Capítulo 2

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Algumas horas antes, na floresta do lado extremo do reino de Púrpura:

TUM, TUM, TUM... _Vamos, Vamos, acorde menina! _Esbravejou a bruxa Magnólia, ao bater na porta do quarto de Íris.

_Já vou! _ A garota levantou-se sem rodeios, as madeiras do chão rangiam a cada passo que ela dava, demorar-se na cama iria fazer sua mãe notar o silêncio e perceber que ela ainda poderia estar na cama, o que ocasionaria em novas batidas na porta e mais gritos logo pela manhã.

 “Sinto tanto a sua falta pai, se você estivesse aqui, tudo seria diferente”

Íris observava pela janela do seu quarto a única paisagem que via há meses, árvores imensas e tão densas que a luz do Sol mal conseguia passar por entre as folhagens, o odor do mangue em volta da cabana só não era pior que os animais que o habitavam.

_Não vou chamar novamente menina!

_Estou aqui mãe, o que deseja?

_Vá buscar uma rosa para mim rápido! Preciso dela para terminar uma poção.

A menina arregalou os olhos mas camuflava um sorriso tímido com a possibilidade de enfim sair daquele lugar _Agora? Como assim uma rosa? As rosas ficam fora da floresta e ...

_Vá imediatamente, faça o que eu te ordeno e não fale com ninguém!  _ A bruxa nem ao menos permitiu que Íris continuasse sua frase.

Íris estava sem entender, pois normalmente sua mãe pedia para ela pegar sapos, ervas, e outras coisas estranhas da floresta, uma rosa, é algo que ela nunca imaginaria, mas nem pretendia saber o porquê, só queria aproveitar a situação e sair o quanto antes da floresta. Ela colocou a melhor roupa que tinha, cobriu-se com seu capuz marrom e deixou o seu amigo Furão no quarto, ela tinha receio de perdê-lo pelo caminho, então o proibiu de ir com ela.

A floresta tinha vários perigos, mas ela sabia se esquivar de todos eles, pois já morava ali há alguns anos, estava tão habituada que podia andar por entre o pântano, sem se sujar e passar pelos animais peçonhentos, sem se ferir.

Ao se aproximar dos limites da floresta, ela pôde avistar alguns feixes de luz entrando pelas frestas das árvores, seus olhos ainda se habituavam à claridade quando de repente algo pulou em suas costas e não conseguiu conter um grito de susto, pulava e se chacoalhando de um lado para o outro.

Quando percebeu que era Furão, ficou mais nervosa ainda: _Ah... Não acredito que é você Furão o que eu lhe disse? Venha fique dentro de minha bolsa, e não saia dai _ela andou mais um pouco e logo chegaram à estrada de terra que a levaria até o Campo das Rosas.

“Estou tão feliz, eu nem acredito que estou saindo da floresta depois destes anos todos” Íris relembrava de seu passado feliz, época em que seu pai ainda estava presente e sua mãe não havia se tornado uma bruxa.

O caminho era longo, ainda mais a pé, mas a garota estava contente e nem sentiu o cansaço, quando percebeu já havia chegado ao Campo das Rosas.

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