O Sr. E a Sra. Albuquerque moravam na Rua Hope (um bairro muito chique) casa número 8.
A entrada era linda. Tinha pétalas de flor de cerejeira espalhadas pelo chão e... a entrada, tinha um maravilhoso arco de flores.
Quando fomos recebidos pelos anfitriões entramos para dentro, Alyssa ainda não havia descido. Então, olhava para a beleza do jardim, e para as luzes de cristaizinhos que iluminavam o a sacada e o jardim.Alyssa, com seu vestido todo indescente (como sempre) e seu batom vermelho escuro de cadela, descera as escadas pensando que estava "bafando". Enquanto dava uma leve risadinha. Cumprimentou a todos (inclusive a mim) com um beijo suave nas bochechas, e partimos para a sala de jantar.
Tudo estava uma delícia. O cordeiro ao molho de menta. A sopa de aspargos. O porco marinado em barbecue e molho branco da Grã-Bretanha. Tudo estava esplendidamente delicioso, por um minuto, parecíamos todos ricos.
Mas eram apenas dois colegas de trabalho de uma empresa mediana e suas famílias jantando. Todos eram dois.
O filho mais velho dos Albuquerque nem dera as caras por aqui.Após o jantar, saímos da cozinha para a governanta da casa limpar. Eu ofereci a ela ajuda, mas ela recusou. Eu queria fazer qualquer coisa. QUALQUER COISA. Menos ter que ficar a sós com Alyssa.
Papai e Albuquerque foram para o escritório assinar os papéis. Mamãe estava com a Sra. Albuquerque proseando, e vovó cuidava dos netinhos mais novos. O que restara a mim, fazer sala para Alyssa, ou vice-versa. É a mesma coisa, ainda teríamos que ficar juntas em um ambiente.Eu estava debruçada, no parapeito da escada do jardim, que dava em uma enorme piscina. Perto de mim havia uma mesinha de vidro, e uma cadeira. Eu estava só, podia lidar com o frio. Mas não precisava lidar com ela. Eu estava ótima sem ela.
Mas a mãe dela deve ter insistindo para ela vir até mim. Tive cinco minutos de silêncio. Até que ela chegou e se debruçou do meu lado. (Que vontade de meter-lhe um soco na cara).
Ela ficou quieta.
Estava quieta fazia um minuto.
De repente dois.
Depois três.
Por fim, acabou o silêncio. HORA DA GUERRA.— Você anda falando com Elliot, ultimamente, querida? — Ela me pergunta, ainda olhando para a piscina que estava brilhando com a lua.
— Não nos falamos há um tempo. — Respondi seca.
— Então, agora, voltamos a nos falar, assim do nada? — Ela me pergunta. Eu espero um segundo e respondo.
— Presumo que sim. Dado ao fato de palavras terem saído de minha boca, e você as tenha ouvido. — Eu respondo a ela. E pela primeira vez, ela se vira para mim. Aquela cara de sonsa.
Ela vira o rosto novamente para a frente e diz baixinho:
— Vá a merda, Spencer.Dez segundos se passam e eu altero meu tom de voz, para um tom mais irônico.
— Sabe, querida, eu sempre soube que você era uma vadia. Mas nunca pensei que fosse sem educação também. — Respondo a ela, rindo.
— Do que é que você me chamou? — Ela me pergunta.
— Do que você é. Uma vadia.
— Devo ter aprendido com você.Está bem. Para mim chega. Meu pai que consiga outro emprego. Antes que ela fale mais alguma coisa, eu lhe meto um tapa bem forte em sua cara. Ela puxa meus cabelos, e eu puxo os dela. Ela me dá um chute na barriga, tentando meu derrubar, mas falha. Eu puxo os cabelos dela para mais perto, solto as mãos dela do meu corpo. Ela me dá um tapa na cara, (o meu deve ter doído mais), dou um cuspe na cara dessa vaca. Após eu fazer isso, ela me empurra contra a parede, e nós duas caímos na mesinha de vidro fazendo-a quebrar. E um barulho estrondoso para quem estivesse naquela casa, talvez até os vizinhos escutaram.
Minha cara agora, está com um pequeno ferimento no lábio inferior e estou sangrando pela testa. Alyssa, pega um spray de pimenta de uma bolsa que eu não faço a menor ideia de onde ela tirou, ela tenta usar em mim. Mas eu revido e ela não consegue, eu pego o frasco e atiro contra ela. Escuto um grito.
— AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH! SUA VADIA ESCROTA!
Acho que todos escutamos esse grito, e acredito que vocês estavam esperando por esse momento há um bom tempo. Ela me dá uma mordida, e quando vemos, nossos pais chegaram ao jardim. Em cima da escada, onde estávamos. Onde TUDO estava destruído. Uma zona.
Mas não paramos a briga, continuamos brigando, e cambaleando. Tentaram nos separar, porém, não obtiveram sucesso. Dei um soco na cara dela, e nós duas rolamos contra o corrimão e caímos do outro lado do jardim, desnorteadas.A briga havia acabado. Mas ainda conseguimos ouvir um tiro de uma arma. E, em seguida, a voz do irmão de Alyssa (que deve ser quem deu o tiro). Conseguíamos ouvir a polícia chegando (chamada pelos vizinhos após o tiro) e a ambulância nos carregando (chamada pelos nossos pais) depois de cairmos quase meio metro.
Não sei o que meus pais acharam da briga, mas não sei o que eles esperavam acontecer.
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Não toque!
Adventure"No ano de 2032, após 12 anos da pandemia do Covid-19... o mundo continua devastado. Plantações, civilização, tudo. Temos que nos virar para sobreviver, mas o vírus ainda continua... de um jeito, ele não desapareceu. Ele piorou, então já sabe, se vi...