VIII - Forbbiden Fruit - part. I

1.1K 71 423
                                    

A brisa congela meus ossos e me faz urrar. Quero prender-me à todos vermes forasteiros que me subjugaram e riram de mim. Quero me embrenhar nesses olhos lindos que não sei se verei de novo.

XXX.

Karin tremia em demasia, mal conseguindo se mover. Sua mente de repente resetou, e mal conseguia se mexer depois do que vira através da luneta.

Se sentia exposta, nua, indefesa. Mas acima de tudo, se sentia injustiçada: o que ela fizera para merecer aquilo?
Qual era a sua correspondência com o atual Hokage de Konoha? Investigá-la para o quê, afinal das contas?

Sua visão se tornou um borrão, enquanto sentia braços fortes em torno de sua cintura, a levando dali. Não sabe-se o que aconteceu logo em seguida, apenas que alguém a levou de volta para casa. Quem havia feito isso? Karin também não sabia dizer.

Apenas se lembrava se mirar seu quarto em meio aos borrões. Um arrepio a culminou por inteira e começara a tremer, enquanto tentava falar mas a falta de ar nos pulmões a assolava. Berrava surdo, enquanto se debatia nos ombros do desconhecido, tentando vociferar para deixá-la longe dali, as memórias que lhe vinham como uma chuva forte eram as piores, lembrando-se da luneta que mirava exatamente para dentro de seu quarto.

Berrava e chorava. Chorava muito, molhando o ombro do sujeito, mas seu pedido foi concedido. Não se recorda o que aconteceu depois de seu ímpeto de pânico, apenas que suas pernas estavam dobradas sobre uma superfície fofa, mas incomum.

Karin foi deixada no quarto de hóspedes, no primeiro andar. A mesma desmaiara diversas vezes quando voltara para sua casa, o que preocupou a todos que participavam da missão, optando por aportar por ora, já que Karin era mais importante.

Agora a mulher de cabelos longos e vermelhos se encontrava encolhida na pequeno aposento esquecido da casa, que carregava uma pintura bem singela e tacos de madeira no chão também bem pouco atrativos. Mal conseguira tirar as roupas de Karin para lhe dar um banho, em vista que desmaiava o tempo todo, e quando estava acordava, simplesmente gritava e remexia de pânico.

A deixara ali em cima da cama. Karin olhava para algum ponto fixo na parede, claramente com a mente em outro lugar. Preferira deixá-la descansar, o que era o mais sensato a fazer.

Suigetsu a olhou pela última vez naquela noite. Sórdida e dopada pelas próprias lembranças e pelas sensações ruidosas que perpassavam seu pequeno corpo, Suigetsu apenas balançou a cabeça, fechando a porta atrás de si.

Sentou-se na mesa da cozinha, desabando em sua cadeira. Sua cabeça doía e todos seus músculos latejavam sob sua pele pálida. Deitou a cabeça sobre o tampão e colocou seus braços sobre a mesma, cansado, despedaçado  e com muita raiva.

Logo sentiu a presença de alguém se juntar a ele à mesa, mas nem fez questão de ver quem era. Sua respiração era irregular, como se seu diafragma estivesse apertado demais.

Sentiu uma mão cobrir a sua. Levantou a cabeça de abrupto, fitando o homem alto de cabelos alaranjados o olhando com compaixão. Lentamente puxou a mão do calor de Juugo, se isolando sem deixar o amigo sem graça. Ficaram ali alguns bons minutos, em um silêncio ensurdecedor. Suigetsu precisava daquele silêncio, precisava de um momento de paz em meio todo caos.

Até que o silêncio foi interrompido pelo suspiro longo de Juugo. Suigetsu não se moveu.

— Quer conversar, Sui?

E o menor permaneceu calado e imóvel, irredutível e taciturno. Juugo compreendeu o silêncio do amigo e se absteve, prolongando o silêncio no recinto.

Sons de passos soaram em direção à geladeira, enquanto murmuros eram audíveis. Sasuke e Naruto adentraram no cômodo, abrindo a geladeira e enchendo copos de água para ambos, também tensos.

celibatto {au suika}Onde histórias criam vida. Descubra agora