II - Contact

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Ser tolo é má coisa; ser mau é coisa pior; mas quem não puder livrar-se de ser ao mesmo tempo tolo e mau, seja antes mau. Os tiros do ódio podem ferir; mas assanham os brios, e dão azo à vitória; porém os tiros do escárnio matam sempre.

- Camilo Castelo Branco.

A manhã estava quente, e Karin não hesitou em chutar suas cobertas para longe. Os olhos vermelhos ainda não estavam totalmente abertos, vislumbrando ainda a sensação preguiçosa que o sono profundo trazia.

Fora um sono profundo, mas isso não era sinônimo que tinha sido fácil dormir.

Suigetsu. Aquele cara de tubarão peixe podre era uma encosto em sua vida. Poxa vida, como a incomodava. Sua presença era tão repulsante que Karin sentia vontade de enxotá-lo para longe, permitindo estabelecer uma linha distância entre ambos.

Era um infantil e um vitimista. Sempre a provocando dali, daqui, utilizando o nome de Sasuke para envergonhá-la. A chamara de patética, mas se ela era patética, ele era o quê?
Aquela brincadeira era desde o Hebi, ainda na época em que Sasuke havia os agrupado em busca de vingança pelo seu clã, indo atrás de seu irmão mais velho Itachi Uchiha: o autor do hediondo massacre do clã Uchiha e o motivo de todo ódio de Sasuke.

Suigetsu arremessava em Karin as provocações mais ludibriosas e escarniosas que poderia reformular. Sua expressão era do mais puro desdém, com o peitoral erguido para frente, em uma pose de extrema arrogância, com o orgulho pingando de sua boca feito veneno de cobra, pingando em seu corpo o deixando mais insolente, venenoso.

Karin odiava aquele tipo de injúrias vindo do de cabelos brancos. Qual era sua implicância com ela? Ela era tão pacata, silenciosa, bem diferente da imagem que todos reformulavam dela -maldito clã Uzumaki -, então para quê querer provocá-la tanto daquela maneira?!

Se sentia extremamente mal. Suigetsu sempre estaria lá para mostrá-la que era uma zero esquerda e que Sasuke jamais a olharia da forma que o olhava.

Karin não era tão exigente. Uma noite, uma madrugada melhor dizendo, era o suficiente para apaziguar sua ânsia pelo Uchiha. Deixaria-o se deleitar e lambuzar-se o quanto quisesse com seu corpo, e em troca gritaria seu nome, ora gemendo e ora o divagando, clamando para que o mesmo aliviasse aquela agonia que se encontrava no meio de suas pernas sempre que o via.

Nunca sentira que fora amada. Então não se importava caso isso não viesse acontecer. Apenas uma noite, e nada mais.

Idiota. É claro que aquilo não iria acontecer. Ele tinha a Sakura, a mulher que dizia tanto amar, e depois da noite passada em que ouvira o desencaixar e o encaixar dos corpos do casal, desiludira desta fantasia pelo Uchiha, dizendo a si mesma que aquilo não passava de fantasmas da sua cabeça.

Karin não havia muitas experiências em relação à relacionamentos sexuais. Mal sabia como funciona direito, então não era tão cabível dizer se ela realmente desejava os de cabelos negros quanto sua mente gritava.

Gritava nos últimos 16 anos.

Remexera a cabeleira vermelha no intuito de reorganizar os pensamentos. Coçara o olho, e assim ergueu a mão magra para alcançar seus óculos de aros preto, o ajustando em seu olhos.

Espreguiçara e bocejara. Sentia que o dia seria cheio. Algo no ar denunciava perto de seu ouvido. Ser uma ninja sensorial de alto escalão costumava ser meio pertubador.

celibatto {au suika}Onde histórias criam vida. Descubra agora