Capítulo 13

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Ela estava sentada na frente de uma penteadeira, se olhando no espelho, desanimada enquanto passava uma toalha molhada no cabelo. Apenas o olhou pelo espelho e voltou a se olhar. O cabelo sujo, a roupa azul e branca quase toda vermelha.

Alfonso: Hey. – Falou se sentando ao lado dela no banco comprido depois de colocar a máquina no móvel.

Anahí: Hey. - Tentou sorrir sem mostrar os dentes, ainda sem encará-lo.

Ele sabia que não era hora de falar nada ainda então apenas pegou a toalha das mãos dela e terminou de passar em seu rosto. Aparentemente tinha um pouco de tinta misturada com o tomate. Ele limpou um pouco do cabelo dela e levantou, indo até a torneira do banheiro, molhou mais e sentou novamente, limpando os braços.

Anahí baixinho: Obrigada. – Agradeceu depois que os braços estavam limpos.

Alfonso: Ombro? – Ofereceu ficando um pouco mais de lado e ela aceitou, se deitando ali. - Pode chorar, se quiser. – Confortou vendo o quanto ela se segurava através do espalho.

Como um botão de liga/desliga ela deixou as lágrimas caírem na hora e ele passou os braços por suas costas, a abraçando e acariciando seus cabelos com o rosto dela afundado em seu pescoço. Conforme o choro apertava ele a segurava mais forte.

Alfonso: Tudo bem, mi amor. – Sussurrou o apelido que ela mais gostava em espanhol. Ouvir a tristeza dela era acabar com ele também. Foram minutos que por mais que ela tentasse segurar, alguns soluços escaparam. – Eu to muito orgulhoso de você. – Segurou seu rosto e ela ia se acalmando. – Você foi muito forte e não caiu na pilha deles.

Anahí: Eu sabia que tinha algo errado, eu estou sentindo desde que falaram dessa porcaria de apresentação só de alunos. Eu sempre soube que ela era maldosa, mas eu jamais pensei que... – Olhou a roupa ainda suja e voltou a chorar.

Alfonso: Não fica assim. – Levantou a cabeça dela pelo queixo. – Você é muito mais que isso, que ela. Você e o seu sonho são muito maiores que essa escola, que essa cidade e principalmente maiores que esses babacas. Olha o que você fez hoje... Sério, todos os alunos de teatro praticamente desistiram e os que não desistiram foi só porque você foi forte o suficiente para ficar. Nem o diretor esperava isso, Any.

Anahí: Eu me sinto... – Negou com a cabeça a abaixando e chorando de novo.

Alfonso: Eu sei que não posso imaginar. – A abraçou de novo. – Pode chorar e colocar pra fora. Quando passar você vai se olhar e ver tudo o que eu vejo.

Anahí o olhou: O que? Uma garota que obviamente sonha mais alto do que deveria, toda suja de tomate e tinta, que acabou de ser humilhada na frente do colégio inteiro?

Alfonso: Essa não é você. Você pode estar suja de tomate e tinta, mas a humilhação um dia vai ser deles, quando perceberem o quanto isso foi maldoso e infantil. Você é forte, é determinada, é incrível e é a melhor pessoa que eu conheço no mundo. – Ela ia contestar, mas apenas olhou. – Você é uma atriz, uma cantora e uma dançarina que sonha exatamente como tem que sonhar e quer saber? Eu admiro isso! Todo mundo admira.

Anahí triste: Que todo mundo? Eu mal tenho amigos, Poncho. As pessoas me acham uma esquisita, uma nerd e uma chata.

Alfonso: Quem pensa assim não te conhece. Mas eu te conheço melhor que qualquer um e eu sei que você vai conquistar cada um dos seus sonhos.

Anahí: Eu sei o que eu escolhi fazer pode ser um meio... cruel. – Suspirou enxugando o rosto. – Mas... isso. – Encolheu os ombros e abaixou a cabeça envergonhada.

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