Capítulo 28

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Cecília


Depois de quatro bebidas estou sentindo meu corpo mais leve o que causou em dançar sem parar que fez Igor me vigiar o tempo todo, quando qualquer garoto tenta se aproximar moreno chega já despachando qualquer oportunidade de eu ficar com alguém. Fecho os olhos sorrindo quando música  " 7 rings " da Ariana grande começa tocar, nós três primeiros versos começo rebolar lentamente.

My wrist, stop watchin', my neck is flossin', Make big deposits, my gloss is poppin' – canto baixinho.

Sinto olhar queimando sobre meu corpo ao abrir os olhos encontro Harry me encarando com desejo decido ignorar e continuar dançando, mais após isso ainda sinto um olhar sobre mim mais não era Americano e sim outra pessoa, ao levantar olhar encontrei os olhos negros de Igor que estão diferentes. Igor faz negativo com a cabeça enquanto estou atraindo olhares de todos, meu ato foi levantar dedo meio pra ele que revirou os olhos rindo.

You like my hair? Gee, thanks, just bought it, I see it, I like it, I want it, I got it – continuo cantando.

Um garoto aproxima envolvendo suas mãos na minha cintura puxando contra seu corpo, meu instinto fez eu empurrar garoto indesejado que não funcionou muito.

— Quero dançar sozinha! – resmungo sem paciência.

Antes do garoto responder sinto ser puxada para trás que meu corpo sente impacto com outro corpo mediano, levanto rosto encontrando às íris azuis de Harry encarando garoto de forma séria.

— Foi mal, não sabia que tem dono – diz garoto e se afasta.

Dono? Por acaso sou uma mercadoria. Solto dos braços do Americano saindo daquele ambiente indo pra área externa que logo me arrependo, uma certa cabeleira ruiva aparece na minha frente carregado de um sorriso falso.

— Você em uma festa pleno sábado? – ela não deixa ironia de lado.

— É né – cruzo os braços.

— Você realmente mudou, está se vestindo como uma puta – analisa minhas vestimentas.

— Obrigada – sorrio – suas ofensas não vão estragar minha noite 

— Ofensas? Isso deve ser considerado um elogio. Cecília você não se encaixa no padrão da sociedade – novamente ela toca em um assunto delicado. 

— Não mesmo, mais foda-se o padrão – reviro os olhos.

Ao tentar passar por ela a mesma barra passagem.

— Pode mandar todo mundo se foder, ainda continuará gorda – sorriso falso aparece.

Suspiro e vou até o som desligando que chamou atenção de todos, Angelina me encara. 

— Pessoal preciso da atenção de todos!! – grito – para aqueles filhos da puta que um dia me criticaram por conta do meu peso, sou dona de mim, do meu corpo, das minhas curvas, das minhas imperfeições – sorrio – por muitos anos eu não me via dessa forma, maltratei meu corpo para entrar em um padrão que não existe, me odiava, me olhava no espelho e só via defeitos, ouvia as críticas e as opiniões alheias e só me sentia pior, as pessoas são ruins e julgam sem dó – elevo um pouco a voz –  e sabe o que eles me trouxeram? NADA, eu só perdi com isso e hoje eu falo MEU CORPO É LINDO, PERFEITO DO JEITINHO QUE ELE É e contemplo ele todos os dias e sou grata a Deus por tudo. Sempre! – após terminar meu lindíssimo discurso, dou um dedo do meio pra Angel que encara com ódio. 

Ouve alguns assovios do pessoal.

— Concordo completamente com Cecília – voz rouca de Harry é ouvida – por que  com o passar do tempo eu aprendi uma coisa valiosa demais, que provavelmente poucos aprenderam, que é simplesmente se por no lugar do outro – suas palavras eram calmas –  é fácil demais chegar e julgar alguém pelo seus erros, apontar todos os males e pecados da pessoa, fazer discursos raivosos contra o pecado do outro... mas ninguém tenta acabar com o problema de si próprio. Fácil apontar a diferença do outro sendo que você é tão diferente quanto. Ninguém gosta de ver que é a fruta podre que infecta todas as outras — ele ri amargo – mas às vezes é necessário essa auto avaliação. Ninguém mais pode ser julgado por alguém que peca na mesma proporção. Enquanto você acha que seu discurso de ódio é apenas uma opinião, alguém é ferido gravemente por suas palavras, e um outro alguém é infectado por achar seu discurso normal, como um vírus contagiante que adoece a cada pessoa que ouve tamanha falta de respeito e amor ao próximo – durante essa parte seus olhos estavam na Angelina  – não sou pessoa ideal para dizer sobre amor aí próximo, cometi erros que causaram proporções enorme que custou algo de alguém – me encara – então vamos aprender a não diminuir ninguém por que seu ego precisa. Precisamos valorizar certas coisas e não desprezar – encerra seu discurso.

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