7. Ethan

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- Boa noite, Sr. Davies. - ela fala firme e com a mesma formalidade que iniciei a conversa. Vejo-me novamente sorrindo pra ela, a doce Mel era petulante às vezes.

Olho a obra atrás dela e me aproximo, ela se vira pra me dar passagem. Mas está coberto por um pano.

- Posso ver? - pergunto encarando-a.

- Claro. - ela responde e já se movimenta para retirar o pano que cobre a peça. - Não está pronta, obviamente, mas um bom caminho já foi percorrido.

Assinto e continuo olhando para a obra que tenho na minha frente.

- Está ficando perfeita, Mel. - pelo canto do olho vejo que ela sorri. Então olho diretamente pra ela. - Você é perfeita no que faz. - Mel cora. Pelo visto não é muito boa em receber elogios.

- A obra não estava tão danificada assim. A beleza não está no que fiz. Ela já era bela.

- Claro que tem a ver com o que você fez, Mel. - falo de maneira profunda. - O seu toque deu vida a esta obra. Sim, ela já era bela, mas você potencializou o seu brilho. Não sou formado em arte como você, mas sou um apreciador. Sei o que estou falando. - ela cora mais e eu sorrio. - Apenas aceite o elogio, Mel.

Ela sorri timidamente e encara a obra.

- Quem fez essa pintura? - ela continua admirando a obra, mas não consigo tirar meus olhos dela. - Vi aqui... - ela aponta para o canto da pintura. - Francesco Rossi. Pesquisei sobre esse pintor, mas não o conheço.

Sorrio pra mim mesmo. Claro que ela se interessaria pelo pintor, vi como ficou comovida no dia em que viu a obra.

- Vi essa pintura exposta na rua numa das minhas viagens a negócios a Itália. - ela me encara. - Ela me comoveu. Lucas tinha quase três anos e eu o vi nesse garotinho.

Ela sorri de maneira tão sincera, deixando-a mais linda. Se é que isso é possível. Volto meu olhar para a obra e me lembro do passado tentando a todo custo dispersá-lo.

- O pintor não é reconhecido. Ele pinta na rua e tenta sobreviver de sua arte.

- Que pena. - fala com pesar. - O talento dele é apaixonante. - ela volta a olhar a obra. - Veja que os traços de sua pintura se assemelham muito as de Michelangelo. - assinto olhando pra ela. - Como a obra ficou danificada? - ela pergunta olhando diretamente pra mim.

Eu realmente não queria falar sobre aquilo naquele momento e Lucas me salvou adentrando sem que esperássemos.

- Vamos, Mel. Você tá demorando demais. - ele se espanta e arregala os olhar ao me ver. - Pai? Já chegou? - a pergunta é retórica.

- Queria ver em que pé estava a srta. Spencer. Mas pra onde você e a Mel irão? - pergunto olhando dela para ele.

- Prometi a Mel que lhe daria uma aula de esgrima. - olho pra ele e sorrio.

- Gosta de esgrima, srta. Spencer?

- É sempre bom novas experiências. - ela fala e depois cora. Tenho certeza que a tímida srta. Spencer não pensou na esgrima.

- Sim. É sempre bom. Lucas é um excelente esgrimista. Vou deixá-los. - ela assente. - Mas antes permita-me fazer um convite? - ela não responde nada, apenas fica com seu lindo olhar me encarando. - Jante conosco essa noite?

- Não sei, sr. Davies... - ela fala um tanto reticente.

- Por favor, Mel. - fala Lucas. - Vai ser legal ter você aqui.

- Aceite, Mel. Por Lucas. Ele não atura muito a companhia do pai e ter você será um deleite. - falo de maneira sutil, mas não sei se ela entendeu que não é somente para o jantar que será para o meu deleite. Mesmo que eu não possa tê-la, simplesmente é uma tortura ficar longe dela.

- Tudo bem. - ela diz com um sorriso tímido olhando para o meu filho.

- Pegue leve com a srta. Spencer, Lucas.

- Pode deixar , pai.

Sorrimos um para o outro e eu saio da sala.

Vou para o meu quarto e tiro minha roupa peça por peça deixando tudo organizado. Entro no box e ligo o chuveiro. Pego minha ereção que não diminuíra desde que vi a linda srta. Spencer. Arrepios de prazer percorrem meu corpo enquanto esfrego meu pênis.

A masturbação não substituía uma mulher. Pamela estava mais do que disposta a me dar o que eu quisesse, como eu quisesse e na hora que eu quisesse. Pamela ou até mesmo qualquer outra mulher. Ao longo dos anos, aprendi uma lição fundamental sobre discrição. Mas desde que conheci a doce Mel, não consigo pensar em outra mulher. Talvez se a tivesse logo, essa obsessão acabasse e eu poderia seguir em frente.

Mas naquele momento em que me masturbava como um adolescente, era nela que eu pensava. Mel. Fantasiei os lábios dela no meu pau. Eu vejo os olhos de Mel me encarando com o mesmo desejo que estou por ela.

Você não tem tempo de seduzir uma inocente e não é sua área. Você não se queimou uma vez ao fazer isso? Digo pra mim mesmo tentando me repreender a não pensar nela, mas é em vão.

Desde que Erika morrera, as mulheres que passavam pela minha vida eram apenas para uma rápida aventura. Não era pra ser permanente. Mas Mel era diferente. Ela não era mulher de uma transa. Ela era mulher pra romance. A minha natureza era de um predador que logo se satisfazia com sua presa e seguia para a próxima.

Eu era um homem consumido pelo trabalho. Um maníaco por controle. Todo mundo dizia isso, a mídia, os membros da comunidade empresarial... Erika. Meu irmão. Minha cunhada. Até meu filho já me entendera. E estavam todos corretos. Felizmente, eu tinha me acostumado com a ausência de uma mulher permanentemente na minha casa e na minha vida. Não tinha nenhum direito de submeter uma mulher como Mel à minha natureza exigente. A voz de advertência em minha cabeça foi abafada pelos baixos sons provindo do meu coração, e dos grunhidos de excitação que liberava enquanto bombeava meu pênis.

Mas por mais que eu mesmo me advertisse, simplesmente Mel não saía da minha mente. E foi pensando nela que acariciei mais rapidamente meu pau, cada músculo do meu corpo crescendo duro e rígido. Meu pênis parecia enorme enquanto minha mão deslizava nele com ferocidade.

Eu não queria gozar por minha própria mão. Eu queria algo que não deveria, no entanto, teria que me contentar com a minha mão. Mesmo querendo aquelas pernas envolvendo meus quadris, aqueles belos cabelos longos e escuros esparramados no travesseiro. Meter meu pau em sua entrada molhada e arremeter forte. Eu queria testemunhar o flash de emoção em seus olhos enquanto me afundava nela fazendo-a entrar em em erupção.

O orgasmo chegou, afiado e delicioso. Libertador. Fechei meus olhos e gemi asperamente, continuando a gozar. Meus músculos relaxaram quando os tremores finais enfraquecidos do orgasmo percorreram meu corpo por completo. Liguei a ducha e fiquei embaixo recebendo os jatos frios. Respirando. Tentando voltar ao normal. Se é que seria possível. Definitivamente eu precisava ter Mel Spencer pra voltar ao meu normal.

Amor em chamas (EM hiato)Onde histórias criam vida. Descubra agora