Acordei e olhando meu relógio, marcavam quase nove horas da manhã. Me levantei com cuidado para não despertar a Celine, que tinha se levantado durante a noite para dar de mamar a Enzo. Ela não estava numa posição muito confortável, seu corpo estava todo torcido, sua almofada estava caída no chão, e seus cabelos longos loiros todos bagunçados, cobriam seu rosto. Preferi não lhe tocar para que dormisse um pouco mais. Sabia que andava cansada, embora nunca se tenha queixado, tal era a sua felicidade com o nosso rebento. Tomei um duche rápido antes de ir para a cozinha preparar nosso café da manhã. Enzo não tardaria para acordar exigindo também seu café da manhã. Passando diante da sua porta, o espreitei, e ele ainda dormia tranquilo.
Preparando o café da manhã, olhei pela janela e observei o quanto havia nevado essa noite, tinha quase um metro de neve lá fora. Tudo estava branco, e nem as cadeiras do jardim se viam de tão cobertas que estavam. Dava para perceber também as pequenas pegadas, dos animais existentes na montanha. Era muito comum, vermos alces, veados, raposas e lebres bem cedo passeando pelos terrenos.
Já tinha as panquecas prontas e a mesa posta, quando Enzo deu sinal de que havia despertado. E pelo som do seu choro, acordou faminto. Me despachei até seu quarto, não querendo que acordasse Celine. Talvez ele se acalmasse comigo, até ela acordar por si mesma.
— Ei garotão, bom dia.— falei baixo o pegando no colo, fazendo com que ele deixasse de chorar na hora. — Meu amor, você quase acordou a mamãe. Deixa ela dormir só um pouquinho mais, ela está dormindo tão bem, embora pareça que teve lutando na cama. E garanto que não foi com o papai. Mas não conta para ela não, tá bom? Segredinho da gente. — Enzo me encarava sério, como se me entendesse. Fiz uma careta para ele e seu sorriso logo se abriu.
Meu filho era um bebê simpático e de sorriso fácil. Qualquer coisa já fazia ele rir, fazendo a gente babar nele de tão fofo que era. Notei sua fralda cheia, e a troquei enquanto falei umas bobagens, para mantê-lo entretido. Depois o levei até à cozinha.
— Pena que você ainda não tem seus dentinhos. Papai fez umas panquecas saborosas para mim e mamãe. Você vai ficar só olhando dessa vez. — sorri o colocando na cadeirinha de balanço. Seu rostinho fez um biquinho e ele estava se preparando para chorar novamente. — Calma, em breve você vai poder comer essas coisas também, não chore. — Me fiz de desentendido, balançando a cadeira, pois o que ele queria era colo. Seus olhinhos me fitavam atentos, só esperando eu me erguer para chorar a plenos pulmões.
— Bom dia, meus amores. — Celine surgiu na sala, ainda com seus cabelos bagunçados e com cara de sono.
— Bom dia, amor. A gente tentou não te acordar cedo.
Ela se aproximou e me deu um beijo, sorrindo de seguida para Enzo que parecia mais animado agora, sabendo que mamaria logo.
— Para falar a verdade eu acordei foi com o cheiro do café e das panquecas, estou faminta. Vem cá meu amor. Você também está faminto, não é? — sorriu, pegando em Enzo e se sentando no sofá lhe dando de mamar.
— Já viu como nevou essa noite? — perguntei.
— Sim, e deve estar muito frio lá fora. Vai sair para esquiar hoje?
— Hoje não, vou aproveitar para namorar você e nosso filho. Pensei em assistirmos um filme juntos, já que faz tempo que não o fazemos. O que acha?
— Uma ótima ideia. — se levantou animada colocando Enzo na sua cadeirinha de balanço, e se juntando a mim na mesa. — Pensei que você iria esquiar logo na primeira oportunidade que houvesse. — me olhou provocadora.
— Passaremos algumas semanas aqui, então, eu posso esperar mais um pouco.
— Está bom. Delicioso o café da manhã, obrigada! — se inclinou sobre a mesa acariciando meu rosto e me dando um selinho nos lábios. Seus olhos verdes, lindos e ainda sonolentos, brilharam me olhando demonstrando seu amor, como desde o primeiro dia que a gente se conheceu.
— Eu gostaria de poder te paparicar assim todos os dias. Mas já que nem sempre é possível quando estamos em Lyon, por causa do trabalho, pelo menos nessa temporada aqui em Chamonix eu tentarei te recompensar.
— Você já me paparica demais, Romeu. Mas eu amo quando você me cuida e cozinha essas coisas para mim, não posso negar. Afinal, além da sua beleza, você me conquistou pelo estômago primeiro.
Celine riu de uma forma tão gostosa, levando um pedaço da panqueca à boca que me contagiou e eu ri junto. Ela sempre dizia isso, que eu havia conquistado primeiro seu estômago. Nos conhecemos durante a faculdade de arquitetura, e ela tinha acabado de se mudar para um pequeno apartamento ao lado da mesma. Por causa de alguns trabalhos para a escola, Celine me convidou para ir até seu apartamento, e como ficou tarde depois dos trabalhos concluídos, para a gente sair para comer algo, eu me propus a preparar algo rápido, já que ela havia me confessado que não levava muito jeito na cozinha. Abri seu pequeno armário de mantimentos, e com uma lata de atum conserva, cogumelos enlatados, e macarrão eu fiz uma macarronada saborosa. Não era um prato tão especial assim, mas provavelmente em semanas, era a melhor coisa que ela tinha comido desde que se havia mudado. Lembro até hoje do seu rosto saboreando cada garfada daquele macarrão. A partir daquele dia, eu cozinhei para ela várias vezes, até porque eu tinha dado um jeito, para que ela fosse minha dupla nos trabalhos da escola em conjunto.
— Se quiser, poderei usar apenas um avental e um chapéu toque, na próxima fantasia sexual.— sussurrei a palavra sexual, olhando de soslaio para Enzo, como se ele pudesse entendê-la. Mas ele não estava nem aí, distraído brincando com suas próprias mãozinhas.
Celine gargalhou.
— Desde que depois de me alimentar na cama, me alimente fora dela também, acho ótimo.
— Pode esperar, que ainda vou te surpreender, querida. — sorri fazendo uma anotação mental, para comprar o chapéu de cozinheiro, pois era o único item que não havia no chalé.
Depois do café da manhã, nos acomodamos no sofá, cobertos por uma manta quentinha enquanto assistimos um filme na Netflix, com um balde de pipocas. Não tardou para Enzo e Celine adormecerem. Esses dias de descanso estavam sendo muito bons para a gente, que estávamos precisando fazia tempo. Nossa vida na cidade, era bastante agitada, e por esse motivo compramos o chalé para desfrutarmos da calmaria da montanha. Depois que o filme terminou, desliguei a tv, aconcheguei a manta em Celine, que dormia serenamente e dormi um pouco também.
🏔🏔🏔
Quem aí ama um maridão cozinheiro?
E quem tem um levanta a mão.
Eu acho um máximo 👨🍳 melhor forma de conquista ahahahaha
Espero que tenham gostado do capítulo, até o próximo 😘
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Todos os Jeitos de Amor
Ficção GeralCeline e Romeu são casados e ambos trabalham em arquitetura. Do amor deles, nasceu o pequeno Enzo, e a cada inverno, o casal vai passar uma temporada num pequeno Chalé que possuem em Chamonix. Como amante de esportes de neve, Romeu, não perde a opo...