não foi pra você

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dezenove

josh  beauchamp 

-Josh. -quando ela se virou completamente pude analisá-la.

Calça de moletom e camiseta branca, os cachos e o rosto continuam os mesmos.

Me mantive com as mãos nos bolsos tentando entender sua expressão, ela estava puro ódio.

-Você.. ham.. está ótima. -ela começou a se aproximar.

Ela passou a mão pelo meu maxilar antes de deixar um tapa estalado bem no meio da minha bochecha.

Não fiz nada, apenas deixei ela me bater.

Ela começou a deferir socos em meu rosto, maxilar e peito, permaneci estático até ver a pressão dos socos diminuindo e seu rosto molhado.

Segurei seus pulsos fazendo com que ela me encarasse, sem dar brecha para apanhar puxei seu corpo contra o meu e prendi meus braços em sua coluna.

Ela respirou fundo.

De novo.

E de novo.

-Me desculpa. -suspirei pesado.

-Me solte, por favor. -fiz e ela limpou o rosto. -Beauchamp, eu vou ser clara, não é porque você voltou que eu estou aceitando sua
presença de bom grado.

-Any.. -ela ergueu a mão.

-Eu ainda não acabei, Beauchamp. Por mim você continuava no quinto dos infernos e espero que você esqueça que eu existo.

-Me deixa falar..

-Cale a boca. -pisou fundo. -Eu não quero ouvir tua voz, você me dá ânsia. Eu odeio você, não tente estragar minha vida novamente. -passou por mim. -E outra, se você magoar a Hina eu vou fazer questão de acabar com a tua raça.

-Não vou. -falei firme e a vi indo embora.

(...)

-Estrelinha? -falei deixando as chaves na mesinha perto da porta.

Aluguei um chalé para ficar com Sav.

-Kyle não tem água quente nessa merda, não vou tomar banho não e... -parou de falar ao ver meu rosto. -Ela te jantou né?

-Comeu até sobremesa. -me sentei no sofá. -Ela me odeia e eu dou ânsia nela. -Sav riu.

-Queria que ela te recebesse com flores depois de três anos?

-Não mas...

-Sem "mas", Kyle. -se sentou no chão. -E a Hina?

-Me deu a pior resposta. -arqueou a sobrancelha. -O silêncio, Pepe a mesma coisa.

-Você merece.

-Mas pensa comigo, se eu fosse embora, eu não teria te conhecido.

-Isso foi detalhe. -bufei. -Aliás, quero tomar um café.

-Vai. -dei de ombros.

-Quero tomar café com meu irmão. -revirei os olhos. -Você tá querendo voltar pra sua vida me trazendo de bagagem, me tirando da minha rotina e custa ir tomar um café comigo?

-Chata pra caralho. -me levantei.

Ela foi falando das coisas que ela quer fazer em Forks.

-E a gente pode sei lá tombar uma árvore. -arregalei os olhos. -Nem tá prestando atenção, né?

-Não. -suspirei e passei a mão pelo rosto.

-Não fica assim. -me abraçou e colocou meus braços em suas costas quando viu que fiquei parado. -Odeio te ver assim, Kyle.

-Tá. -a apertei e segurei sua mão. -É aqui. -ela bateu palminhas e eu abri a porta a deixando passar na frente.

-Isso é tão clichê, o sino na porta. -sorri de canto.

-Pede lá. -falei e ela assentiu.

-Ham, acho que eu quero um chocolate quente e um café com leite. -falou pra atendente e voltou pra mesa.

Um cara veio com nossos pedidos e sorriu quando a porta se abriu, Savannah ficou tensa e sorriu pra mim.

-Isso é bom. -falou e quando fiz menção de me virar ela deu um pequeno grito. -Aí, tem.. ham.. um bicho no seu cabelo, acho que é piolho. -revirei os olhos e me virei.

Era melhor ter olhado pro piolho.

O cara que nos atendeu é o namorado de Any e no momento eles trocavam beijos, Pepe e Hina atrás deles seguidos de Shivani e Sabina.

-Não tem piolho. -ela sorriu bebendo seu chocolate quente.

O grupo maravilha sentou na mesa atrás de nós e os olhos de Any vacilaram ao se encontrarem com os meus.

-Vão querer o de sempre, amor? -ouvi o cara perguntar.

-Amor. -Sav falou sem emitir som e eu a chutei por baixo da mesa.

-Quero ir embora. -falei.

-Quer nada. -chamou o garçom. -Pedro? -leu no crachá.

-Sim, srta.

-Pode me trazer um bolo de chocolate e um red velvet, por favor. -a encarei enquanto mantinha meus dedos apoiando minha cabeça. -Se ficar com essa cara de bunda eu te deixo aqui sozinho.

-Me faça esse favor. -ela me chutou com força fazendo com que eu desse um pulo na minha cadeira.

-Filha da... -me encarou com a sobrancelha erguida. -Você é a pior irmã que alguém poderia ter.

-Obrigada. -falou tanto pra mim, tanto pra Pedro.

-Meu amor. -ouvi Any chamar e impulsivamente a olhei.

-Não foi pra você. -Sav resmungou.

-Mas tu tá chata pra porra hoje.

-Tentando te tirar da fossa gatinho. -piscou comendo seu bolo. -Come isso logo pra gente ir embora.

Comi encarando meu bolo até virar farelo.

-Podemos ir? -eu assenti me levantando pra pagar a conta.

-Obrigada pela preferência, espero que voltem. -a menina disse sorridente.

-Claro que voltaremos, esse red velvet é incrível. -a menina sorriu em forma de agradecimento.

-Joshua? -parei ao ouvir Hina me chamando.

-O que? -ela encarou Savannah e indicou a porta. -Fica aqui. -Sav bufou. -Come um bolo.

Saí e esperei Hina.

-Quem é a garota?

-Minha irmã. -falei simples. -Me fez sair pra essa pergunta?

-É, acho que foi. -se posturou cruzando os braços. Abri a porta e entrei pra esperar Savannah comer outro bolo. -Qual seu nome?

-Savannah. -ela respondeu sem dar muita atenção. -Algum problema?

-Não, nenhum. -Hina respondeu.

-Ótimo. -Sav respondeu comendo seu bolo.

-Mas sabe, Savannah. -Hina sibilou o nome dela. -Espero que saiba lidar com decepções porque seu belo irmãozinho na primeira oportunidade vai te deixar pra trás...

-Eu acho que não. -disse tirando uma nota de 20 dólares da bolsa. -Olha, o Kyle é a única família que eu tive nos últimos 15 anos, então se você veio falar mal do meu irmão pra mim perdeu seu tempo. Vamos? -assenti mas ela se virou. -E se quiserem culpar alguém por ele não voltar antes, culpem a mim, ele não voltou por minha causa. Sou prova que depois de dois meses ele quis voltar, não voltou por mim e se você sentem.. ham.. como mesmo.. Ah, ânsia, vocês estão muito errados. -saiu andando e eu fui atrás.

-Nossa. -botei a mão quando ela parou de andar. -Ninguém nunca me defendeu assim. -fingi uma lágrima.

-Vá se ferrar. -ela empurrou meu ombro. -Só não acho justo te martirizarem por minha causa.

-Eu fiquei porque quis.

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