2 - Pequenas mentiras

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Não consegui esperar nem um dia e já estou aqui de novo, postando capítulo novo para vocês. Espero que gostem :)

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Os dias se passam e com eles vêm as mudanças no corpo de Alicia e, principalmente, em sua personalidade. Enquanto continua sendo a mesma mandona de sempre, algumas vezes ela se pega chorando por coisas simples e isso a deixa maluca.

Uma dessas ocasiões se dá quando ela está em seu quarto e, de repente, escuta um som de vidro quebrando. Ela vai até a sala e encontra o Comissário com as patinhas sujas de terra ao lado de um vaso de plantas quebrado. Ela olha para a planta toda espalhada pelo chão e para o rastro de terra que o gato vai deixando ao redor da sala e começa a chorar.

Do nada.

Ela se senta no chão, perto do vaso quebrado, e não consegue se controlar. De repente, o que começou com poucas lágrimas se transforma em um choro forte intercalado por respirações cortadas e soluços.

E é nesse momento que Germán decide chegar em casa.

Obviamente.

Porque ela não pode passar por essas situações sozinha. Não. Ela precisa passar por essas situações quando a única pessoa que faz piadas dela está por perto.

Então, antes que ele possa chamar seu nome e avisar que está em casa ele a escuta. Sua primeira reação é correr até a fonte do som e, quando a vê chorando no chão, todo seu corpo estremece de puro medo.

— Alicia. O que houve? — Ele pergunta já se abaixando e colocando suas mãos nela, verificando aonde ela possa estar machucada. — Você caiu? É o bebê?

Mas ela não consegue responder, só nega com a cabeça e continua chorando.

— Alicia? — Ele a chama, levantando seu rosto para que possa olhar em seus olhos e pergunta novamente. — O que tá acontecendo? Você está bem?

— Sim. — Ela responde chorosa. — É só que... — Mas sua voz não sai.

— É só que o quê? — Ele pergunta apreensivo.

— Eu não sei porque eu estou chorando. O comissário derrubou essa planta idiota e eu não consigo mais parar de chorar. — Ela admite, rapidamente percebendo o ridículo da situação.  — Que raiva. — Ela murmura.

Ele a envolve em seus braços, sorri e beija sua testa. — Jóder, Alicia! Assim você me mata do coração.

— Eu odeio isso. — Ela reclama de novo.

— Você me surpreende, cariño. Eu nunca achei que você seria dessas mulheres choronas. — Ele provoca.

Ela o olha, uma mistura de vergonha e irritação devido à piada, mas apenas murmura. — Eu odeio esses hormônios idiotas.

E assim o tempo vai passando.

O Germán, que sempre foi muito atencioso e cuidadoso com ela, havia se tornado um típico superprotetor, o que era motivo de brigas constantes entre o casal.

Mas a verdade é que ele sempre estava lá para ela. Para o que for. Nos momentos em que ela estava vomitando tudo o que havia comido na refeição anterior, quando seu humor mudava repentinamente, quando não queria fazer mais nada além de dormir e quando ela o acordava no meio da madrugada com um sorriso sem-vergonha no rosto.

Ele estava presente em todas as consultas, sempre bem informado e com dúvidas sobre a gestação e sobre o parto que nem ela mesma havia pensado.

Ele que lhe enviava mensagens lembrando-a de se alimentar ou que ia arrancá-la do trabalhando quando ele sabia que ela já havia passado de seu horário.

Promessas quebradasOnde histórias criam vida. Descubra agora