a tristeza dela era acabar com ele também. Foram minutos que por mais que ela tentasse segurar, alguns soluços escaparam. – Eu to muito orgulhoso de você. – Segurou seu rosto e ela ia se acalmando. – Você foi muito forte e não caiu na pilha deles.
Anahí: Eu sabia que tinha algo errado, eu estou sentindo desde que falaram dessa porcaria de apresentação só de alunos. Eu sempre soube que ela era maldosa, mas eu jamais pensei que... – Olhou a roupa ainda suja e voltou a chorar.
Alfonso: Não fica assim. – Levantou a cabeça dela pelo queixo. – Você é muito mais que isso, que ela. Você e o seu sonho são muito maiores que essa escola, que essa cidade e principalmente maiores que esses babacas. Olha o que você fez hoje... Sério, todos os alunos de teatro praticamente desistiram e os que não desistiram foi só porque você foi forte o suficiente para ficar. Nem o diretor esperava isso, Any.
Anahí: Eu me sinto... – Negou com a cabeça a abaixando e chorando de novo.
Alfonso: Eu sei que não posso imaginar. – A abraçou de novo. – Pode chorar e colocar pra fora. Quando passar você vai se olhar e ver tudo o que eu vejo.
Anahí o olhou: O que? Uma garota que obviamente sonha mais alto do que deveria, toda suja de tomate e tinta, que acabou de ser humilhada na frente do colégio inteiro?
Alfonso: Essa não é você. Você pode estar suja de tomate e tinta, mas a humilhação um dia vai ser deles, quando perceberem o quanto isso foi maldoso e infantil. Você é forte, é determinada, é incrível e é a melhor pessoa que eu conheço no mundo. – Ela ia contestar, mas apenas olhou. – Você é uma atriz, uma cantora e uma dançarina que sonha exatamente como tem que sonhar e quer saber? Eu admiro isso! Todo mundo admira.
Anahí triste: Que todo mundo? Eu mal tenho amigos, Poncho. As pessoas me acham uma esquisita, uma nerd e uma chata.
Alfonso: Quem pensa assim não te conhece. Mas eu te conheço melhor que qualquer um e eu sei que você vai conquistar cada um dos seus sonhos.
Anahí: Eu sei o que eu escolhi fazer pode ser um meio... cruel. – Suspirou enxugando o rosto. – Mas... isso. – Encolheu os ombros e abaixou a cabeça envergonhada.
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Ecos de Amor
FanficRosewood* é uma cidade pequena, na Pensilvânia, cerca de 20 milhas fora da Filadélfia. Com casas em sua predominância, ao contrário do que não moradores pensam, possui uma boa estrutura. Bom colégio, bons estabelecimentos e tudo que os moradores pre...