A brisa congela meus ossos e me faz urrar. Quero prender-me à todos vermes forasteiros que me subjugaram e riram de mim. Quero me embrenhar nesses olhos lindos que não sei se verei de novo.
XXX.
Karin tremia em demasia, mal conseguindo se mover. Sua mente de repente resetou, e mal conseguia se mexer depois do que vira através da luneta.
Se sentia exposta, nua, indefesa. Mas acima de tudo, se sentia injustiçada: o que ela fizera para merecer aquilo?
Qual era a sua correspondência com o atual Hokage de Konoha? Investigá-la para o quê, afinal das contas?Sua visão se tornou um borrão, enquanto sentia braços fortes em torno de sua cintura, a levando dali. Não sabe-se o que aconteceu logo em seguida, apenas que alguém a levou de volta para casa. Quem havia feito isso? Karin também não sabia dizer.
Apenas se lembrava se mirar seu quarto em meio aos borrões. Um arrepio a culminou por inteira e começara a tremer, enquanto tentava falar mas a falta de ar nos pulmões a assolava. Berrava surdo, enquanto se debatia nos ombros do desconhecido, tentando vociferar para deixá-la longe dali, as memórias que lhe vinham como uma chuva forte eram as piores, lembrando-se da luneta que mirava exatamente para dentro de seu quarto.
Berrava e chorava. Chorava muito, molhando o ombro do sujeito, mas seu pedido foi concedido. Não se recorda o que aconteceu depois de seu ímpeto de pânico, apenas que suas pernas estavam dobradas sobre uma superfície fofa, mas incomum.
Karin foi deixada no quarto de hóspedes, no primeiro andar. A mesma desmaiara diversas vezes quando voltara para sua casa, o que preocupou a todos que participavam da missão, optando por aportar por ora, já que Karin era mais importante.
Agora a mulher de cabelos longos e vermelhos se encontrava encolhida na pequeno aposento esquecido da casa, que carregava uma pintura bem singela e tacos de madeira no chão também bem pouco atrativos. Mal conseguira tirar as roupas de Karin para lhe dar um banho, em vista que desmaiava o tempo todo, e quando estava acordava, simplesmente gritava e remexia de pânico.
A deixara ali em cima da cama. Karin olhava para algum ponto fixo na parede, claramente com a mente em outro lugar. Preferira deixá-la descansar, o que era o mais sensato a fazer.
Suigetsu a olhou pela última vez naquela noite. Sórdida e dopada pelas próprias lembranças e pelas sensações ruidosas que perpassavam seu pequeno corpo, Suigetsu apenas balançou a cabeça, fechando a porta atrás de si.
Sentou-se na mesa da cozinha, desabando em sua cadeira. Sua cabeça doía e todos seus músculos latejavam sob sua pele pálida. Deitou a cabeça sobre o tampão e colocou seus braços sobre a mesma, cansado, despedaçado e com muita raiva.
Logo sentiu a presença de alguém se juntar a ele à mesa, mas nem fez questão de ver quem era. Sua respiração era irregular, como se seu diafragma estivesse apertado demais.
Sentiu uma mão cobrir a sua. Levantou a cabeça de abrupto, fitando o homem alto de cabelos alaranjados o olhando com compaixão. Lentamente puxou a mão do calor de Juugo, se isolando sem deixar o amigo sem graça. Ficaram ali alguns bons minutos, em um silêncio ensurdecedor. Suigetsu precisava daquele silêncio, precisava de um momento de paz em meio todo caos.
Até que o silêncio foi interrompido pelo suspiro longo de Juugo. Suigetsu não se moveu.
— Quer conversar, Sui?
E o menor permaneceu calado e imóvel, irredutível e taciturno. Juugo compreendeu o silêncio do amigo e se absteve, prolongando o silêncio no recinto.
Sons de passos soaram em direção à geladeira, enquanto murmuros eram audíveis. Sasuke e Naruto adentraram no cômodo, abrindo a geladeira e enchendo copos de água para ambos, também tensos.
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celibatto {au suika}
FanfictionO olhar de Suigetsu queimava o corpo de Karin, a crepitando cheio de volúpia. Já fazia algum tempo que aquilo lhe ocorria, e não queria mentir, era bem desagradável. Tão desagradável ao ponto de não conseguir fazer nada, apenas alimentar o fogo do d...