Acabei ficando até pouco mais que sete horas da manhã, tripliquei o valor apostado... Roubei bonito! Mas, fiquei imensamente feliz em saber que a sorte também jogou a meu favor e deu tudo certo. Troquei minhas fichas pelo dinheiro e estava indo embora, passei pelo segurança e...-
– EI! VOCÊ! – Me virei para quem me chamava, apesar de não saber quem era. – O que é isso que você deixou cair? – Olhei para o chão e, para a minha infelicidade, era uma carta. Simplesmente, bateu a adrenalina e eu saí correndo, deixando a carta no chão. – EI, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? VOLTE AQUI! – Começaram a me seguir.
Corri como se não houvesse amanhã, gritei por ajuda enquanto corria e, para a minha surpresa, um anjo caiu do céu e parou sua CRV 2020 vermelha cintilante.
– Corre, entra logo! – Disse a loira, que estava dirigindo. Ela usava uma vestimenta cor baunilha, com as golas de pelo branco ao redor do pescoço.
– Estou indo! – Dei mais dois passos e entrei no banco de trás do carro. Tranquei a porta rapidamente e ela acelerou. – Você não sabe o quanto me salvou agora. – Ela riu.
– Nem imagino. – Sorri.
– O que você fazia passando pelas ruas com sua CRV que possibilitou a sua parada sem ser prejudicada? – perguntei.
– Bem, eu estava apenas saindo para curtir. Não tenho programações para hoje, saí sem rumo.
– Quem sai sem rumo as sete horas da manhã? – Perguntei.
– Você ainda está dentro do meu carro. – Riu
– Foi mal. – Ri.
– E você? Afinal, por que estavam te seguindo como loucos? – ela disse, olhando para mim pelo retrovisor. Mostrei o dinheiro para ela pelo mesmo, o que a deixou boquiaberta.
– Você roubou? – Balancei a cabeça de um ombro para o outro e disse:
– Mais ou menos. Poker. – Ela deu uma leve risada.
– Ganhou na trapaça! Quanto fez? – sorriu.
– Apostei quarenta mil dólares e voltei com cento e cinquenta e sete.
– Mil? – arregalou os olhos, enquanto assenti. – Você triplicou? Você triplicou e ainda ganhou mais? – Dei risada. – Você é louco.
– Ah, só um pouco. – Demos risada.
– Você vai ter que voltar para lá? – Perguntou.
– Reservei três diárias e já deixei pagas, minhas coisas estão no meu quarto.
– Mas se você voltar...
– Me pegam. Eu sei, esse é o problema.
– Acho que eu posso te ajudar. – Olhou para mim enquanto mexia no retrovisor. – Quando se encerram as diárias pagas?
– Na quarta-feira.
– Você está com a pulseira? – Perguntou, se referindo a pulseira que certificava eu estava hospedada no hotel. Assenti. – Então, podemos ficar algumas horas fora e depois voltamos para lá. Se não te reconhecerem, você entra e eu te encontro lá dentro. Se te...-
– Calma, por que você quer entrar?
– Eu te ajudei e ainda estou ajudando. Não seja egoísta, esse hotel é caríssimo e quero ter o prazer de conhecê-lo. – Bufei.
– Tá de brincadeira...-
– Pare de ser egoísta, eu vou entrar SIM. – Ali, percebi que não teria escolha. – Voltando... Se te reconhecerem, eu te salvo mais uma vez com o meu carrinho e nós pensamos em outro plano.
– Sua ideia é boa, mas, tem um problema.
– Qual?
– Como vou saber que posso confiar em você? Não sei nem o seu nome.
– Carrie Wilson – esticou sua mão para trás do banco, pois estava dirigindo –, prazer. E, pode confiar. Garanto que não vai se arrepender.
– Luke Patterson – apertei sua mão –, espero que não. – Pensei alto. – Bem, e o que vamos fazer enquanto esperamos?
– Temos o carro inteiro. – Pensei em algo que não deveria e sorri de canto. – Podemos ir onde quiser, ou fazer algo aqui. O que prefere? – estacionou o carro.
– Não sei... Mas, e se já voltarmos? Não deu tempo de espalharem a informação para todos os seguranças. Podemos ficar no meu quarto, acredito que uma ora de diferença não mude tanto as coisas. – Sorri.
– Você quem sabe, Luke.
– Bem, então vamos voltar. – Ela saiu com o carro, fez o retorno e, em cerca de quinze minutos, estávamos de volta. Porém, desta vez, ao invés de ir pelo subterrâneo (que era o andar do Casino), fomos para o outro lado do hotel e pelo térreo. Carrie ficou no carro para caso algo desse errado.
O segurança me recebeu bem e, para a minha sorte, não me reconheceu. Nenhum deles o fez. Então, rapidamente eu o avisei que queria trazer uma amiga para o hotel, para almoçar comigo. Me virei para Carrie, me certificando de que ela ainda estava a minha espera, e recebi a resposta do segurança que, de bom grado, disse que eu poderia levar quem eu quisesse ao meu quarto. Acenei para Carrie, confirmando nossa ida para o quarto. Me despedi do segurança e fui até a CRV, para assistí-la a estacionar o carro.
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Viagem no Tempo
RomanceJulie sempre teve o sonho de viajar e conhecer o mundo ao seu redor. Depois de meses esperando uma resposta, finalmente recebe a oportunidade de realizar o seu sonho da forma mais inusitada possível. O que ela não espera é que seja interrompida no m...