O castelo já se encontrava completamente limpo e novas vidraças já estavam sendo repostas, mas dessa vez não mais trabalhadas em moisaicos complexos. Era estranho pensar que horas atrás essa tranquilidade havia sido abalada, mas duvido que tudo volte a ser como era antes. As pequenas mudanças já eram perceptíveis, como o maior número de guardas nos corredores e poucas pessoas optavam andavam sozinhas.
Subo para meu quarto e faço a primeira refeição do dia por ali mesmo, precisava ter um tempo a mais sozinho antes de encarar meu pai depois dos acontecimentos passados. Se a minha cabeça estava confusa, a dele deveria estar mil vezes pior - ou até não podia -. Suas ações eram extremamente particulares e um pouco individualistas. Apesar de afirmar que conheço Derek, no fim eu não sei sobre quase nada.
Dispenso ajuda e logo trato de me arrumar e ir ao encontro dele, sem preparação nenhuma para o que iria me deparar. Caminho calmamente para a sala ao som do farfalhar das copas das árvores e das cantigas doces dos pássaros no jardim, e me pergunto qual era a sensação de ser livre. Ter asas e poder voar para onde quiser? Talvez tenha chegado em um ponto que a questão de liberdade seja relativo a cada pessoa, seus ideais e principalmente as suas escolhas envolvendo isso.
— Com licença, pai? - Abro a porta e deixo meu metade do meu corpo para dentro da sala.
— Bom dia, Bradley. Entre e se acomode. - Sorriu e apontou para uma cadeira defronte a sua mesa, que continha mapas e várias folhas avulsas.
— Hm, o senhor me chamou para conversamos sobre... o ataque?
— É, também. Mas mais especificamente sobre seu comportamento ontem durante o jantar.
Ele debruça seus braços sobre a mesa e me encara, sorridente. Seu tom deveria estar acentuado, mas pelo contrário, falava calmamente.
— Ah, sim. Já deveria imaginar. Mas sobre o que especificamente? - Devolvi.
— Bom, por onde devo começar? Por que escolheu o jantar para me desafiar, Bradley? Não fiz nada demais para você e...
— "Tudo que faço é voltado para o seu bem". - Completei sua fala secamente. — Se você realmente se importa comigo, por que eu fui, literalmente, o último a saber sobre isso? Até o Blake sabia.
— No entanto eram apenas rumores, meu filho. Rumores. Devemos acreditar em rumores que saem por aí sobre nós? É óbvio que não. Pensei que já havia aprendido sobre isso. Ah, e aqui vai um exemplo sobre isso. Acho que já chegou a seus ouvidos que anos atrás que já desmitificamos notícias, rumores - Derek faz questão de enfatizar 'rumor'. — Sobre sua mãe estar esperando um terceiro filho. Viu? - Sorriu orgulhoso. — Em hipótese alguma, devemos acreditar sobre o que eles andam conversando sobre.
— Mas isso é completamente diferente da minha situação. Você não percebe? No jantar foi a única forma que encontrei para manifestar a minha frustração sobre isso, não ficou perceptível? Você queria que eu simplesmente aceitasse e demonstrasse surpresa? - Ri incrédulo, pois era isso que ele esperava de mim. — Eu não sou de agir assim, você deveria saber a muito tempo.
Derek apenas ouvia e demonstrava gostar do que eu falava. Por que ele é assim?
— Muito bem. - Bateu uma palma. — Era isso... seu depoimento sobre o acontecimento? Tudo bem. Pois saiba que, acima de tudo, eu ainda estou acima de você e em duas situações: sou eu pai e eu comando aqui. - Agora ele se apoiava sobre a mesa e olhava diretamente em meus olhos. — Está entendido? Não adianta discordar, muito menos fazer cara feia porque tudo, tudo mesmo passa sob minha vigília e eu sou o único que posso dar a palavra final, Brad.
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𝑇𝑖𝑚𝑒 𝑖𝑠 𝑛𝑜𝑡 𝑜𝑛 𝑦𝑜𝑢𝑟 𝑠𝑖𝑑𝑒 | hiatus
Romance"Poder" sempre definiu o metido a durão Bradley Will Richardson Simpson, o próprio caminho do pecado, designado a aproveitar sua vida de luxúria. E o que seria o dia mais importante de sua vida, se tornou uma verdadeira catástrofe, que levou consig...