5 Celine

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Senti minha cabeça zonza, confusa, abri os olhos com alguma dificuldade, vendo um teto branco com luzes brancas. Não demorou para sentir uma mão quente pegando a minha, e o rosto de Irina surgir diante dos meus olhos.

— Como se sente querida? — perguntou de voz doce e preocupada.

Rapidamente a lembrança do que aconteceu chegou e eu me mexi inquieta na cama, querendo levantar.

— Não, não, Celine. Se acalme não pode levantar assim. O médico virá aqui daqui a pouco. — as mãos de Irina pousaram sobre meus ombros, me aquietando e fazendo deitar novamente.

— O Romeu... e o Enzo? — lágrimas caíram em meu rosto olhando minha amiga, na esperança de que tudo o que me lembrava tenha sido um mal entendido.

— Enzo, está bem. Ficou um pouco com Jon. Ele é um fofo. Acredita que não estranhou a gente, e abriu logo um sorrisinho para mim? — Irina sorriu.

Sorri lembrando do rostinho de meu filho quando sorria.

— Ele deve estar morrendo de fome. — constatei preocupada.

— O médico me recomendou um leite de farmácia, enquanto você não pode amamentar. Enzo estranhou um pouco a mamadeira, mas ele tomou o leite sem qualquer problema. Está dormindo agora. — Irina esboçou outro sorriso tranquilizador.

— O Romeu, Irina... — minha voz embargou e mais lágrimas lavaram meu rosto.

— Eu sei querida, seja forte. — falou apertando minha mão.

Fitei novamente o teto e aquelas luzes frias do hospital. Meus pensamentos alternavam entre Enzo, precisando de mim, e no estado de Romeu, eu precisava vê-lo.

— Então, como está se sentindo, Celine? — uma voz grossa perguntou, e meu olhar se voltou para o médico que se aproximou da minha cama.

— Eu quero ver meu marido. — pedi.

— Tudo bem, Celine. Você teve uma queda de pressão, mas se estiver se sentido melhor poderá se levantar e me acompanhar.

Me sentei na cama, ainda meio tonta. O médico me estendeu sua mão e Irina me observava cautelosa, levantar.

— Me dê seu braço e me acompanhe. — o médico me deu seu antebraço e eu passei o meu pelo dele.

Seguimos para a ala dos cuidados intensivos, do hospital.

— Não poderá ficar muito tempo, Celine. Seu marido está em coma induzido, sobre constante observação, e a qualquer momento tudo pode mudar, então, não queremos ninguém atrapalhando a equipe médica.

— Ele corre risco de vida? — questionei com medo da resposta, meu queixo tremia com o choro que eu tentava a todo o custo controlar.

Seus olhos me fitaram com pesar.

— Tudo é incerto no momento. Existem também outras informações de que precisa estar ciente, no caso dele acordar do coma, mas não será hoje que teremos essa conversa. Já chegam de emoções para um só dia. Você tem apenas alguns minutos. — me avisou.

Assenti, e o médico abriu a porta do quarto em que Romeu se encontrava. Meu coração apertou à medida que eu adentrava nele. O único som que existia no quarto, eram diferentes apitos de vários aparelhos e máquinas. Me aproximei do leito de Romeu, quase não conseguindo identificá-lo, por baixo de uma manta de aquecimento, vários tubos, fios e um monte de ligaduras cobrindo quase todo o seu rosto, assim como uma máscara de respiração artificial. Seus olhos fechados estavam inchados e eram perceptíveis alguns roxos na sua face. Me acerquei com o médico ainda me sustentado em seu braço.

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