O Fruto proibido - Camren

capítulo 14

                           Camila POV

Bem, como eu cheguei a esse momento?

Fácil, quando eu tinha dez anos, e falei para minha mãe que achava o filho do vizinho bonito.

Minha mãe nunca foi uma mulher muito racional, a prova é que ao meu triste "comentário" ela me mandou para um colégio de garotas.

Como se isso fosse me afastar de homens. Eu entendo ela, seu medo de que eu cometa seus erros. Não que ela se arrependa de me ter, mas ela preferia ter engravidado depois da faculdade, já casada e não casando por que estava grávida.

Enfim, a partir desse dia, eu deixei de contar as coisas para ela, eu contava tudo para meu pai. E estranhamente eu percebi que ele era a pessoa exata para ser meu melhor amigo e confidente.

Ele não me julgava, e somente me dava conselhos, ou só me ouvia.

Minha primeira briga.

Minha primeira melhor amiga.

Minha primeira briga com a melhor amiga.

E consequentemente meu primeiro amor.

Pela primeira vez eu tive receio de contar algo ao meu pai. Mas ao não ter amigos, e sempre ver em seu pai o seu melhor amigo eu não tive outra opção.

Óbvio que a primeira reação dele foi querer bater em Lorenzo. Mas expliquei que eu estava apaixonada, não ele por mim. Isso o acalmou, e ainda me fez ouvir um discurso de que eu poderia ter o cara que eu quisesse.

Mesmo Lorenzo. Se eu realmente o quisesse.

E eu o queria, eu nunca tinha visto um homem como ele. No momento em que meus olhos bateram nele eu me senti atraída por ele.

Queria que ele me notasse, gostasse de mim, queria mais que tudo que ele me amasse.

Meu pai me apoiou. Me disse que se eu realmente o amasse ele me apoiaria. Mesmo não gostando da diferença de idade, ele só queria me ver feliz. E como ele gostava de Lorenzo, ele só queria o ver feliz também.

Seu único temor era que Lorenzo era um galinha. Tinha medo de que eu me magoasse, mas eu estava disposta a enfrentar as dificuldades.

E a pior de todas era a minha mãe.

Mas o que me surpreendeu de toda essa loucura, foi que ele me notava. Ele me desejava.

Era louco de tão fora da realidade.

E me agarrei a essa oportunidade o levando ao limite.

O fazendo me desejar tanto que talvez ele se apaixonasse por mim, nem que fosse um pouquinho.

Lógico que eu omiti para meu pai o que eu fazia para chamar a atenção de Lorenzo. Eu somente lhe contava que Lorenzo estava me notando como mulher.

Ele ficou feliz por mim, mas pediu para que eu não contasse que ele sabia. Lorenzo não entenderia e talvez ficasse chateado com ambos.

Eu não gostava de mentir, ainda mais para Lorenzo. Mas eu estava me tornando uma mentirosa.

Escondia meu amor de minha mãe. Meu primeiro amor, eu gostaria de dividir com ela a experiência, ou que ela fosse comigo ao ginecologista. Como uma mãe, mas como falar algo, se ela só fazia falar mal de Lorenzo.

Dizer como ela era galinha e destratava as mulheres. Eu sabia por que ela adorava ressaltar os defeitos de Lorenzo. Ela percebera meu interesse por ele.

Também como não se interessar por ele. Lorenzo era lindo, másculo, perfeito. Eu ficava babando sempre que o via. E minhas fantasias sobre ele se tornavam tão loucas que mesmo ele em meus braços eu ainda achava estar sonhando.